tag:blogger.com,1999:blog-76576456753682204382024-02-07T18:26:04.704-03:00blogMarcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-76801266104219685282014-01-05T23:36:00.003-02:002014-01-05T23:39:05.415-02:00Pausa<div>
Após muito tempo com o blog parado posto este texto para avisar que ele agora está oficialmente interrompido por tempo indeterminado. Muita pesquisa, muito trabalho e muitos escritos extras tomaram meu tempo e me afastaram dos textos daqui. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Não apagarei os textos nem o blog, pois mesmo sem escrever com periodicidade ele ainda recebe uma quantidade razoável de visitas diárias, vindas de outros blogs que linkaram os textos daqui. Além disso, talvez um dia eu volte a escrever aqui (ou use para alguma outra atividade, quem sabe?), por enquanto, vou publicando em outros lugares. Agora postarei apenas no blog <a href="http://prismacientifico.wordpress.com/" target="_blank">Prisma Científico</a>, que por ter um escopo mais amplo, me permite falar de tópicos além da psicologia (mas também escreverei sobre psicologia lá).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Para acompanhar os meus textos clique <a href="http://prismacientifico.wordpress.com/author/marcusvalves/" target="_blank">AQUI</a>.<br />
<br />
<br />
Nos siga:<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<b>PRISMA CIENTÍFICO</b></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="https://www.facebook.com/pages/Prisma-Cient%C3%ADfico/399798213387938" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlvBLMJMOldMZGd7y2AiANMPYLukZweMerhex6xC_ykWhMJe3WYZN9_9_1Vshg2jm5gNig3HR7XUgjF2Eu-YKGFEfbINIipoGPRye5dU8TgX1YT8iBVC_40oM0Zip7A6pdhPkKF1YR5yUo/s1600/facebook-red-logo-square_Small.png" /></a><a href="https://twitter.com/prismacientific" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpw8ruHefmCsx0ggR3akj5Qiid36yPtbi3P_A5PUOIEYbOtWXNefPVXa-T1qMROsNnpzj5Hdjhkq5dbBsyJVqNWUrgHIwqv1Gn6pU7Qyxa4hycHVEzGXd1DguMgxzua2b0S6vXgkcWY1fT/s1600/azublu.png" /></a></div>
</div>
Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-84151195472455792772013-01-31T10:46:00.000-02:002013-01-31T11:10:09.548-02:00Texto InterCiência: Procrastinação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG9pe7zenXGmlvosoSXGbAQ_5p5f-NN8R357FV6gYSedGoFdH7Hwld4zjxdBV_rgq1U8bF3B_4Q0cPUfvGGvji3Q-zjq7aqkBP84X0dOINIoyyebnibVU53i-3u6EHaA_0FoICkpEpYPU/s1600/Interci%C3%AAncia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG9pe7zenXGmlvosoSXGbAQ_5p5f-NN8R357FV6gYSedGoFdH7Hwld4zjxdBV_rgq1U8bF3B_4Q0cPUfvGGvji3Q-zjq7aqkBP84X0dOINIoyyebnibVU53i-3u6EHaA_0FoICkpEpYPU/s1600/Interci%C3%AAncia.jpg" /></a></div>
<br />
Há alguns dias, o pessoal do Science Blogs resolveu fazer uma pequena brincadeira chamada <a href="http://scienceblogs.com.br/raiox/2013/01/interciencia/" target="_blank">"InterCiência"</a>.<br />
<span style="text-align: center;"><br /></span>
<span style="text-align: center;">Entrei na brincadeira com o CogPsi e hoje publico o texto que recebi de presente do meu 'blogueiro oculto', com vocês:</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-size: large;">Procrastinação, ou o porquê desse post estar dois dias atrasado</span>.<o:p></o:p></u></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
Se seu professor de Cálculo II perguntasse, no fim do semestre, se você prefere entregar seus trabalhos uma vez por semana até o último dia de aula; ou dois na primeira semana e o outro na segunda semana; ou todos na última semana de aula, o que você escolheria? Ou você quer entregar todos na primeira semana e se ver livre do problema? Só há uma condição: uma vez que você escolha uma opção, não pode mudar de ideia no meio do caminho...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
Se você pensar bastante – mas bastante mesmo – sobre o problema, vai chegar à conclusão de que escolher entregar tudo no último dia de aula parece a solução mais racional, já que assim vai ter mais tempo para preparar os trabalhos. Ou, se você se acha esperto o bastante, poderia escolher entregar tudo logo de uma vez e passar as duas últimas semanas de aula numa boa, aproveitando todas as festas de encerramento de semestre. A pergunta que resta é se suas notas serão melhores em uma ou em outra condição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9D-eDAXH7CTCZ1O0HfKg_6KdTTHFcpmwxW7yPRvEvDoTqrbrQMTg8vZ2pSVojbxRvZ6rVX78UKau75WkWgjWliRMeNV6DVHzAxoBbu1sA_Dg28_2DB8n2mFGSuYIC0wDe1FtOEfuve4a7/s1600/Procrastina%C3%A7%C3%A3o2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9D-eDAXH7CTCZ1O0HfKg_6KdTTHFcpmwxW7yPRvEvDoTqrbrQMTg8vZ2pSVojbxRvZ6rVX78UKau75WkWgjWliRMeNV6DVHzAxoBbu1sA_Dg28_2DB8n2mFGSuYIC0wDe1FtOEfuve4a7/s320/Procrastina%C3%A7%C3%A3o2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
Em 2002, Klaus Wertenbroch and Dan Ariely conduziram uma pesquisa para saber exatamente isso. Três turmas diferentes tinham três esquemas de entrega de trabalhos nas três últimas semanas de aula. A primeira turma entregaria os três trabalhos no último dia de aula, a segunda poderia escolher entre as três modalidades (entregar tudo na primeira semana, entregar um trabalho por semana, ou entregar tudo no último dia), e a terceira turma teria que entregar um trabalho por semana. As melhores notas foram para os alunos da turma que entregou um trabalho por semana, e as piores notas para aqueles que entregaram os trabalhos na última semana. Mesmo entre a turma que podia escolher seu esquema de entrega de trabalhos, as melhores notas foram para aqueles que escolheram entregar um trabalho por semana. A explicação é óbvia para qualquer um que já passou pelo primeiro semestre da faculdade: a gente sempre deixa tudo para a última hora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
Aqueles que não tiveram a opção de escolher e foram forçados a entregar um trabalho por semana e aqueles que foram honestos o suficiente – ou pelo menos conseguiam entender seu próprio comportamento – para escolher o esquema de entrega semanal se deram muito melhor do que os que se acharam espertões e escolheram o último dia para entregar tudo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">
"... aqueles que reconhecem e admitem sua fraqueza estão em uma posição melhor para utilizar as ferramentas disponíveis para comprometerem-se e, ao fazê-lo, acabam colaborando para o próprio sucesso." (Dan Ariely, "Previsivelmente Irracional".)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
Procrastinar é como uma compulsão, algumas pessoas simplesmente não conseguem resistir. Outra maneira de pensar sobre o comportamento de procrastinar é lembrar que o que você sabe que quer AGORA pode não ser exatamente aquilo que você vai querer amanhã. Todo começo de ano todo mundo quer sinceramente-do-fundo-do-coração fazer dieta e frequentar a academia. Mas na segunda-feira, está chovendo, e além do mais eu mereço uma barra de chocolate, e tá passando Goonies na sessão da tarde, e... blablablá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwpMiVKBMm4DahTRhjKM-t_Vuq6IcA-oLGqV170HoDnMGZu-Dub_ef4FZi6HWtOUz3baQmCv2r5ntIoz7eAOUip1ucoRt738ca_PBDnHGzxGOsegwu07nXtW3xnaxI-MkpbernxN9fIYbA/s1600/Procrastina%C3%A7%C3%A3o1.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwpMiVKBMm4DahTRhjKM-t_Vuq6IcA-oLGqV170HoDnMGZu-Dub_ef4FZi6HWtOUz3baQmCv2r5ntIoz7eAOUip1ucoRt738ca_PBDnHGzxGOsegwu07nXtW3xnaxI-MkpbernxN9fIYbA/s1600/Procrastina%C3%A7%C3%A3o1.gif" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
A única maneira de lidar efetivamente com a procrastinação é resignar-nos ao nosso destino de vagabundos irremediáveis e aceitarmos que, em condições normais de temperatura, pressão e data de entrega do relatório, nós vamos deixar tudo para a última hora. Sim, a primeira regra do AA vale até pra isso: aceitar que você tem um problema é o primeiro passo. Depois disso, é preciso aprender a estabelecer metas realistas para si mesmo. Saber quais são os seus limites e distribuir pequenos incentivos ao longo do caminho também costuma facilitar a tarefa. Todo mundo que já participou de algum programa do Vigilantes do Peso sabe como aquele brigadeiro no fim da semana ajuda a manter a sanidade mental e traz paz na terra ao homens de boa vontade. E deixar de se achar mais esperto que os outros também ajuda bastante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
No final das contas – e dos prazos – tente não se descabelar muito e aceite que perder uma noite de sono de vez em quando não vai matar ninguém. Planejar, pedir ajuda aos universitários, amigos, parentes e colegas de república; usar aplicativos que planejam seu tempo ou que impedem o acesso ao Facebook/Twitter/Tumblr; ou simplesmente colocar o celular para tocar meia hora antes da academia fechar também não é nenhuma vergonha. E, lembre-se sempre do sábio provérbio: antes tarde do que mais tarde.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="text-align: justify;">[Este texto é parte da primeira rodada do InterCiência, o intercâmbio de divulgação científica. Saiba mais e participe em:</span><span style="text-align: justify;"> </span><a href="http://scienceblogs.com.br/raiox/2013/01/interciencia/" style="text-align: justify;">http://scienceblogs.com.br/raiox/2013/01/interciencia/</a><span style="text-align: justify;">]</span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="text-align: justify;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Referências:</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Ariely, D., & Wertenbroch, K. (2002). Procrastination, Deadlines, and Performance: Self-control by Precommitment. Psychological Science, Vol. 13(3), 219-224.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Dan Ariely. (2010). "Predictably Irrational, Revised and Expanded Edition: The Hidden Forces That Shape Our Decisions". </span>Harper Perennial.<o:p></o:p><br />
<div>
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
</div>
Colaboradoreshttp://www.blogger.com/profile/02080245261843330368noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-78990798918789454422012-10-24T13:28:00.000-02:002012-10-24T13:28:21.148-02:00Prisma Científico<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há algum tempo atrás fui convidado por amigos para participar de um blog de ciência, hoje esse blog tem crescido bastante e com o tempo e concorrência de outras várias atividades, o Cogpsi tem ficado um pouco mais parado do que deveria (eu sei, eu sei!).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Porém outros textos já estão sendo escritos, inclusive mais um da série "Quem tem medo de estatística" com o André Souza do Cognando e "Psicologia Brazuca" com o André Rabelo do Socialmente.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por enquanto, convido você, leitor do Cogpsi, a visitar o blog <a href="http://prismacientifico.wordpress.com/" target="_blank">Prisma Científico.</a></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aqui vai uma descrição da nossa proposta:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"<span style="background-color: white; color: #373737; font-size: 15px; line-height: 24px;"><i>Escrever nossas ideias sempre nos pareceu uma maneira sensata de fixá-las e, com tempo e dedicação, agir de maneira concreta a colocá-las em prática. Depois de muita reflexão e discussão com alguns colegas (hoje parceiros nessa empreitada), conseguimos tirar a ideia de seu mundo (como diria Platão) e trazê-la ao papel. Na verdade ao papel não, afinal a tecnologia já nos dominou há algum tempo. Trazer nossas ideias para este blog! E dividir! Afinal o que não é transmitido e retransmitido não perdura.</i></span></span><br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; color: white; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>.</i></span></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<i><span style="border: 0px; color: white; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">.</span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Prisma Científico é uma vontade de sete amigos em escrever sobre ciência de maneira translúcida e acessível, em criar conteúdo, discuti-lo, adicionar sete comprimentos de onda no espectro das perspectivas correntes, e com a possibilidade de deixar emergir diversas frações de ideias. Deixando-as registradas, garantimos o funcionamento de nossa própria memória para não as abandonar.</span></i></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; color: white; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>.</i></span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Convidamos você a refratar conosco!</i>"</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; color: white; font-family: inherit; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Nesse blog, além da ciência psicológica, consigo abordar a ciência em geral e até literatura, filosofia e música, o que não acontece muito no Cogpsi, até agora seis textos meus foram publicados lá, confira:</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/06/07/um-mundo-que-queima-livros/" target="_blank">Um mundo que queima livros</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/06/20/sobre-preconceito-discriminacao-e-sua-forca-no-futebol/" target="_blank">Sobre preconceito, discriminação e sua força no futebol</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/08/05/o-pau-de-arara-cientifico/" target="_blank">O Pau de Arara científico</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/09/14/a-moral-de-uma-pessoa-sem-fe/" target="_blank">A moral daqueles que não possuem fé</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/10/11/um-arco-iris-nos-teus-olhos-um-pouco-sobre-dilatacao-da-pupila-e-orientacao-sexual/" target="_blank">Um arco-íris nos seus olhos? Um pouco sobre dilatação da pupila e orientação sexual</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://prismacientifico.wordpress.com/2012/10/24/a-ciencia-pela-arte-1-o-album-quanta/" target="_blank">A Ciência pela Arte (1): o álbum "Quanta"</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
E aqui os links para curtir o Prisma e o Cogpsi no facebook e no twitter:</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<b>COGPSI</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://www.facebook.com/pages/Cogpsi/222534847766325" style="text-align: center;" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlvBLMJMOldMZGd7y2AiANMPYLukZweMerhex6xC_ykWhMJe3WYZN9_9_1Vshg2jm5gNig3HR7XUgjF2Eu-YKGFEfbINIipoGPRye5dU8TgX1YT8iBVC_40oM0Zip7A6pdhPkKF1YR5yUo/s1600/facebook-red-logo-square_Small.png" /></a> <a href="https://twitter.com/CogPsi" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpw8ruHefmCsx0ggR3akj5Qiid36yPtbi3P_A5PUOIEYbOtWXNefPVXa-T1qMROsNnpzj5Hdjhkq5dbBsyJVqNWUrgHIwqv1Gn6pU7Qyxa4hycHVEzGXd1DguMgxzua2b0S6vXgkcWY1fT/s1600/azublu.png" /></a><br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<b>PRISMA CIENTÍFICO</b></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #373737; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="https://www.facebook.com/pages/Prisma-Cient%C3%ADfico/399798213387938" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlvBLMJMOldMZGd7y2AiANMPYLukZweMerhex6xC_ykWhMJe3WYZN9_9_1Vshg2jm5gNig3HR7XUgjF2Eu-YKGFEfbINIipoGPRye5dU8TgX1YT8iBVC_40oM0Zip7A6pdhPkKF1YR5yUo/s1600/facebook-red-logo-square_Small.png" /></a><a href="https://twitter.com/prismacientific" target="_blank"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpw8ruHefmCsx0ggR3akj5Qiid36yPtbi3P_A5PUOIEYbOtWXNefPVXa-T1qMROsNnpzj5Hdjhkq5dbBsyJVqNWUrgHIwqv1Gn6pU7Qyxa4hycHVEzGXd1DguMgxzua2b0S6vXgkcWY1fT/s1600/azublu.png" /></a></div>
Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-15607360723597676192012-10-16T09:51:00.000-03:002012-10-16T09:51:36.928-03:00Psicologia BR: Yamamoto e a psicologia evolucionista<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvSbbQrb6x2VAS88v_n3wzpq4tBlihsNkETRHOmXq_RxMPHormHfDQd5TyZ61Vm4W_3fpW4vJmaIFTVmhqGtBwoOwm4Qlrady-fadTMJvQGl_TbdoSD2dF-Gq5gJ9tXMc6iUVJtAYLbQOQ/s1600/yamamoto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvSbbQrb6x2VAS88v_n3wzpq4tBlihsNkETRHOmXq_RxMPHormHfDQd5TyZ61Vm4W_3fpW4vJmaIFTVmhqGtBwoOwm4Qlrady-fadTMJvQGl_TbdoSD2dF-Gq5gJ9tXMc6iUVJtAYLbQOQ/s1600/yamamoto.jpg" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://lattes.cnpq.br/1410667846560350"><span style="color: #990000;">Maria Emília Yamamoto</span></a><span style="color: #333333;"> pode ser considerada uma das “mães” da psicologia evolucionista brasileira. Pioneira na área, ela hoje é professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e tem participação fundamental na promoção e no desenvolvimento da psicologia brasileira, especialmente da psicologia evolucionista (PE). Ela editou em co-autoria com a professora Maria Seidl o livro </span><em style="background-color: transparent; border: 0px; color: #333333; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Psicologia evolucionista</em><span style="color: #333333;">, primeiro manual brasileiro da área.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Assim como o <a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/2012/04/psicologia-br-dida-etologia-e-psi.html">Dida</a>, a Maria Emilia veio da etologia, mas sua carreira foi se direcionando cada vez mais também para a PE. A professora Maria Emilia se tornou uma porta-voz da área e tem divulgado o seu trabalho em diversos congressos, palestras e eventos. Ela gentilmente nos cedeu uma entrevista rica, na qual foram discutidos diversos assuntos que ela, assim como muitos pesquisadores no mundo todo, tem tentando relacionar na sua pesquisa, como a evolução, a prosocialidade, a religião e a moralidade.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/02/psicologia-brazuca.png" style="color: #598527;"><img alt="" class="aligncenter size-medium wp-image-1594" height="216" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/02/psicologia-brazuca-620x216.png" style="background-color: transparent; border: none; display: block; height: auto; margin: 0px auto; max-width: 545px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: bottom;" width="620" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Maria Emilia, você pode nos contar um pouco sobre os projetos de pesquisa que você está desenvolvendo em seu grupo de pesquisa atualmente e sobre os projetos que estão a caminho?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Meu principal interesse de pesquisa é o comportamento cooperativo sob uma ótica evolucionista. Investigo os moduladores desse comportamento, principalmente sob o ponto de vista próximo. Entre esses moduladores encontram-se, principalmente, as variáveis sociais, como a influência de grupos de pertinência, a vigilância, a ocorrência de punições e sanções, a trapaça. Há muitos anos a Psicologia vem mostrando que nós, humanos, somos não apenas animais sociais, mas também animais grupais. Por essa razão, é fácil induzir o favorecimento de grupos com os quais nos identificamos e a hostilidade em relação àqueles que consideramos como rivais. Nossas pesquisas e aquelas de outros pesquisadores sugerem que essas predisposições têm suas raízes em nosso passado ancestral, que favoreceu a aptidão daqueles que as possuíam. Atualmente, embora o ambiente seja muito diferente daquele experimentado por nossos ancestrais, várias dessas predisposições permanecem e influenciam nosso comportamento. Em função de nossa predisposição em nos filiarmos a grupos, os marcadores sociais associados a eles, sejam os de escolha, como religião, time de futebol, ou aqueles próprios ao indivíduo, como etnia e naturalidade, afetam nossas escolhas de parceiros de associação e cooperação.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Uma questão anterior àquela da associação diz respeito à classificação que fazemos dos indivíduos e que resulta na atribuição de pertinência a grupos. Estamos trabalhando essa questão usando a variável etnia e contrapondo-a à questão de coalizão de grupo, e nossos resultados até o momento sugerem que a composição étnica e social do local em que as pessoas vivem afetam essa classificação.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Ainda no tema de comportamento pró-social, avaliamos a cooperação com o grupo em crianças, em situação de jogos públicos. Investigamos a influência de variáveis tais como tamanho de grupo, vigilância e feedback positivo e negativo no comportamento pró-social.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Outro tema que investigamos bastante até alguns anos atrás e estamos retomando é o do comportamento alimentar. O que comemos é fortemente influenciado pelo nosso passado evolutivo, caracterizado por escassez ou, pelo menos, irregularidade da disponibilidade de alimentos. Essas condições deram oportunidade para um tipo de comportamento que Rozin chama do dilema do onívoro, que consiste na relutância em experimentar alimentos novos, pois alimentos novos no nosso passado ancestral podiam ser tóxicos, mas, por outro lado, a tentação de incorporar novos itens à dieta, frente à escassez regular ou sazonal de alimentos. Atualmente, a probabilidade de ingerirmos alimentos tóxicos entre os disponíveis é muita baixa, mas muitos indivíduos apresentam uma reação neofóbica a alimentos não familiares, e recusam-se a ingeri-los. Investigamos quais as condições que favorecem essa reação e quais a atenuam. Ainda dentro do comportamento alimentar, a obesidade é um comportamento frequente e induzido, entre outros fatores, por nossa tendência a preferir alimentos calóricos, principalmente aqueles ricos em gordura e açúcares, novamente uma predisposição moldada em ambientes nos quais esses tipos de alimentos eram escassos. É claro que hoje, com supermercados à disposição isto não é mais verdade, e a facilidade em conseguir esse tipo de alimentos resulta em obesidade e em doenças que Nesse e Williams chama de doenças da civilização. Estamos retomando esta linha atualmente com o objetivo de investigar o <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">craving</em>, e seus fatores desencadeantes.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como o altruísmo faz sentido a partir da ótica evolucionista? Não seria evolutivamente mais vantajoso agir apenas em nosso favor?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Esta foi uma questão que preocupou tanto ao Darwin, que ele chegou a acreditar que ela seria o fim de sua teoria. Ela começou a ser resolvida por Hamilton, que propôs a seleção de parentesco, que diz que ajudamos nossos parentes porque isto equivale, dependendo de quantos parentes são ajudados e de nosso grau de parentesco com eles, a ajudar a nós mesmos. Isto acontece porque, do ponto de vista evolutivo, quando falamos em altruísmo estamos nos referindo a capacidade de passar nossos genes para a próxima geração. Portanto, podemos ser altruístas do ponto de vista moral (ou próximo) e ao mesmo tempo egoístas do ponto de vista evolutivo (ou distal). É o que acontece quando ajudamos nossos parentes.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Mais tarde, Trivers apresenta a hipótese do altruísmo recíproco, que explica o comportamento altruísta dirigido a não parentes. Segundo esta teoria, em espécies com longo tempo de vida e boa capacidade de memória, como é o caso dos humanos, haveria a possibilidade de prestar favores a indivíduos não aparentados na expectativa de uma retribuição futura. A capacidade de memória nos permitiria lembrar e reencontrar nossos devedores, e o longo tempo de vida, oportunidades de cobrar nossas dívidas. Dessa maneira, como na seleção de parentesco, ao ajudar outros estaríamos ajudando a nós mesmos.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Porém, nem só da retribuição direta vive o homem. Na realidade, vivemos em grande parte de nossa reputação, ou do altruísmo indireto, que nada mais é do que praticar uma boa ação na frente de uma audiência interessada. Vários estudos têm demonstrado (dentre os quais os excelentes trabalhos de Milinski) que ao exibir nossa boa vontade e disposição para cooperar, atraímos a boa vontade e a cooperação de outros, que reagem a nossa boa reputação.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É importante destacar que a maior parte dessas ações não são planejadas de forma maquiavélica ou calculista. Embora alguns indivíduos possam se aproveitar de nossa tendência a cooperar com parentes, a retornar favores e boas ações ou a cooperar com aqueles que temos em alta conta, na maior parte das vezes agimos assim porque consideramos que essa é a maneira correta de agir. Ou seja, seguimos predisposições que foram selecionadas durante nosso passado evolutivo e reforçadas pelas regras da vida social, razão pela qual somos o que Wright chama de animais morais. Ao agir dessa forma, ao nos comportarmos altruisticamente, favorecemos outras pessoas, somos éticos, mas também aumentamos as chances de sermos, nós mesmos, os receptores do altruísmo de outros. Portanto, nosso altruísmo é em grande parte egoísta, do ponto de vista biológico.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Alguns autores argumentam que a religião, e que, em especial, os rituais religiosos, surgiram, entre outros motivos, como uma solução para o problema social da não cooperatividade (<em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">e.g.</em> trapaceiros), como os proponentes da teoria da sinalização dispendiosa (<em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">costly signaling theory</em>). Nesse sentido, qual é a relação entre a religião e a cooperação?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Há dois argumentos, na abordagem evolucionista, para o aparecimento da religião na espécie humana: a hipótese adaptacionista, descrita em sua pergunta, e a hipótese do <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">spandrel</em>, que sugere que a religião é um subproduto da mente evoluída.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A primeira hipótese faz todo sentido, pois uma das questões mais complicadas da vida social, até hoje, é evitar que outros se aproveitem de sistemas sociais que deveriam beneficiar apenas seus membros. Uma boa parte das normas sociais, até os dias atuais é dedicada a estabelecer obrigações e prever punições aos que não as cumprem. Nossos ancestrais provavelmente tiveram que lidar com esses mesmos problemas e a religião pode ter cumprido uma função adaptacionista ao estabelecer rituais de entrada e de manutenção tão custosos, que só valeria a pena cumpri-los caso houvesse um real comprometimento. Trapaceiros evitariam passar por experiências dolorosas ou de privação incluídas nesses rituais, e isto permitiria selecionar aqueles que realmente estariam identificados com o grupo.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A segunda hipótese sugere que a religião é um subproduto do crescimento exacerbado do cérebro humano, que deu margem ao desenvolvimento de mecanismos que favoreceriam o desenvolvimento de explicações sobrenaturais. Mais especificamente, Pascal Boyer, em seu livro <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Religion Explained</em>, sugere o desenvolvimento de mecanismos tais como: o de detecção de agentes, que levaria a imaginar agentes por trás de eventos difíceis de ser explicados, como relâmpagos e trovões, e à proposição de suas causas a agentes sobrenaturais; à melhor memória para eventos minimamente contra intuitivos, o que estaria de acordo com deuses antropomórficos à semelhança dos humanos, porém mais poderosos; e mecanismos de prevenção de perigo, que poderiam ter levado ao desenvolvimento de rituais religiosos como forma de prevenir males futuros.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Evidências têm sido obtidas para as duas hipóteses, porém não foi possível, até o momento, descartar nenhuma delas. Fala a favor da hipótese adaptacionista o fato de que grupos religiosos, especialmente aqueles que são mais estritos e/ou minoritários, demonstrarem alto grau de cooperação entre seus membros. Porém, outros grupos, não religiosos, também mostram disposição para cooperar, até mesmo grupos não estruturados, como o de ateus.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Portanto, existe claramente uma relação entre religião e cooperação, porém essa relação não é universal. Há grupos religiosos mais “frouxos”, nos quais a pertinência ao grupo não age necessariamente como referência para seus seguidores, e, por outro lado, há grupos não religiosos que mostram essa disposição, como grupos políticos (a história recente da União Soviética seria um exemplo interessante de analisar).</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Prefiro pensar que a religião e cooperação estão relacionadas, da mesma maneira como a cooperação pode ser favorecida em outros grupos, não religiosos. Isto fala muito mais a favor de, como espécie, mostrarmos uma tendência a fazer parte de grupos do que a sermos religiosos.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Você tem investigado recentemente alguns aspectos relacionados à moralidade, à formação de grupos e à cooperação em crianças. Você poderia comentar um pouco sobre essa sua pesquisa e sobre como estes fenômenos sociais interagem?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Desde que a Psicologia começou a se interessar pelo comportamento moral a questão de quando ele aparece, durante o desenvolvimento, esteve presente. Somos naturalmente morais ou aprendemos a nos comportar moralmente? Na realidade, estudos recentes sugerem que as duas coisas acontecem. Os trabalhos de Paul Bloom, Karen Wynn e sua equipe na universidade de Yale, mostram que existe um senso moral desde muito cedo. Dois pontos a destacar aqui: primeiro, isto é muito diferente do que a Psicologia tradicional tem afirmado sobre o desenvolvimento da moralidade, sugerindo que nascemos animais amorais (ver, por exemplo, Piaget e Kohlberg); em segundo lugar, estas descobertas poderiam sugerir que a socialização não é importante no desenvolvimento da moralidade. Na realidade, como eu havia mencionado antes, os dois aspectos se complementam.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Todos, independente do tipo de criação que recebemos ou da cultura na qual vivemos, temos, desde muito cedo, algum senso do certo e do errado, do justo ou do injusto. No entanto, a cultura e a criação constroem sobre e modelam esta nossa predisposição. A moralidade, tal como a conhecemos e que a maioria de nós exerce, é uma síntese de predisposições biológicas e da socialização. Ela está solidamente fundada em um aparato básico que faz com que os bebês, nos estudos citados acima, prefiram os bichinhos e objetos que ajudam e são gentis em relação aos que atrapalham ou são maus. Mas a moralidade é mais do que isso – ela também é o produto da nossa cultura e de normas que são comunitariamente acordadas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Nesse sentido, o que entendemos por comportamento moral ou altruísta na perspectiva evolucionista, pode ser bastante diverso daquilo que se chama comportamento moral em outras áreas ou disciplinas. Estamos interessados nos impactos desses comportamentos sobre a aptidão individual, e por essa razão, comportamentos que são genuinamente morais ou altruístas do ponto de vista ético podem não o ser do ponto de vista evolutivo. Crianças e outros indivíduos indefesos ou desprotegidos são frequentemente o alvo de comportamentos de ajuda e solidariedade. Crianças, principalmente aquelas que parecem mais desprotegidas, fracas ou aquelas que têm características infantis mais pronunciadas, frequentemente induzem comportamentos de ajuda e proteção. Porém, isto acontece principalmente quando o protetor é um adulto. Resultados iniciais de um estudo que estamos desenvolvendo sugerem que crianças mais velhas não se mostram tão complacentes em relação a crianças mais jovens. Portanto, este é um padrão de comportamento que se desenvolve ao longo da vida e sofre o efeito da socialização, como enfatizei acima.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Investigamos também se crianças de 6 a 11 anos cooperavam com seu grupo, abrindo mão de uma recompensa imediata em favor de uma recompensa maior mais tarde. Descobrimos que elas tem maiores chances de fazer isto quando algumas circunstâncias estão presentes, como um grupo pequeno e mais vigilante, um<em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">feedback</em> relativo ao comportamento do grupo, entre outras. Tal como adultos, crianças avaliam as condições presentes, e decidem qual a melhor estratégia.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Finalmente, investigamos também o efeito do grupo de pertinência sobre a generosidade. Vimos que grupos religiosos ou ateus tendem a ser mais generosos com seu pares, e igualmente generosos (ou pouco generosos) com outros indivíduos. A ideia de fazer o bem sem olhar a quem, tão cara a algumas religiões, não parece se manter – fazer o bem sim, porém com uma seleção muito cuidadosa de quem recebe o benefício. Este é um comportamento de favorecimento do grupo, bastante estudado em psicologia social. Acrescentamos uma explicação mais ampla, baseada no modo de vida ancestral, quando nossos ancestrais dependiam de seu grupo para sobrevivência e temiam estranhos. Considero que esta abordagem complementa as explicações dadas pela psicologia social, inserindo na equação as predisposições biológicas, que irão modular a expressão do comportamento.<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como surgiu o seu interesse pela sua área de pesquisa?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Fiz minha formação pós-graduada na área de comportamento animal. Meu interesse pelo estudo do comportamento animal foi despertado ainda na graduação. Trabalhei muitos anos com saguis, peixes e golfinhos. Na realidade, as perguntas que fazemos em relação aos humanos, na abordagem evolucionista, são as mesmas que fazemos para as outras espécies. Claro que há, eu não diria complicadores, mas especificidades. Folley diz que somos apenas mais uma espécie única, e eu não poderia concordar mais. Pelo fato de ser psicóloga e orientar vários psicólogos, a ampliação de minha área de trabalho incluindo humanos foi uma coisa natural. Continuo até hoje interessada em estudar saguis, que são animais extremamente interessantes, e faço também alguns trabalhos com peixes.<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">É difícil ser um pesquisador em psicologia no Brasil?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Esta resposta é necessariamente comparativa. Eu vivi os anos difíceis da pesquisa no Brasil, quando os recursos eram poucos e o trabalho, principalmente na área de humanas e sociais, pouco valorizado. Hoje temos recursos, temos laboratórios temos reconhecimento e, principalmente, temos uma mudança de mentalidade no que diz respeito a pesquisa. Ela deixou de ser considerada, pelos nossos dirigentes, como um artigo supérfluo e de luxo, principalmente nas ciências humanas e sociais. É claro que há dificuldades inerentes ao trabalho do pesquisador, mas essas dificuldades todos nós enfrentamos.<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Existem mudanças que facilitariam o seu trabalho?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Claro! Fazer pesquisa em uma universidade pública tem muitas vantagens, mas lidamos com a lentidão paquidérmica da burocracia estatal. Costumo dizer que às vezes é mais difícil gastar os recursos do que consegui-los. Outro entrave são os comitês de ética, formados for pessoas bem intencionadas mas mal informadas, que equiparam estudos altamente invasivos e potencialmente danosos com estudos que utilizam um questionário. Além disso, algumas vezes acreditam que devem dizer ao pesquisador que metodologia utilizar sem sequer conhecer a área de trabalho em exame. Isto tem atrasado e prejudicado imensamente o trabalho do pesquisador em ciências humanas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Qual foi o melhor conselho que você já recebeu?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Mais do que conselhos, o que me ajudou foram exemplos de conduta. De meu orientador, que nunca teve medo de arriscar e sair de sua zona de conforto, para tocar uma investigação inovadora e de resultados altamente incertos. De meus colegas, que nos tempos mais difíceis persistiram fazendo pesquisa e tentando publicar, contra todos os empecilhos.<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Você recomenda alguma leitura para quem se interessa pela sua área?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Eu recomendaria o livro que editei junto com a professora Emma Otta, da USP,<em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Psicologia</em> <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Evolucionista</em>. Porém (e coloque isto na conta das dificuldades), com a edição completamente esgotada, a editora nos avisou que não irá reimprimir o livro por não haver um retorno comercial adequado. Felizmente, há vários outros livros, a maioria traduzidos, interessantes e valem a pena ser lidos, como os de Frank de Waal, Matt Ridley e outros. Claro que se o interesse é mais acadêmico, há necessidade de recorrer aos papers, que são mais atualizados e rigorosos. Publicamos em 2010 um dossiê na revista <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Estudos de Psicologia</em> que também pode servir de referência a quem quer um primeiro contato com a área.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
—</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #333333;">Esta série de entrevistas é uma parceria entre os blogs </span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/" target="_blank"><span style="color: #990000;">SocialMente</span></a><span style="color: #333333;"> e </span><a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Cogpsi</span></a><a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" style="color: #598527;" target="_blank">.</a><span style="color: #333333;"> Visite-nos para conhecer um pouco mais sobre psicologia!</span></div>
Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-71079051748862759472012-08-31T11:45:00.001-03:002012-08-31T11:45:41.808-03:00Psicologia Brazuca: Gerson A. Janczura e a memória<div class="wp-caption alignleft" id="attachment_2902" style="width: 192px;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/08/Gerson-AJ.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" class="size-full wp-image-2902" height="229" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/08/Gerson-AJ.png" title="Gerson AJ" width="182" /></a><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">O professor <a href="http://lattes.cnpq.br/3824108545465872">Gerson A. Janczura</a>
estuda a memória humana no Laboratório de Processos Cognitivos da
Universidade de Brasília (UnB). Sendo um dos pioneiros da área, Gerson
teve um papel importante na introdução e expansão da psicologia
cognitiva no Brasil. Nesta entrevista que ele gentilmente nos cedeu, o
professor explorou um pouco do conhecimento que possuímos hoje acerca de
como a memória humana funciona, de como somos capazes de formar
memórias falsas, das intervenções práticas que a psicologia cognitiva
pode subsidiar e das dificuldades que a psicologia cognitiva enfrenta
para ganhar espaço no Brasil.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png"><img alt="" class="aligncenter size-medium wp-image-1760" height="216" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca-620x216.png" title="psicologia brazuca" width="620" /></a></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span id="more-2901"></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Gerson, você poderia nos falar brevemente sobre os projetos de pesquisa que você tem conduzido no seu grupo de pesquisa? </strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">A maioria dos projetos desenvolvidos no
Laboratório de Processos Cognitivos/UnB estão associados à investigação
da Memória Humana. Duas questões centrais de interesse orientam os
projetos: a primeira se relaciona à representação mental do conhecimento
na memória e, a segunda, sobre a interação entre a Memória e outros
Processos Cognitivos. Seguem alguns projetos em andamento:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">1) <em>Normas de Associação Semântica</em>:
este projeto está mapeando as redes associativas de material verbal
(palavras) que incluem medidas de força associativa, tamanho do
conjunto, conectividade e ressonância. A produção deste material
permitirá investigar as influências de mecanismos implícitas (e.g.,
priming) em medidas de memória diretas e indiretas, assim como a sua
influência em outros processos cognitivos como o Raciocínio Lógico e a
Categorização.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">2) <em>Categorização e Memória</em>:
investiga o efeito de mecanismos da memória no desempenho de tarefas
que envolvem conceitos e categorias, classicamente conhecidas como
“aprendizagem de conceitos”. As questões de interesse se relacionam à
aquisição e representação mental de conceitos naturais e artificiais, o
efeito da tipicidade em tarefas de classificação, o efeito da força do
traço e outras dimensões representacionais em problemas que envolvem o
raciocínio dedutivo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">3) <em>Dicionário de Verbetes da Memória</em>:
este projeto está sendo desenvolvido junto ao GT da ANPEPP “Memória:
Modelos, pesquisa básica e aplicações” que congrega 9 pesquisadores
vinculados a sete universidades no Brasil e Portugal. O livro
apresentará mais de 300 verbetes sobre a teoria e pesquisa sobre a
Memória, assim como termos da Ciência Cognitiva.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">4) Projetos desenvolvidos junto aos alunos do Mestrado ou Doutorado:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">a. <em>Treino da Memória para Idosos</em>:
Este projeto visa desenvolver um programa de intervenção e avaliação da
memória para idosos focalizando a reabilitação das funções mnemônicas e
a aquisição de estratégias de enfrentamento do comprometimento
observado nesta etapa do desenvolvimento humano.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">b. <em>Processo de facilitação e inibição na memória implícita de idosos</em>:
O projeto investiga o desempenho da memória na terceira idade verbal
focalizando o papel das etapas de processamento implícito no acesso à
informação em tarefas que solicitam a recuperação direta do material
auxiliada por pistas.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">c. <em>O desempenho de enxadristas em função da especialização e fases do jogo:</em>
Este projeto se insere no campo da Resolução de Problemas e Expertise
pretendendo colaborar na compreensão das diferenças entre novatos e
especialistas, assim como no curso do desenvolvimento da especialização.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">d. <em>Programa de Reabilitação de Indivíduos com Lesão do Plexo</em>:
O objetivo deste projeto é desenvolver um programa de intervenção,
baseado em técnicas imagísticas e atividades fisioterápicas, para
indivíduos que sofreram a lesão do plexo e, em conseqüência, têm os
movimentos do braço respectivo comprometido.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>E quais são os projetos de pesquisa para o futuro?</strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Geralmente, os projetos desenvolvidos
pelos pesquisadores estão inseridos em Programas de Pesquisa. No
Laboratório de Processos Cognitivos da UnB desenvolvemos estudos em dois
grandes programas de pesquisa: um programa direcionado ao
desenvolvimento de intervenções relacionadas a diferentes tipos de
dificuldades cognitivas (por exemplo, problemas relacionados à memória),
e outro programa voltado para a pesquisa básica (por exemplo,
desenvolvimento da expertise, investigação de dificuldades de leitura,
fatores que influenciam o desempenho da memória). Estes programas de
pesquisa interagem, isto é, promovemos uma troca entre as pesquisas
básica e aplicada.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Como surgiu o seu interesse pela sua área de pesquisa? </strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Meu interesse na pesquisa psicológica
iniciou na época da graduação. Na ocasião, atuava como monitor do
Laboratório de Aprendizagem Animal na PUCRS. Este interesse foi se
consolidando quando passei a coordenar o Laboratório de Percepção e
Psicofísica na mesma IES, e desenvolvi minha primeira pesquisa no campo
da Percepção e Psicofísica investigando a Ilusão de Myller-Lyer. Na
mesma época, fui convidado para colaborar na montagem do Laboratório de
Aprendizagem Animal da UCS/RS. Naquele período não tinha, ainda, entrado
em contato com a Psicologia Cognitiva Experimental. O primeiro contato
com a área ocorreu quando fiz o mestrado na UnB, na década de 1980. No
início do mestrado esperava desenvolver a pesquisa de conclusão seguindo
a abordagem da Análise Experimental do Comportamento. Entretanto,
experienciava muitas dúvidas e insatisfações teóricas, metodológicas e
empíricas com esta perspectiva. Minhas críticas eram semelhantes àquelas
relatadas na história da Psicologia Cognitiva nas décadas de 1950 e
1960. Durante o mestrado tive a oportunidade de conhecer a abordagem do
processamento da informação e desenvolver minha pesquisa no campo da
representação mental do conhecimento.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Alguns dos seus projetos indicam
que o conhecimento produzido pela psicologia cognitiva tem permitido o
desenvolvimento de intervenções efetivas em indivíduos com prejuízos na
memória (e.g. idosos). Conte-nos um pouco sobre este tipo de aplicação
da psicologia cognitiva e como tem sido a sua experiência com estas
aplicações.</strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Desenvolvemos um programa de intervenção
e avaliação da memória para idosos institucionalizados. Nossa motivação
era promover qualidade de vida de um grupo que tem recebido pouca
atenção. Os procedimentos, desenvolvidos em sessões com 60 minutos, duas
vezes por semana durante quase quatro semanas, evidenciaram que a
intervenção melhorou o desempenho em testes de memória. Além disso, foi
verificado que os idosos também obtiveram uma avaliação melhor em testes
de avaliação neuropsicológica após o treinamento. Os procedimentos
implementados no treino de memória foram delineados a partir do
conhecimento científicos acerca dos processos da memória e dos fatores
que podem favorecer ou dificultar o seu desempenho. Esta proposta será,
agora, estendida e ampliada para idosos sem comprometimento cognitivo
severo. O termo “envelhecimento cognitivo normal” está associado às
características cognitivas observadas na terceira idade que não são
atribuídas a condições patológicas como, por exemplo, a Doença de
Alzheimer.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Outra derivação tecnológica que estamos
desenvolvendo se apóia em estudos experimentais e clínicos sobre a
influência da imagística no indivíduo. Pesquisas e a prática clínica têm
evidenciado que o uso de imagens mentais pode afetar o comportamento
humano e o próprio funcionamento cerebral. Este fato pode ser útil no
programa de intervenção que estamos desenvolvendo, baseado em técnicas
imagísticas e atividades fisioterápicas, para indivíduos que sofreram a
lesão do plexo e, em conseqüência, têm os movimentos do braço(s)
respectivo comprometido. A origem desta lesão é, usualmente, acidentes
com motocicletas sendo que a maioria dos pacientes com esta condição é
homem. Este projeto se encontra em avaliação pelo Comitê de Ética, e
será brevemente iniciado. Ou seja, pacientes com esta condição serão
submetidos a um programa de exercícios mentais associados a fisioterapia
durante um conjunto de sessões. Nossa expectativa é que estes pacientes
alcançarão maior recuperação dos movimentos comparados aos pacientes
que somente receberão a fisioterapia.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Como você avalia as implicações do avanço das neurociências no estudo de aspectos cognitivos e comportamentais?</strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">As neurociências têm impactado muito
positivamente as hipóteses cognitivas sobre o comportamento humano. As
evidências produzidas, por exemplos, pelas técnicas de neuroimagem têm
confirmado muitas afirmações sobre o funcionamento da mente e
evidenciado a necessidade de compreendermos e investigarmos os fenômenos
psicológicos em, pelo menos, dois níveis: o nível neurológico e o nível
cognitivo. Estes níveis interagem impondo limites mutuamente, tanto no
comportamento quando nos modelos teóricos propostos pelos pesquisadores.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Considerando o panorama atual na psicologia cognitiva, o que nós sabemos hoje sobre o que é a memória e como ela funciona?</strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Trata-se de uma pergunta ambiciosa. A
investigação científica da memória começou há mais de 100 anos e tem
produzido uma vasta literatura científica que se dedica a relatar nosso
conhecimento sobre a memória do ponto de vista cognitivo. Tentarei
apontar alguns aspectos que considero relevantes. A memória é uma
propriedade do cérebro que permite ao indivíduo manter sua história de
aprendizagem ao longo do tempo. Sabemos que vários fatores influenciam a
aquisição, retenção e recuperação destes conteúdos. Isto significa que o
desempenho da memória pode ser beneficiado ou comprometido por
diferentes processos, ou momentos, que designamos de codificação,
armazenamento e recuperação. Estes fatores incluem as características da
informação a serem memorizadas, as diferenças individuais, a natureza
do teste de memória, as estratégias administradas pelo indivíduo no
momento da memorização e da recuperação, como a informação é apresentada
para memorização, o tempo decorrido entre a experiência e sua
lembrança, entre outros fatores. Mas, é importante destacar que, além de
suas contribuições individuais, as variáveis que afetam as diferentes
etapas podem interagir influenciando a probabilidade de lembrarmos-nos
de experiências e conhecimentos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Um fator que mudou nossa compreensão
sobre o funcionamento da memória foi relatado em vários estudos
experimentais na década de 1970 com amnésicos e indivíduos sem danos
aparentes de memória. Estes estudos mostraram que a chance de um
amnésico lembrar informações também era influenciada pela maneira como
aqueles pacientes eram testados. Demonstrou-se que os pacientes
registravam experiências anteriores mesmo que não tivessem consciência
destas no momento em que a memória era avaliada e, apesar disto, aquelas
informações estavam influenciando seu comportamento atual. Estes
resultados são semelhantes em indivíduos com memória intacta, ou seja,
formamos nossas memórias com e sem a participação da consciência e
evocamos informações com e sem intenção consciente. Atualmente, nossa
compreensão sobre a memória contempla mecanismos conscientes
(denominados de processos estratégicos) e inconscientes (denominados de
processos automáticos). Neste sentido, a memória também se refere às
influências dos conteúdos conscientes e inconscientes e dos mecanismos
estratégicos e automáticos sobre o comportamento humano.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sabemos que este funcionamento está
sujeito a falhas incluindo esquecimentos temporários, esquecimentos
parciais, e falsas lembranças (ou, falsas memórias). Estes fatos têm
sido discutidos em função do caráter construtivo ou reconstrutivo da
memória e têm influenciado nossa compreensão sobre diversos fenômenos
cotidianos como a testemunha ocular e o depoimento assistido de
crianças.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Além dos avanços na compreensão dos
processos da memória, a pesquisa tem contribuído na concepção da memória
como um sistema. Evoluímos do modelo clássico de um armazenador breve
de experiências imediatas (i.e., Memória de Curto-Prazo) para um modelo
mais satisfatório (i.e., Memória de Trabalho) que atende às demandas e
complexidade das tarefas momentâneas. Vários modelos
teórico-experimentais (e.g., MATRIX, PIER2, Modelos Conexionistas,
TODAM, ACT*, CONJOINT RECOGNITION, MINERVA, CHARM) estão sendo testados e
aprimorados para respondermos às questões fundamentais sobre como o
conhecimento é armazenado, como é representado e retido durante longos
períodos de tempo (i.e., Memória de Longo-Prazo).</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Os comentários acima mencionaram, muito
brevemente, apenas detalhes sobre nosso conhecimento atual sobre a
memória humana. Vários campos de estudos que não citei incluem avanços
nos temas: metamemória, memória sensorial, memória não-declarativa,
memória episódica, memória autobiográfica, memória para o espaço e
tempo, memória semântica, memória visual, desenvolvimento da memória,
distúrbios da memória, memória na terceira idade, memória prospectiva,
métodos de investigação da memória, e neurociência da memória.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>O testemunho de pessoas que
presenciaram determinados episódios (como um assassinato) pode ter um
peso considerável no julgamento de um caso. Entretanto, muitas pesquisas
na psicologia cognitiva indicam que modificamos frequentemente nossas
memórias episódicas quando as recuperamos. Podemos confiar na nossa
capacidade de recuperar estes episódios passados? </strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">A observação de que o indivíduo pode
gerar falsas memórias não implica que toda recordação seja falha, ou que
devemos desconfiar de todas as nossas lembranças. As falsas memórias
podem se relacionar a episódios específicos e traumatizantes, como um
assassinato, mas também podem refletir experiências comuns do cotidiano.
Entretanto, a maioria de nossas recordações é acurada. É importante
lembrar que a memória não atua independentemente de outros processos
mentais como, por exemplo, o raciocínio, a atenção. Isto significa que
uma recordação pode sofrer o “filtro” de outras atividades mentais
levando o indivíduo a concluir que determinada memória é falsa,
verdadeira ou duvidosa. Além disso, não podemos excluir a contribuição
de outros componentes da experiência humana como, por exemplo, a emoção e
sua relação com a cognição.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>É difícil ser um pesquisador em psicologia no Brasil? </strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sim, é difícil. A pesquisa de ponta
sobre a cognição humana é cara. Considere, por exemplo, que cada vez
mais a pesquisa têm se apoiado em variáveis biológicas. Tanto as
variáveis cognitivas quanto as biológicas demandam especialização
metodológica de alto custo operacional. Como coletar dados de imagem
cerebral sem a aparelhagem apropriada (RMF, fMRI, etc)? Outra
dificuldade se relacionada à escassez de especialistas na área no país e
ao ensino desta abordagem. Quantos cursos de graduação incluem
Psicologia Cognitiva nos cursos de graduação? Quantos cursos de
pós-graduação têm linhas de pesquisa e programas de pesquisa nesta
abordagem? Apesar de esta perspectiva teórico-metodológica estar
consolidada em outros países há muitas décadas, no Brasil somente mais
recentemente a área cognitiva tem logrado participação e reconhecimento
na comunidade científica e nos meios acadêmicos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Qual foi o melhor conselho que você já recebeu? </strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"> Um dos conselhos mais úteis que recebi
durante meu doutoramento foi sempre “fazer o melhor possível em minhas
tarefas”. Este conselho foi dado pelo meu orientador, Dr. Douglas L.
Nelson da University of South Florida/USA, lá nos anos 1990.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><strong>Você recomenda alguma leitura para quem se interessa pela sua área?</strong></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Vários livros sobre a área já estão
disponíveis no Brasil. Se a pessoa não tem familiaridade com a área
sugiro que leia um manual ou livro texto. Um panorama amplo da área é
oferecido por:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Sternberg, R.J. (2010). <em>Psicologia Cognitiva</em> (Tradução da 5a.ed.). São Paulo: CENGAGE.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">- John R. Anderson (2004), <em>Psicologia Cognitiva e suas Implicações Experimentais</em>, 5a. Edição, Editora LTC.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Matlin, M. (2004). <em>Psicologia Cognitiva</em>. 5. ed. São Paulo: LTC.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Se a pessoa tem interesse em Terapia Cognitiva, sugiro que inicie com a leitura de:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Beck, J. S. (1997). <em>Terapia Cognitiva: Teoria e Prática</em>. Porto Alegre: ARTMED.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">—</span></span></div>
<span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: small;">Esta série de entrevistas é uma parceria entre os blogs <a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/" target="_blank">SocialMente</a> e <a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" target="_blank">Cogpsi.</a> Visite-nos para conhecer um pouco mais sobre psicologia</span></span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-30448256706548682612012-08-22T10:58:00.000-03:002012-08-22T11:27:32.815-03:00Psicologia BR: Mônica, a neuropsicologia e o TDAH<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/08/monica2.png" style="-webkit-transition: color 50ms ease-in; color: #598527; text-decoration: none;"><img alt="" class="alignleft wp-image-2889" height="234" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/08/monica2.png" style="background-color: transparent; border: none; float: left; height: auto; margin: 5px 10px 10px 0px; max-width: 545px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: bottom;" title="monica2" width="168" /></a><a href="http://lattes.cnpq.br/9118075016908696">Mônica C. Miranda</a> é pesquisadora pela Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (AFIP), formada em Psicologia pela Universidade São Marcos e possui Mestrado e Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo. É orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde e Pesquisadora do Depto de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. Coordena o Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar (NANI) do <a href="http://www.cpnsp.com.br/default.php?p=&p=principal.php">Centro Paulista de Neuropsicologia</a>. Mônica é também uma das autoras do livro <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.memnon.com.br/loja/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=9">Neuropsicologia do Desenvolvimento: conceitos e abordagens</a></em>, publicado em 2006. Além disso, ela também é uma das organizadoras do livro <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Neuropsicologia do Desenvolvimento: Transtornos do neurodesenvolvimento</em>, que será publicado em outubro de 2012 pela Editora Rubio. Nesta entrevista, a Mônica ofereceu a sua perspectiva, enquanto uma profissional da área, sobre as recentes polêmicas envolvendo o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), além de comentar sobre os seus projetos de pesquisa. Façam bom proveito!</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png" style="color: #598527;"><img alt="" class="aligncenter size-medium wp-image-1760" height="216" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca-620x216.png" style="background-color: transparent; border: none; display: block; height: auto; margin: 0px auto; max-width: 545px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: bottom;" title="psicologia brazuca" width="620" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span id="more-2886" style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Mônica, você pode nos contar um pouco sobre os projetos de pesquisa que você está desenvolvendo em seu grupo de pesquisa atualmente e sobre os projetos que estão a caminho?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
As pesquisas que eu estou envolvida atualmente dizem respeito a duas linhas principais: a primeira se refere a desenvolvimento/normatização de instrumentos de avaliação neuropsicológica na infância, levando em consideração as características socioeconômicas e culturais na infância; a segunda linha é de diagnóstico, intervenção e prevenção nos distúrbios do neurodesenvolvimento.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como surgiu o seu interesse pela sua área de pesquisa?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A Universidade São Marcos, na qual fiz o curso de Psicologia, oferecia um curso com base na Psicanálise que me fascinou a princípio e me fez pensar em buscar a especialização nessa área, e a área clínica me parecia o caminho mais “lógico”; iniciei, a partir do 5º ano, os estágios clínicos, obrigatórios e opcionais, mas um dos estágios opcionais, atendimento psicoterápico a crianças com obesidade, mostrou-me outros caminhos. As crianças eram encaminhadas pela Disciplina de Nutrologia da UNIFESP, onde tinham acompanhamentos com médicos, nutricionistas, entre outros, e nossa atuação era a intervenção psicológica. Nesses atendimentos descobri o quanto era fascinante, e ao mesmo tempo inquietante, lidar com esses quadros. Inquietante porque percebia haver não só fatores psíquicos que determinavam esse quadro, mas também outros fatores os quais eu ainda não conseguia denominar na época, pelo pouco conhecimento. Essa inquietude me fez buscar a especialização na área da saúde, especificamente na UNIFESP devido à parceria com a Universidade São Marcos, no trabalho com as crianças com obesidade. Ao receber uma indicação de uma vaga de estágio no Departamento de Psicobiologia, iniciei o contato com a pesquisa científica, bem como com a neuropsicologia, ambas desconhecidas para mim. A neuropsicologia se tornou minha paixão exatamente por estudar as interações entre os fatores neurobiológicos e psicológicos.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em relação à sua primeira linha de pesquisa, como se dá essa relação entre avaliação neuropsicológica e características sócio-econômicas? As características sócio-econômicas podem influenciar o desenvolvimento neurocognitivo (e até que ponto se dá essa influência)?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A avaliação neuropsicológica na infância é fundamental na definição de vários diagnóstico, e assim as diversas técnicas (testes, instrumentos) de avaliação precisam ter dados padronizados levando em consideração se há ou não a influencia de fatores socioeconômicos e culturais. O que isso quer dizer? que esse é um fenômeno complexo, não basta utilizarmos testes que tenham padrão de desempenho internacionais se não soubermos até que ponto esse desempenho sofre a influencia dessas variáveis. Por exemplo, vimos que em algumas culturas determinadas habilidade (verbais, por ex.) podem ser mais estimuladas, e ainda que em ambientes menos favorecidos economicamente essas mesmas habilidades verbais, como no caso da aquisição de vocabulário, podem se desenvolver de forma diferente. Veja que utilizo o termo 'diferente' e não 'pior' ou 'melhor', pois seria muita imprudência qualquer afirmação disso, na medida em que, como eu disse antes, o fenômeno ambiental é algo complexo e não totalmente entendido, ou seja, o que nesse ambiente em que a criança cresce e se desenvolve poder ser prejudicial e no que? Outro exemplo, a desnutrição é prejudicial ao desenvolvimento cognitivo, mas quando aliado a extensão desse quadro mais condições de extrema pobreza que potencializam o risco de continuidade da desnutrição. O papel das pesquisas é exatamente esse, determinar o que e como.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tem-se debatido regularmente na mídia sobre o TDAH, sendo que alguns grupos de profissionais questionam a existência deste distúrbio e de outros, os chamando de ‘supostos transtornos’. Qual é a sua posição sobre este tema?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Essa argumentação não se sustenta a luz da comunidade científica. Essa discussão surgiu acerca de 2 anos no Brasil por um grupo de profissionais apoiados pelo Conselho Federal de Psicologia, mas sem nenhuma base cientifica, ou seja, essa discussão se apoia em concepções teóricas e ideais que já foram contestadas pela comunidade cientifica brasileira por não terem nenhuma base cientifica.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Por exemplo, uma carta emitida e publicada pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção (www.tdah.org.br), escrita pelo Dr. Paulo Mattos e Dr. Luiz A. Rohde, respeitados pesquisadores brasileiros em TDAH, bem como pela Associação Brasileira de Psiquiatria (www.abp.org.br), traz argumento importantes acerca dessas opiniões. Segue um trecho dessa carta: “<i>Quando você ouve alguém falar que TDAH é uma doença inventada, por mais eloquente que seja o autor desta opinião sem qualquer base científica, ou mesmo a sua titulação (a incapacidade e leviandade sempre foram democráticas: também acometem médicos, psicólogos, etc.), pesquise sobre a veracidade (e a origem) do que está sendo dito (…).</i></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<i>O reconhecimento que se trata de um transtorno neurobiológico que causa prejuízo significativo é inequívoco, com estimativa de prevalência, no mundo inteiro, em cerca de 5,2% de crianças afetadas e que persiste na idade adulta. Há sim estudos como o do Prof. Dr. Marcos Arruda, cujo resumo foi apresentado no </i><span style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">3rd International Congress on ADHD</span><i>, Berlim/Alemanha, e os resultados mostram que muitos diagnósticos são realizados por profissionais que não conhecem os critérios internacionais. Há necessidade de critérios diagnósticos baseados em instrumentos </i><span style="background-color: transparent; border: 0px; font-style: italic; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">gold-standard</span><i>, mas o mesmo estudo ainda aponta que “aproximadamente 1,7 milhões de adolescentes e crianças brasileiras com TDAH nuca foram diagnosticados e 2,5 milhões nunca foram tratados</i>”.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Umas das alegações desse grupo de profissionais é que os critérios diagnósticos baseados nas escalas de comportamento como a SNAP não é critério de doença, “Se você preencher seis das perguntas tem o diagnóstico de déficit de atenção, hiperatividade ou dos dois” (afirmativa desse grupo de profissionais). Porém, a delimitação diagnóstica não se limita apenas aos critérios descritos em escalas de comportamento, mas a uma ampla variedade de comportamentos que são verificados em diferentes contextos que permitirão uma observação mais flexível e dinâmica da criança com TDAH, bem como na avaliação interdisciplinar que poderá afastar outras causas, como as ambientais.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Para finalizar, é um absurdo esse grupo promover esses fóruns sem dar espaço aos pesquisadores da área, pois para mim esses fóruns com uma visão unilateral são uma irresponsabilidade, pois pode negar o direito a essas crianças de tratamento adequado. Essa semana o Instituto ABCD divulgou que a Câmara analisa o Projeto de Lei 3394/12, do deputado Manoel Junior (PMDB-PB), que obriga os estados e municípios a manter programa nas instituições de educação básica para diagnóstico e tratamento de estudantes com dislexia. Outra conquista foi o Edital do ENEM de 24 de Maio desse ano que haverá atendimento DIFERENCIADO aos portadores de dislexia, déficit de atenção, autismo, etc. Sem as pesquisas que mostram as dificuldades dessas crianças essa conquista não teria acontecido e é irresponsabilidade não dar o direito a estes indivíduos de que há um distúrbio e que a culpa não é deles.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Ainda sobre esta polêmica, estes mesmos profissionais têm alegado haver uma prescrição indiscriminada de medicamentos relacionados ao TDAH. Este é um problema real?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Primeiro é importante ressaltar que quando o diagnóstico de TDAH é estabelecido, o uso de medicações é uma estratégia muito útil e necessária para atingir os objetivos dos pacientes. A utilização de medicações não é a regra para todos os casos, particularmente aqueles com sintomas leves e sem repercussões importantes na vida social e acadêmica, mas isso tem que ser analisado caso a caso. Mesmo assim, pode ser necessário medicar esses casos leves e monitorar os efeitos e eficácia.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Sim, houve um aumento de prescrições de metilfenidato (principal medicamento utilizado para tratamento do TDAH), mas isso não significa que está tendo prescrição indiscriminada, e se isso ocorre é devido a um importante fator: em minha opinião há profissionais mal preparados e que saem fazendo “diagnóstico” equivocado de TDAH. Já vi apresentações em congressos (pôsteres, apresentações orais) de profissionais da saúde que são verdadeiros absurdos, pois isoladamente faziam tal “diagnóstico” e ai obviamente pode haver prescrição inadequada de medicamentos.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Outro fator, que destacamos <a href="http://www.cortezeditora.com.br/DetalheProduto.aspx?ProdutoId=%7B033BDFB0-9EC9-E011-BFD2-842B2B1656E4%7D">em nosso livro (ver referência ao final)</a>, é que o TDAH é um transtorno crônico do desenvolvimento, melhor tratado vagarosa e sistematicamente. Isso vai de encontro ao senso de urgência do paciente ao descobrir que tem TDAH – ele busca uma cura rápida, e pode tentar apressar o processo com suas próprias mãos, aumentando as doses muito rapidamente, que pode levar a um curso mais longo de tentativas de tratamento, muitas vezes com diversos medicamentos diferentes e sem a eficácia possível. Por outro lado, muitos médicos relutam em prescrever doses adequadas de medicamentos, o que pode impedir a identificação de uma dose ótima.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Em uma entrevista à Revista Época (edição 2229) o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria afirmou algo muito importante “Podemos discutir se estamos medicando demais, mas dizer que o TDAH não existe ou que a medicação é desnecessária não é o caminho para que isso aconteça”, considera. “E não é comum as pessoas terem TDAH. Se olharmos as estatísticas, 95% das crianças não têm a doença, e não o contrário”.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Os debates devem, sim, acontecer em torno dessa questão, alertando a população que simplesmente não utilizar medicamento em casos de TDAH, principalmente quando há comorbidades psiquiátricas, é um risco à vida desses pacientes. Tivemos vários casos atendidos em nosso núcleo (Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil) em que as mães se recusavam a medicar seus filhos e vimos essas crianças em situação de risco extremo (atravessar a rua correndo muito bem na frente de carros, pulando muros muito altos das escolas, escalando, literalmente, janelas).</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Vou ousar bastante, mas em minha opinião a população deve ser alertada que pode haver diagnóstico realizado por profissionais não tão bem preparados, que pais e/ou pacientes devem procurar profissionais reconhecidos pelas Associações de Classe como a ABP, ABDA. Fazendo uma analogia com a cirurgia plástica, a recomendação do Conselho Federal de Medicina é que os pacientes procurem especialistas em cada área, ou seja, o paciente não deve procurar um cirurgião geral, mas um membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No caso do TDAH muitos pacientes que tomam o remédio podem o estar fazendo sem ter passado por um diagnóstico adequado.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">É difícil ser um pesquisador em psicologia no Brasil?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Por estar num campo de pesquisa que é a Neuropsicologia as dificuldades são as mesmas para todos os pesquisadores da área da saúde, faltam verbas, financiamentos inadequados, baixos salários, além do fato de no Brasil a carreira do pesquisador ser completamente ligada a um concurso público para professor adjunto de uma universidade. Uma matéria publicada pelo renomado cientista brasileiro o Dr. Miguel Nicolelis resume bem o que está errado e o que precisa mudar em nosso cenário: “A política da ciência brasileira está ultrapassada. Principalmente, a gestão científica. O mais importante nós temos: o talento humano. Mas ele é rapidamente sufocado por normas absurdas dentro das universidades. Não podemos mais fazer pesquisa de forma amadora. Devemos ter uma carreira para pesquisadores em tempo integral e oferecer um suporte administrativo profissional aos cientistas.”</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Por ultimo a maior dificuldade para as publicações em minha área é devido aos critérios da CAPES, pois atuo em dois departamentos na UNIFESP e cada um terá uma área diferente de avaliação pela CAPES, no meu caso Medicina e Interdisciplinaridade, e isso implica em critérios de impacto diferentes o que torna os indicadores adequados para uma área e baixo para a outra. A unificação dos critérios para todas as áreas seria essencial, pois cada vez mais o trabalho interdisciplinar em pesquisas aumenta substancialmente.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Existem mudanças que facilitariam o seu trabalho?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Não sei como mudar essa situação em curto prazo, só acho muito estranho que para ser professor universitário passamos muito tempo no mestrado e no doutorado aprendendo basicamente a fazer pesquisa, e depois lutamos para poder orientar e conduzir pesquisas no tempo que nos sobra entre reuniões e outra tarefas acadêmicas, como a graduação. Bom, não posso reclamar muito, porque estou em uma universidade muito boa, aonde a pesquisa é valorizada e os alunos são muito bons e interessados em pesquisa. A gente “sofre” um pouquinho, mas consegue levar os projetos adiante.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Qual foi o melhor conselho que você já recebeu?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Do meu orientador e chefe atualmente, o Prof. Dr. Orlando Bueno. Um dia eu perguntei a ele como conseguiu fazer com que um grupo de alunos de mestrado e doutorado abrisse um dos centros de neuropsicologia mais conhecidos no Brasil, o CPN e em nosso caso o NANI, ele apenas me respondeu “Eu não sei, assim como você também não saberá até ter as pessoas que querem fazer isso caminhando livremente para tal.”</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Você recomenda alguma leitura para quem se interessa pela sua área?</strong></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Sim, há no mercado brasileiro diversos livros escritos por renomados pesquisadores em Neuropsicologia no Brasil, mas o mais importante é a leitura crítica acerca das questões políticas que estamos enfrentando hoje. Uma delas refere-se a sua 1ª pergunta sobre a existência de “supostos transtornos” e a outra ainda sobre o problema do CFP considerar testes neuropsicológicos como sendo testes psicológicos, o que difere substancialmente. Para ler mais:</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
MUSZKAT, Mauro, MIRANDA, M. C., RIZZUT, S. <a href="http://www.cortezeditora.com.br/DetalheProduto.aspx?ProdutoId=%7B033BDFB0-9EC9-E011-BFD2-842B2B1656E4%7D">Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade</a>. São Paulo: Cortez Editora, 2011, v.3. p.142.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.aprendercrianca.com.br/informacao/esclarecimento-sobre-o-tdah/o-mito-do-tdah-como-entender-o-que-voce-ouve-por-ai">O “Mito” do TDAH: como entender o que você ouve por aí</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.istoe.com.br/reportagens/224791_A+POLEMICA+DO+DEFICIT+DE+ATENCAO">A polêmica do déficit de atenção</a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
—</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; margin-bottom: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Esta série de entrevistas é uma parceria entre os blogs <a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/">SocialMente</a> e <a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/">Cogpsi</a>. Visite-nos para conhecer um pouco mais sobre psicologia!</div>
Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-56302446657501246102012-07-31T22:34:00.002-03:002012-07-31T23:39:00.712-03:00Pais homossexuais: que diferença isso faz?<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Texto publicado no <a href="http://femininoealem.com.br/5711/pais-homossexuais-diferenca-isso-faz/">Ao Feminino e Além</a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkcfjlHx2-xkDdk-vJkHVQDbPnDnSN6mmQ5ajOMe9nUh55AX9UNlp4j5I9duVUXYBwcYKx0mAu2DLYAFirxQKRSSsbPkSlqbKR3aKAe6uZlB-C5W04ab6vr2JjQ6tq06QPyK8olwZy5JOH/s1600/PAA487000006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkcfjlHx2-xkDdk-vJkHVQDbPnDnSN6mmQ5ajOMe9nUh55AX9UNlp4j5I9duVUXYBwcYKx0mAu2DLYAFirxQKRSSsbPkSlqbKR3aKAe6uZlB-C5W04ab6vr2JjQ6tq06QPyK8olwZy5JOH/s320/PAA487000006.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A realidade às vezes é tão graciosa que em alguns momentos se esconde nos clichês mais batidos do conhecimento popular. Veja bem, não há nada que um clichê bem empregado e sob o controle certeiro e objetividade das evidências não possa demonstrar de forma interessante e clara. O último destes clichês que foi corroborado pode ser considerado uma comprovação para ser comemorada de algo que já era esperado, pois vai servir de argumento contra discurso conservador e fundamentalista que, baseado apenas em preconceito, possa vir a se colocar contra a adoção de filhos por casais do mesmo sexo. Um estudo recentemente publicado no periódico Demography, realizado pelo sociólogo Michael Rosenfeld, e que – segundo o próprio Rosenfeld – é o estudo com crianças cuidadas por pais do mesmo sexo com a maior amostra já coletada, demonstrou que o mais importante para um bom desenvolvimento e futuro sucesso educacional de uma criança não é a orientação sexual de seus pais, mas corroborou com aquilo que humanistas liberais já sabiam, sendo o tal clichê supracitado: Nada é mais importante que a família!</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ou melhor, o importante é ter uma família.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma família bem estruturada é fundamental para um bom desenvolvimento de uma criança, a saúde mental desta está altamente relacionada com o que acontece dentro das quatro paredes de seu lar, e isso pouco tem a ver com o quarto dos pais. Segundo Rosenfeld, filhos de uma relação “não tradicional” (assim ele chama no artigo) se saem tão bem quanto filhos de casais tradicionais em diversos fatores, como notas na escola ou sociabilidade, e muito melhor em diversos fatores do que crianças que vivem em orfanatos ou em famílias extremamente disfuncionais e desestruturadas durante o seu desenvolvimento. Em verdade, é preciso lembrar que pais que adotam uma criança – sejam eles “tradicionais” ou não – possuem uma grande tendência a estarem em um estágio da vida de pleno equilíbrio financeiro, educacional e, principalmente, um desejo imenso de se dedicar da forma mais plena àquela criança que entra em sua casa.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este estudo só vem para fortalecer ainda mais o argumento em favor da ideia de que todos os indivíduos devem possuir direitos iguais, seja esse o direito a casa ou a ter um filho, pois estudos anteriores já haviam comprovado que crianças criadas por pais de mesmo sexo não “aprendem” a sexualidade e a orientação sexual parental – o que parece ser o medo de muita gente por aí. A cada evidência científica que surge, o argumento preconceituoso parece ruir aos poucos. Agora se tem mais uma certeza de que a sexualidade dos pais pouco vai interferir em relação aos cuidados educacionais de uma criança, talvez até o efeito ocorra de forma inversa, ajudando crianças a crescerem com um senso de respeito e liberdade que às vezes não é encontrado em famílias extremamente conservadoras e tradicionais.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 30px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Referência:</span></div>
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Demography+&rft_id=info%3A%2F&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Nontraditional+Families+and+Childhood+Progress+Through+School&rft.issn=&rft.date=2010&rft.volume=&rft.issue=&rft.spage=&rft.epage=&rft.artnum=&rft.au=Michael+J.+Rosenfeld&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Philosophy%2CPsychology%2CSocial+Science%2CResearch+%2F+Scholarship%2CNeuroscience">Michael J. Rosenfeld (2010). Nontraditional Families and Childhood Progress Through School <span style="font-style: italic;">Demography </span></span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-34863624578073127432012-06-13T09:59:00.002-03:002012-06-13T09:59:52.541-03:00Neurociência Cognitiva Social<br />
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><i>* Texto "Um Bom Momento Para o Estudo da Neurociência Cognitiva Social", publicado no Boletim da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia de Maio de 2012.</i></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O
aumento expressivo da visibilidade dos argumentos neuropsicológicos
no cenário mundial parece denotar uma força crescente da
Neuropsicologia entre os psicólogos. Visibilidade esta que parece
estar também se expandindo progressivamente no âmbito nacional,
tendo em vista que os tópicos abordados na área e os achados
provenientes de estudos neuropsicológicos tem sido foco de um
interesse cada vez mais intenso não só por parte de estudantes do
comportamento, mas como da mídia e da população em geral.
Observando este quadro, talvez este seja um bom momento para que os
neuropsicólogos nacionais possam se dispor a investigações
interdisciplinares, não só visando aumentar sua área de atuação,
como também a solidez das suas teorias. Partindo da
interdisciplinaridade natural da Neuropsicologia e a possibilidade de
possíveis bons frutos provenientes desta postura, uma sugestão é a
de que os neuropsicólogos brasileiros passem a integrar cada vez
mais em suas investigações e práticas o estudo social do
comportamento, tema central da Psicologia Social.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Uma
característica da Psicologia Social é a de que mesmo durante os
anos em que imperou o argumento condutivista na psicologia, esta
disciplina foi uma das poucas áreas da ciência do comportamento a
não se privar do uso de estratégias de análise e conceitos
implicados em uma perspectiva mentalista (Pereira, 2011). Ainda
assim, embora exista uma atual posição hegemônica do estudo da
cognição social nesta disciplina, foi somente a partir de 1980 que
os manuais de Psicologia Social passaram a fazer referência
explícita à cognição como parte fundamental da compreensão do
comportamento, pois anteriormente – apesar de mentalistas – as
teorias não atribuíam à cognição esse papel (Pereira, 2011). Não
diferente do estudo da cognição já conhecido por neuropsicólogos
(Teoria do Processamento de Informação), o estudo da Cognição
Social também diz respeito à investigação de como as pessoas
processam, codificam, armazenam, representam e acessam informações,
embora esta esteja focada na natureza social deste processo (Haase,
Pinheiro-Chagas & Arantes, 2009; Lieberman, 2007; Pereira, 2011).
Sendo assim, parece possível estabelecer uma relação produtiva
entre a neuropsicologia e a psicologia social, estabelecendo entre
elas uma relação de trocas metodológicas, teóricas e de questões
empíricas (Hasse e cols., 2009).
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A
Neurociência Cognitiva Social (NCS) é um campo interdisciplinar que
representa uma oportunidade para o estudo destes pontos de forma
contígua, ao atribuir ênfase ao conceito de mediadores cognitivos e
a tentativa de identificar como estes dispositivos mentais se inserem
em uma posição intermediária na tríade constituída pelo
comportamento e experiências sociais e emocionais e os substratos
neurais envolvidos com eles (Haase e cols., 2009; Ochsner, 2007;
Pereira, 2011), ao combinar as ferramentas da Neuropsicologia e da
Neurociência Cognitiva com as questões e teorias de várias
ciências sociais, incluindo a economia e as ciências políticas
(Lieberman, 2007). Logo, a dimensão cognitiva nessa disciplina é o
elo entre o comportamento social investigado pelos psicólogos
sociais e as bases neurobiológicas do comportamento, investigado
pelos neuropsicólogos (Haase e cols., 2009).</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O
principal benefício para os neuropsicólogos na interação com
psicólogos sociais é poder usufruir de sua rica tradição teórica
e empírica consolidada em décadas sobre os mais diferenciados
comportamentos relevantes para a interação social humana, ganhando
valor heurístico para as suas próprias teorias (Haase e cols.,
2009). Apesar de sua existência recente, estudos da NCS já apontam
achados importantes tanto do ponto de vista teórico, quanto clínico.
Um bom exemplo do uso de alguns conceitos da psicologia social para
os neuropsicólogos vem de e<span style="color: black;">vidências
que têm demonstrado que as ações humanas são determinadas pela
atuação concomitante de dois grandes sistemas</span>
cognitivos (Pereira, Dantas & Alves, 2011)<span style="color: black;">.
Um deles, biologicamente mais antigo, responsabiliza-se pela
expressão dos comportamentos automáticos, processos rápidos,
não-intencionais, emocionais e motivacionais, enquanto o segundo
sistema, de resposta mais lenta, destina-se a gerenciar as ações
controladas e mais sujeitas à intencionalidade, relacionadas com a
atenção e intenção</span>
(Lieberman, 2007; Pereira e cols., 2011)<span style="color: black;">.
No quadro 1 são apresentadas algumas diferenças da atuação
destes sistemas</span>:</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<table cellpadding="7" cellspacing="0" frame="HSIDES" rules="GROUPS" style="width: 623px;">
<colgroup><col width="140"></col>
<col width="227"></col>
<col width="214"></col>
</colgroup><tbody>
<tr>
<td style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: 1.00pt solid #000001; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b>Características</b></span></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: 1.00pt solid #000001; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b>Sistema
1</b></span></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: 1.00pt solid #000001; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b>Sistema
2</b></span></span></div>
</td>
</tr>
</tbody>
<tbody>
<tr>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Quantidade
de esforço intencional</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Exigem
pouco ou nenhum esforço intencional</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Exige
esforço intencional</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Grau
de consciência</span></span></div>
</td>
<td style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Geralmente
fora do conhecimento consciente</span></span></div>
</td>
<td style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Exige
conhecimento consciente</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Uso
dos recursos de atenção</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Pouco
uso</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Muito
uso</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Tipo
de processamento</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Realizados
pelo processamento paralelo</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Realizados
serialmente</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Limiar
de processamento</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Processamento
de estímulo subliminar</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Processamento
de estímulo supraliminar</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Erros
de processamento</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Poucos
erros</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Muitos
erros</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Carga
de trabalho</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Não
reduzem a capacidade de realizar outras tarefas</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#f2f2f2" style="border: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Reduzem
a capacidade de realizar outras tarefas</span></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td bgcolor="#ffffff" style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: none; padding: 0cm;" width="140"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Tipos
de memórias relacionadas</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: none; padding: 0cm;" width="227"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Memória
não declarativa</span></span></div>
</td>
<td bgcolor="#ffffff" style="border-bottom: 1.00pt solid #000001; border-left: none; border-right: none; border-top: none; padding: 0cm;" width="214"><div align="CENTER" class="western">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Memória
declarativa e memória operacional</span></span></div>
</td>
</tr>
</tbody>
</table>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b>Quadro
1</b>: Características
dos sistemas 1 e 2 de processamento de informações. Adaptado de
Pereira, Dantas & Alves (2011)</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Utilizando
esse exemplo do sistema dual de processamento de informação, é
possível questionar até em que medida <span style="color: black;">eles
poderiam estar relacionados com a expressão ou não de inibição de
certos comportamentos em, por exemplo, crianças com Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade. Estaria tal criança sob a
regência imperiosa do Sistema automático de processamento de
informações e por isso não conseguiria controlar de forma plena
sua expressão comportamental? Tal investigação poderia resultar em
evidências ainda mais sólidas para a existência desse transtorno e
também para o tratamento? É esperado que, com o avanço de estudos
neuropsicológicos na área da cognição social, seja possível
</span>trazer
uma maior compreensão de doenças cujo déficit na interação
social é pronunciado e auxiliar o tratamento de pacientes a partir
do entendimento de alguns fundamentos neuro-sociocognitivos (Haase e
cols., 2009).</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: black;"> Outro
ponto positivo ne</span>ssa
troca entre disciplinas é o retorno na consistência teórica que os
estudos promovidos por neuropsicólogos disporiam para os psicólogos
sociais, pois ao passo que os neuropsicólogos obtêm os ganhos
supracitados, estes terminam por conferir a estes mesmos modelos
teóricos sociocognitivos critérios biológicos elegantes (Haase e
cols., 2009). Como exemplo, dados que<span style="color: black;">
evidências que tais processamentos seriam também regidos por
diferentes regiões neurais, se tornando ainda mais sólida a
apuração desta teoria no momento em que se mostram corroborados com
estudos neurocognitivos (Lieberman, 2007). </span>
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiEjPi9XO2O-5wRGYSQiDGZ6cVjyjD1rY64Dn_4LvxyL84R3Nxga7guuWj5hEZ7qhmx7PSgu05IuOKLakoqfINDeyfNPr-D7ksn50pViZoa11eTCPtj2e-qR3wvqoxVYZKhkqmggpFCpgZ/s1600/imagem+texto+marcus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: black;"><img border="0" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiEjPi9XO2O-5wRGYSQiDGZ6cVjyjD1rY64Dn_4LvxyL84R3Nxga7guuWj5hEZ7qhmx7PSgu05IuOKLakoqfINDeyfNPr-D7ksn50pViZoa11eTCPtj2e-qR3wvqoxVYZKhkqmggpFCpgZ/s640/imagem+texto+marcus.jpg" width="640" /></span></a></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A
NCS ocupa um ponto de intersecção entre grandes disciplinas, como é
possível ver na Figura 1. Os três círculos maiores representam
disciplinas tradicionais, enquanto que a NCS, pelo seu caráter
interdisciplinar, está localizada entre os campos das Ciências
Sociais e Neurociências, mas também podendo estabelecer contato com
a área da Saúde (Ochsner, 2007), o que manifesta uma clara riqueza
em possibilidades metodológicas e teóricas.
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Ademais,
tendo em vista que a investigação da cognição seja basicamente o
escrutínio da diversidade dos processos mentais, acrescenta-se ao
bojo do estudo neurocognitivo social a ideia de que tal ciência se
trata, antes de qualquer coisa, sobre entender como entendemos as
pessoas, sejam as outras ou a nós mesmos, sejam grupos ou indivíduos
(Lieberman, 2007). Na medida em que vivemos em um mundo de constante
interação social, é inegável a importância da compreensão dos
processos fundamentais que guiam tal interação (Haase e cols.,
2009; Lieberman, 2007). E a NCS, sendo uma disciplina recente, nos
traz um leque repleto de possibilidades de pesquisa e atuação ainda
não exploradas. E tal exame vai depender menos de impossibilidades
teóricas ou técnicas, e mais da criatividade e disposição dos
neuropsicólogos para entender de forma mais completa o ser humano e
suas particularidades.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Referências:</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Haase,
V. G.; Pinheiro-Chagas, P.; & Arantes, E. A. (2009) Um Convite à
Neurociência Cognitiva Social. <i>Gerais:
Revista Interinstitucional de Psicologia</i>,
2 (1), 43-49.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Lieberman,
M. D. (2007) Social Cognitive Neuroscience: A review of core process.
<i>Annual
Review of Psychology</i>,
58, 259-289.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Ochsner,
K. (2007) Social Cognitive Neuroscience: Historical Development, Core
Principles, and Future Promise. Em: A. Kruglanski & Higgins, E.
T. (Org.) <i>Social
Psychology: Handbook of Basic Principles</i>,
p. 39-66, 2ª Ed. New York: Guilford Press.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Pereira,
M. E. (2011) Cognição Social. Em: L. Camino, A. R. R. Torres, M. E.
O. Lima & M. E. Pereira (Org.) <i>Psicologia
Social: Temas e teorias</i>.
Brasília: Technopolitick.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Pereira, M. E.; Dantas, G. S.; & Alves, M. V. (2011). Estereótipos, automatismos, controle e a identificação de armas e ferramentas em diferentes contextos: resultados preliminares. <span style="font-style: italic;">Cultura e produção das diferenças: estereótipos e preconceito no Brasil, Espanha e Portugal</span>, 77-105</span></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-39697921122974990772012-06-04T12:50:00.000-03:002012-06-04T12:50:22.331-03:00Earworms<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
* publicado inicialmente no blog <a href="http://femininoealem.com.br/5706/earwarms/">Feminino e Além</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Jabp_lpwtfnLFgILnn2CHzIrOuiWcSTXFVW3Dgnp8J2Tec_zgZHUV78EC_pc0do_r_I3bD_JsxnE5oIYQMeuvgmyHnwvX3j17YEFeicfEl2XD8XhWQzU0JC4YPbmPYu0U0j8WN1rBd4c/s1600/earworm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Jabp_lpwtfnLFgILnn2CHzIrOuiWcSTXFVW3Dgnp8J2Tec_zgZHUV78EC_pc0do_r_I3bD_JsxnE5oIYQMeuvgmyHnwvX3j17YEFeicfEl2XD8XhWQzU0JC4YPbmPYu0U0j8WN1rBd4c/s320/earworm.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Em um mundo onde músicas de bandas pop estouram o tempo todo e possuem cada vez mais alcance, é quase impossível escapar destas pequenas gladiadoras do tormento humano, cada vez mais grudentas e insuportáveis. E algo similar a maioria das músicas deste estilo musical é a capacidade que elas tem de se apropriar do seu pensamento de forma intrusiva a qualquer momento em um <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">looping</em> infinito de tchus e tchás. Normalmente tal intrusão não dura muito mais que algumas horas, mas em alguns casos podem até durar por dias nessa repetição. Se você já passou por este sofrimento atormentador, ao menos uma boa notícia eu posso lhe dar: tem gente estudando o cérebro com o intuito de acabar de uma vez por todas com elas (as músicas, não as bandas… Ainda!).</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Em primeiro lugar, vamos às definições, essa experiência de ter uma música repetindo constantemente em sua mente possui um nome, o termo usado para conceituar essa repetição de músicas desagradáveis é <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms </em>(algo como “vermes de ouvido”). O neurocientista Oliver Sacks em um de seus últimos lançamentos, o livro “Alucinações Musicais”, sugeriu chamar esse fenômeno de <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“brainworms”</em> devido ao fato dessa repetição acontecer em um nível cerebral, ou seja, você está processando a música como se houvesse um rastro de informações dela ainda despertas em nível neural (não é a toa que só pequenas partes são lembradas, como o refrão). Esse fenômeno também é conhecido na literatura científica como Síndrome da Música Encalhada/Presa (<em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">stuck song syndrome</em>).</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Em um pequeno conto, chamado de “A Melodia Definitiva”, Arthur Clarke – consagrado autor de “2001: Uma Odisséia no Espaço” – conta a história de um cientista chamado Gilbert Lister, que busca criar uma melodia que seja tão consonante com os processos elétricos do cérebro que consiga captura-los eternamente, digamos que uma espécie de música pop definitiva. O problema para o professor Lister é que assim que consegue a criação de sua “obra-prima” um revés ocorre: o poder de sua música é tamanho que ele mesmo termina a história em um estado semelhante a um coma. Esperamos que nenhuma música pop tenha a capacidade de fazer isso por enquanto, mas o exemplo do conto de Clarke serve para ilustrar razoavelmente bem o poder das <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em>.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O fato de tal situação possuir até uma definição científica que permita investigá-la e estudos se aprofundando no tema para desvendá-lo pode sugerir que, no mínimo, este fenômeno seja bem comum. E realmente é, estudos confirmam que as <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em> já foram experimentadas por um grande número de pessoas, acredita-se que em torno de 98% das pessoas já passou por esta experiência em algum momento em sua vida. Embora seja bastante comum, uma proporção inversa a essa presença habitual pode ser estabelecida para a sua capacidade de causar danos. As <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em> tendem a ser bem pouco problemáticas. Para ser mais exato, com exceção de indivíduos que trabalhem com música ou que precisem em estar atento a tipos específicos de sons, ter uma música reverberando em seus pensamentos pouco te incomodará, provavelmente a <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworm</em> apenas vai lhe gerar certa frustração por não conseguir esquecer uma musica ruim ou até um pouco de constrangimento ao cantá-la baixinho no elevador ao lado de seus colegas de trabalho.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Devido a essa característica pouco deletéria, pouco se voltou para estudos sobre o tema, buscando entender ele e, quem sabe, criar estratégias para pará-los. Neurocientistas procuram buscar respostas para esse fenômeno, mas principalmente no aspecto clínico dele, como, por exemplo, pensamentos intrusivos que podem ser deletérios para pacientes com algum tipo de obsessão e que se assemelham de certa forma a essa repetição incontrolável experimentada nos <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em>.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
E o que faz essas músicas serem tão intrusivas assim? E em relação ao conteúdo, por que – normalmente – são as músicas que vão de encontro ao gosto musical do indivíduo que parecem possuir ainda maior poder de reverberação? Provavelmente as respostas para tais perguntas já foram encontradas. A tendência das certas músicas à repetição vem exatamente por sua estrutura simples, ou seja, batidas fortes e “fáceis” somadas a letras e melodias repetitivas. Em outras palavras, estamos extremamente mais suscetíveis à reverberar uma música de Justin Bieber do que uma complexa sonata.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Em relação à segunda pergunta, um psicólogo chamado Daniel Wegner criou uma teoria que chamou de “Teoria do Processamento Irônico”, que parece explicar bem o que acontece com as <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em> e porque normalmente as músicas lembradas são as mais avessas aos gostos musicais pessoais. Pela teoria dele, sempre que tentamos forçadamente excluir algum pensamento de nossas mentes eles se tornam ainda mais fortes. É como se nossa consciência fosse um palco e o pensamento intrusivo estivesse na penumbra, sendo processado automaticamente e inconscientemente, até surgir debaixo dos holofotes e quanto mais intenso o esforço para expulsá-lo, mais focado nele o indivíduo fica.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Então a partir desta teoria é possível refletir um pouco sobre a solução para problemas de intrusão musicais. Se a consciência é um palco onde o pensamento <em style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">earworms</em> tenta surgir a todo momento, a proposta de alguns pesquisadores seria a de que, para afastá-lo, basta focar em outras tarefas que exigem muita concentração, o foco atencional em excesso acabaria gerando uma espécie de sobrecarga cerebral, não deixando espaço para mais um ator no palco, muito menos um indesejado. É uma hipótese.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Da próxima vez que você estiver com uma música presa em sua cabeça, tente utilizar esta estratégia e, se der certo, avise ao mundo.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: Verdana, 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22px; margin-bottom: 22px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<span style="float: left; padding: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span> <span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=British+journal+of+psychology+%28London%2C+England+%3A+1953%29&rft_id=info%3Apmid%2F19948084&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Earworms+%28stuck+song+syndrome%29%3A+towards+a+natural+history+of+intrusive+thoughts.&rft.issn=0007-1269&rft.date=2010&rft.volume=101&rft.issue=Pt+4&rft.spage=637&rft.epage=53&rft.artnum=&rft.au=Beaman+CP&rft.au=Williams+TI&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CNeuroscience">Beaman CP, & Williams TI (2010). Earworms (stuck song syndrome): towards a natural history of intrusive thoughts. <span style="font-style: italic;">British journal of psychology (London, England : 1953), 101</span> (Pt 4), 637-53 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19948084" rev="review">19948084</a></span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-40476966521411159432012-05-21T18:50:00.002-03:002012-05-22T21:38:01.037-03:00A guerra reduz seu cérebro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX46qkcvjTUN1yANprFaVzSqIS7RBUykW4vYk5Qg4opUMresxncE2AlJ672ZmSEs6_5wRBcu-wAXE2M2apcX5ESQmcVjmeDvpcd9b2feMrNDndTSxulvcnHbTzvwO9T3aEO7_Jw6JXWV-G/s1600/gulf-war-fighting-iraq-pictures1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX46qkcvjTUN1yANprFaVzSqIS7RBUykW4vYk5Qg4opUMresxncE2AlJ672ZmSEs6_5wRBcu-wAXE2M2apcX5ESQmcVjmeDvpcd9b2feMrNDndTSxulvcnHbTzvwO9T3aEO7_Jw6JXWV-G/s320/gulf-war-fighting-iraq-pictures1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que
a guerra não é algo muito bom qualquer um poderia dizer, com exceção de alguns políticos inescrupulosos e grandes empresas que se sustentam do lucrativo mercado bélico</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">. Que a violência tende a ser relacionada com desinteligência também não é algo novo, normalmente esse é até o argumento usado para tentar explicar atos agressivos por parte do senso comum. Embora esses pontos não sejam novos, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">resultados preliminares de um estudo parecem corroborar com esses dois argumentos. Os resultados indicam que soldados que
combateram na Guerra do Golfo Pérsico e que apresentaram múltiplos sintomas negativos relacionados com a saúde tiveram uma redução do volume de duas áreas cerebrais relacionadas
com a memória e a aprendizagem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Neste
estudo, os pesquisadores dividiram os veteranos de guerra em dois grupos por
presença de sintomas – baixo e alto – baseado nos resultados de avaliação da
saúde respondidos por eles após o retorno da guerra. Depois disso os pesquisadores classificaram o</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">s
sintomas apresentados pelos soldados em vinte possíveis (</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">incluindo esquecimento, dor de cabeça, fadiga, náusea, pele irritada e dores nas juntas</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">), onde o normal seria apresentar no máximo cinco. O grupo experimental, com alta incidência de sintomas apresentava mais de cinco entre os vinte, e o
grupo de baixa incidência apresentava menos de cinco sintomas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com técnicas de neuroimagem, os pesquisadores descobriram que os veteranos que apresentavam mais de
cinco sintomas possuíam uma série de discrepâncias nas áreas cerebrais, principalmente a redução do volume de
duas diferentes áreas, sendo elas o córtex e o giro do cíngulo anterior e rostral (este, por sinal, muito relacionado com analgesia por placebo).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Após a realização de uma bateria de testes de memória e atenção, os pesquisadores encontraram que o grupo com
alto índice de sintomas obteve um desempenho pior na avaliação. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 150%;">Ainda
é cedo para dizer que esses sintomas – e mesmo a redução das áreas cerebrais –
estão relacionadas com a chamada “<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_da_Guerra_do_Golfo">Síndrome da Guerra do Golfo</a>”, doença
relacionada com o enfraquecimento do sistema imunológico, ou mesmo que participantes de qualquer tipo de guerra estejam sujeitos a tal redução, mas ao menos uma conclusão é possível (mesmo que sirva só para terminar esse texto com uma afirmação humanista): guerra emburrece.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=American+Quarterly&rft_id=info%3Adoi%2F10.2307%2F2712739&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=The+American+Literature+of+War%3A+The+Civil+War%2C+World+War+I%2C+and+World+War+II&rft.issn=00030678&rft.date=1984&rft.volume=36&rft.issue=3&rft.spage=373&rft.epage=&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.jstor.org%2Fstable%2F2712739%3Forigin%3Dcrossref&rft.au=Lundberg%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CSocial+Science%2CNeuroscience">Lundberg, D. (1984). The American Literature of War: The Civil War, World War I, and World War II <span style="font-style: italic;">American Quarterly, 36</span> (3) DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.2307/2712739" rev="review">10.2307/2712739</a></span><br />
<br />
Odegard, T., Cooper, C., Farris, E., Arduengo, J., Bartlett, J., & Haley, R. (2012). Memory impairment exhibited by veterans with Gulf War Illness <span style="font-style: italic;">Neurocase</span>, 1-12 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1080/13554794.2012.667126" rev="review">10.1080/13554794.2012.667126</a>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-32048069844149394622012-04-24T19:46:00.000-03:002012-04-24T19:46:02.537-03:00Psicologia BR: Dida, a etologia e a psi evolucionista<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/04/foto-Dida1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/04/foto-Dida1.jpg" width="283" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter">
<v:formulas>
<v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0">
<v:f eqn="sum @0 1 0">
<v:f eqn="sum 0 0 @1">
<v:f eqn="prod @2 1 2">
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth">
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight">
<v:f eqn="sum @0 0 1">
<v:f eqn="prod @6 1 2">
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth">
<v:f eqn="sum @8 21600 0">
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight">
<v:f eqn="sum @10 21600 0">
</v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:formulas>
<v:path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f">
<o:lock aspectratio="t" v:ext="edit">
</o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/02/vitor.haase_2011.jpg" id="Imagem_x0020_1" o:button="t" o:spid="_x0000_s1026" style="height: 177.65pt; left: 0; margin-left: 0; margin-top: 0; mso-position-horizontal-relative: margin; mso-position-horizontal: left; mso-position-vertical-relative: margin; mso-position-vertical: top; mso-wrap-distance-bottom: 0; mso-wrap-distance-left: 9pt; mso-wrap-distance-right: 9pt; mso-wrap-distance-top: 0; mso-wrap-style: square; position: absolute; text-align: left; visibility: visible; width: 157.2pt; z-index: 251658240;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="" src="file:///C:\Users\Marcus\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg">
<w:wrap anchorx="margin" anchory="margin" type="square">
</w:wrap></v:imagedata></v:fill></v:shape><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O Dida, como é mais
conhecido o professor </span><span style="font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><a href="http://lattes.cnpq.br/7396049661058589">Francisco Dyonisio C. Mendes</a></span><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">, é atualmente professor de psicologia
evolucionista (PE) na Universidade de Brasília (UnB). A sua carreira acadêmica
está diretamente associada ao programa de psicologia experimental da
Universidade de São Paulo (USP), no qual ele fez a maior parte da sua
pós-graduação sob a orientação do professor César Ades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Apesar de possuir um especial interesse e
atuação na etologia ao longo de sua carreira, o professor Dida, assim como
muitos outros etólogos brasileiros, tem se aproximado cada vez mais da
psicologia evolucionista e desenvolvido projetos especialmente situados nesta
área. Ele explorou com clareza algumas questões, muitas vezes mal
compreendidas, sobre o estudo dos animais na perspectiva evolucionista nesta
ótima entrevista cedida gentilmente por ele. Além disso, acreditamos que muitos
comentários do Dida acerca da realidade que pesquisadores brasileiros enfrentam
para conduzir suas pesquisas soarão familiares a muitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png"><span style="font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><v:shape alt="Descrição: http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca-620x216.png" href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png" id="Imagem_x0020_2" o:button="t" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 153.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 441.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="psicologia-brazuca-620x216" src="file:///C:\Users\Marcus\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.png">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Dida, você pode nos
contar um pouco sobre os projetos de pesquisa que você está desenvolvendo em
seu grupo de pesquisa atualmente e sobre os projetos que estão a caminho?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Cheguei há dois anos
na UnB, e mantive o tema geral de pesquisa que desenvolvia antes na PUC-GO:
evolução da flexibilidade comportamental. No momento temos um grupo de pesquisa sobre
evolução humana que inclui dois projetos de mestrado. O Vinícius estuda como a
experiência prévia de relacionamentos influencia a forma com que homens e
mulheres sentem ciúmes. O outro projeto, da Ana Flávia, é sobre dieta –
investiga a relação entre neofobia alimentar (aversão a alimentos novos) e
doenças como a diabetes e obesidade mórbida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Também pesquisamos o
comportamento de um primata muito interessante sob o ponto de vista da
flexibilidade comportamental – o macaco-prego. Este macaco se adapta a uma
grande variedade de ambientes devido a sua capacidade de explorar de formas
inovadoras – chega a usar pedras e outros objetos como ferramentas para
conseguir alimentos, por exemplo. Há dois projetos de mestrado em andamento.
Murilo está realizando experimentos para estabelecer se o uso de ferramentas
pode diminuir o estresse e melhorar as relações sociais de macacos em
cativeiro. Já o Túlio pesquisa a influência do fornecimento de alimentos por humanos
na forma com que os macacos se alimentam e se comportam socialmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> A caminho temos um projeto da
Thalita, em parceria com a Dra Clotilde Tavares do ICB, e o Dr. Sérgio Leme,
sobre as interações entre os macacos-prego e humanos que visitam o Parque
Nacional de Brasília. Além de investigar a flexibilidade destes macacos (como
se adaptam à presença humana), o projeto irá ajudar o Parque a
"controlar" o número de conflitos entre os macacos e humanos, já que
os macacos às vezes roubam e ameaçam os visitantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Tenho ainda algumas parcerias, como, por
exemplo, um projeto que iniciei com o Dr. César Ades da USP, que infelizmente
faleceu recentemente, e que estou dando continuidade com o Dr. Didier Demolin
da IT-Grenoble (França), sobre a comunicação vocal de outro primata brasileiro,
o muriqui. Este projeto é uma retomada de minha pesquisa de doutorado, e temos
planos de enviar alunos para dar continuidade ao estudo. Participo também de um
grupo de pesquisa do CNPq chamado “Etologia Cognitiva”, coordenado pelos Drs.
Eduardo Ottoni e Patrícia Izar (USP) – o principal interesse é o uso de
ferramentas por macacos-prego. Com o Dr. Sérgio Leme, aqui do PPB, colaboro com
trabalhos sobre estresse e enriquecimento ambiental, como, por exemplo, em um projeto
sobre estresse e eficiência dos cães farejadores da Polícia Federal de
Brasília.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Como surgiu o seu
interesse pela sua área de pesquisa?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Eu “cismei” que ia estudar comportamento
animal aos 12 anos de idade, e deixei meus pais loucos com isso =); na época
quase ninguém falava em ecologia e meio ambiente, muito menos em etologia ou
PE. Meu interesse então era apenas os animais (não humanos), e fui falar com o
Dr. Walter Hugo de Andrade Cunha da USP, um pioneiro da etologia no Brasil. Ele
ficou meio surpreso com meu interesse meio precoce, mas me deu ótimas dicas e
alguns anos mais tarde fui estudar fora, nos EUA. Na Universidade meu interesse
pelos animais foi se tornando cada vez mais comparativo, ou seja, comecei a me
intrigar pela complexidade do comportamento humano e sua relação com o
comportamento de outros animais. Acabei me formando em Antropologia Física, e
me especializando em primatas não-humanos, o que inevitavelmente me fez pensar
em como o comportamento pode ser complexo e flexível. Com o tempo fui
acomodando também pesquisas sobre a flexibilidade do comportamento humano, e
acabei ingressando no grupo de “Psicologia Evolucionista” brasileiro. Hoje, a
maioria das pesquisas de que participo tem esse aspecto comparativo entre o
comportamento humano e o de outros animais, com ênfase na evolução da
flexibilidade comportamental.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A ideia de
flexibilidade comportamental é compatível com a perspectiva evolucionista? <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">“Evolução da
flexibilidade” é realmente uma expressão que pode gerar certa desconfiança, já
que por muito tempo se acreditou que a evolução de fatores biológicos, como a
genética e a ação de hormônios, levariam inevitavelmente a comportamentos pouco
flexíveis, com pouca ou nenhuma influência do meio ambiente. Mas isso é
lenda... Nem genes, nem ambiente determinam sozinhos o comportamento, e a
interação entre estes fatores pode ou não gerar flexibilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Para entendermos a evolução do
comportamento humano temos que entender como a evolução gerou nossa enorme
capacidade de nos adaptar, de forma flexível, a diferentes contextos ambientais
e sociais. Nosso cérebro, principal responsável pela nossa flexibilidade
comportamental, é fruto da evolução biológica, mas é enorme e desenvolve
lentamente, de acordo com os estímulos que recebe do ambiente. A forma exata
com que ele vai produzir pensamentos, emoções e comportamentos depende,
portanto, da interação entre os genes que a pessoa herdou e o ambiente em que
ela vive, e esta interação é bastante complexa. Por exemplo, Einstein certamente
tinha genes muito favoráveis a um cérebro eficiente – genes que permitiram
estruturas cerebrais saudáveis, muitas sinapses, boa mielinização das células,
etc... Mas todas estas estruturas não teriam desenvolvido se não tivessem sido
reforçadas pela experiência ao longo de sua vida, com os estímulos e contextos
adequados. Se ele não tivesse nascido e crescido em um ambiente estimulante,
provavelmente não chegaria à teoria da relatividade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Esta relação entre genes, sistema nervoso
e ambiente do indivíduo tem uma história evolutiva. O sistema nervoso de uma
minhoca, por exemplo, muda pouco em função de sua experiência de vida, e por
isso o comportamento destes animais é pouco flexível. Por outro lado, a
genética de animais mais próximos aos humanos, como os macacos, golfinhos e
outros mamíferos gera um sistema nervoso mais “plástico”, capaz de modificar
bastante em função dos estímulos que recebe, e por isso estes animais também
têm comportamento mais flexível. Resumindo, nossa inteligência e flexibilidade
comportamental são frutos de uma história evolutiva que merece ser estudada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Qual é a importância
de estudos com animais para compreender o comportamento humano?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Este é outro assunto que costuma gerar
polêmica. Quando um pesquisador compara o comportamento humano com o de outro
animal, sempre há quem veja os resultados com ceticismo e reclama que nós
humanos somos diferentes. Em parte isto é verdade: somos realmente
diferentes... Mas as reclamações não fazem sentido - todas as espécies são
únicas de alguma forma, não só os humanos. A ideia do método comparativo não é
mostrar que duas espécies são iguais, muito menos mostrar que somos exatamente
como os animais. O método consiste em descobrir o que as espécies animais têm
em comum e em que diferem, e entender o porquê das semelhanças e diferenças. No
caso do ser humano, as comparações devem levar em conta o fato que a evolução
nos concedeu um cérebro “enorme” e consequentemente uma inteligência superior
que nos permite passar informações através de uma linguagem simbólica e de
valores culturais, por exemplo. Apesar disso, a cultura e a inteligência não
anulam as influências biológicas, que são fruto de uma história muito mais
antiga do que a “curta” história de evolução cultural. Quanto mais estudamos os
animais, mais entendemos como a evolução gera uma grande diversidade de padrões
comportamentais, e podemos aplicar isto para qualquer espécie, inclusive a
humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Compartilhamos muitas coisas com outros
animais, mas ainda assim “somos únicos”?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Humanos, chimpanzés e
bonobos são muito parecidos entre si do ponto de vista genético, e as três
espécies compartilham vários padrões de comportamento. Por exemplo, expressam
as emoções básicas, como o medo, a raiva, a surpresa, a felicidade e a tristeza
de forma bastante semelhante, usando os mesmos músculos. Nas três os filhotes
nascem muito despreparados e passam muitos anos sob o cuidado intenso de
adultos, e desenvolvem suas habilidades motoras e psicossociais lentamente. Por
outro lado, há diferenças marcantes entre estas espécies. Os bebês humanos
geralmente são cuidados por ambos os pais dentro de um núcleo familiar, já
nossos “primos” primatas são cuidados principalmente pelas mães, dentro de uma
sociedade com vários machos e fêmeas promíscuos. Os chimpanzés costumam
resolver os conflitos com brigas e hierarquias, os bonobos com sexo, e os
humanos de forma bastante variada, incluindo guerras entre países; nos
chimpanzés os machos são os dominantes, nos bonobos são as fêmeas, e nos
humanos há controvérsias =). Em outras palavras, conhecer o comportamento do
chimpanzé ajuda, mas não é suficiente pra explicar o comportamento nem mesmo de
seus parentes mais próximos, o bonobo e o ser humano. Como disse anteriormente,
é preciso entender como funciona a evolução para entender não só as
semelhanças, como também as diferenças. No caso dos humanos, algumas das
diferenças que temos com nossos parentes mais próximos tem a ver com o fato que
há cerca de 6 milhões de anos nossos
ancestrais passaram a habitar ambientes mais abertos e inóspitos, enquanto a
linhagem dos bonobos e chimpanzés permaneceram em ambientes de florestas, e só
passaram a habitar ambientes diferentes há muito pouco tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Como se dá está
interação complexa entre as nossas predisposições genéticas e a cultura? Você
poderia dar um exemplo de como isso acontece?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Acho que o
comportamento reprodutivo humano é um bom exemplo desta interação entre as
influências da biologia, da inteligência e da cultura. A evolução nos deu
diversos mecanismos biológicos para lidar com a tarefa biológica da reprodução.
Na adolescência nosso corpo muda em função destes mecanismos biológicos, e de
repente passamos a reagir a estímulos e nos comportar de uma forma totalmente
nova. Por exemplo, passamos a nos interessar pelo sexo oposto, que antes
parecia não tão interessante assim; começamos a emitir sinais não verbais de
interesse e paquera que são iguais em todo o mundo; desde cedo somos atraídos
por características do sexo oposto que indicam bons genes (simetria, pele bonita,
saúde etc.). Há também evidências de algumas diferenças universais entre homens
e mulheres adultos em relação ao que procuram em seus parceiros ideais: os
homens se preocupam mais com a beleza física do que as mulheres; as mulheres
são em geral mais exigentes e se preocupam mais com qualidades relacionadas à
capacidade de gerar recursos (escolaridade, nível socioeconômico, ambição).
Estes são exemplos que indicam um papel importante da biologia na reprodução
humana, e há explicações evolucionistas para a origem dos mecanismos biológicos
reprodutivos, como argumenta o psicólogo evolucionista David Buss (ver, por
exemplo, o livro traduzido para o português: Paixão Perigosa).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Por outro lado, a biologia só gera
tendências que precisam desenvolver ao longo da vida. Várias áreas da
Psicologia mostram como o ambiente familiar, o meio social e os valores
culturais modelam estas tendências durante o desenvolvimento do indivíduo.
Aprendemos a nos conter quando é preciso, e como usar os sinais biológicos de forma
mais eficiente. Também procuramos características em nossos parceiros, como o
companheirismo e interesses similares, que ajudam o convívio, quando o
interesse é um relacionamento duradouro. Pessoas religiosas querem se casar com
pessoas religiosas. Estes são apenas exemplos que ajudam a entender porque
tanto homens como mulheres variam muito na forma com que são atraídos pelo sexo
oposto, e porque mudamos a forma de nos comportar e procurar parceiros conforme
aprendemos com o ambiente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A PE tem ganhado espaço
no Brasil, mas ainda é uma abordagem nova por aqui. Como você vê a situação
atual da PE brasileira e a relação dela com outras áreas da psicologia?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A PE é uma área
relativamente nova da psicologia, nasceu nos EUA há poucas décadas. No Brasil
formou-se um grupo de pesquisa da ANPEPP em 2004, liderado pela Dra Maria
Emília Yamamoto da UFRN. O grupo tem crescido bastante desde então. Hoje somos
mais de 20 pesquisadores de diferentes Instituições de Ensino Superior que
colaboram entre si em diversos projetos. Alguns, como os Drs. Eduardo Ottoni,
Patrícia Izar, e o saudoso César Ades da USP, a Dra. Suemi Tokumaru da UFES, e
o Dr. Mauro Vieira da UFSC, começaram na etologia; outros, como as Dras. Maria
Lúcia Seidl-de-Moura da UERJ, Eulina Lordelo da UFBA, Ângela Donato Oliva da
UFRJ, e Regina Brito da UFPA, vieram de outras áreas da psicologia, em
particular da psicologia do desenvolvimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Eu acredito que a PE ganha muito quando
agrega conceitos e métodos de diferentes áreas. Queremos entender a relevância
da evolução para compreender como os humanos pensam e se comportam, mas não
podemos ignorar o que outras áreas têm a oferecer, em particular as
contribuições da psicologia cognitiva, da psicologia social, da psicologia do
desenvolvimento e mais recentemente das neurociências. Podemos fornecer teorias
sobre a origem evolutiva, as funções adaptativas e a influência de fatores
biológicos no comportamento, mas como vimos acima, isto não é suficiente para
explicar a complexidade do ser humano. Entender a evolução e biologia humana
sem dúvida é necessário, não deixamos de ser animais porque nos tornamos, nos
últimos 10.000 anos, capazes de dominar a natureza... mas precisamos também
levar em conta as outras dimensões do ser humano, como a cognição, a sociabilidade
e a cultura. Melhor ainda, precisamos entender como estas dimensões interagem
com a dimensão biológica, como genes e ambiente andam juntos para gerar nosso
comportamento altamente flexível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">É difícil ser um
pesquisador em psicologia no Brasil? <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Para ser um
pesquisador em psicologia, é preciso ser professor de uma instituição de ensino
superior, de preferência uma que tenha um programa de pós-graduação. Há algum
tempo, isto significava principalmente dar aulas e fazer pesquisa. Hoje,
acredito que duas mudanças atrapalham um pouco a pesquisa. Primeiro, ser
professor virou um emprego multitarefas – ensino na graduação e na pós,
pesquisa, extensão, administração, orientação de alunos, representações em
comissões, divulgação na mídia, inúmeras reuniões burocráticas... Segundo, há
uma ênfase muito grande na quantidade, e menos na qualidade. Isto quer dizer
que para ser bem avaliado, o professor tem que fazer muito de cada uma dessas
tarefas. Em minha opinião, é a pesquisa que sofre mais com estas demandas. Fazer
pesquisa de boa qualidade requer tempo e dedicação – tempo para acompanhar a
literatura especializada, para planejar e executar a coleta, para analisar,
tempo para pensar! No fim, boa parte dos bons pesquisadores brasileiros
trabalham bem mais do que 40 horas semanais, e estão sempre correndo contra o
tempo com os prazos de editais e relatórios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Existem mudanças que
facilitariam o seu trabalho?</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Não sei como mudar
essa situação em curto prazo, só acho muito estranho que para ser professor
universitário passamos muito tempo no mestrado e no doutorado aprendendo
basicamente a fazer pesquisa, e depois lutamos para poder orientar e conduzir
pesquisas no tempo que nos sobra entre reuniões e outra tarefas. Bom, não posso
reclamar muito, porque estou em uma universidade muito boa, aonde a pesquisa é
valorizada e os alunos são muito bons e interessados em pesquisa. A gente
“sofre” um pouquinho, mas consegue levar os projetos adiante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Qual foi o melhor
conselho que você já recebeu? <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Meu pai gostava muito de uma parábola de um
escritor argentino, Constancio C. Vigil, sobre um velho sábio que era famoso
pelos conselhos infalíveis que dava aos mais jovens. O velho sempre pedia
segredo a respeito da conversa e sempre dava o mesmo conselho: “simplifica meu
filho, simplifica”. Ninguém sabia que o velho já era completamente surdo e,
portanto, nem fazia ideia de quais eram os problemas daqueles que o procuravam;
mas isso não importava, porque o conselho sempre funcionava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Acho que a simplicidade e soluções simples
podem realmente ter grande utilidade pra muitas coisas, inclusive na pesquisa.
Isto não implica em fechar os olhos para as complexidades do mundo, mas sim ter
a capacidade de olhar o fenômeno tal e qual ele se apresenta. César Ades, por
exemplo, dizia a seus alunos que antes de retorcer uma ou mais teorias para
explicar o comportamento dos sujeitos de pesquisa, tínhamos que prestar atenção
ao que os animais (sujeitos) nos diziam com seu comportamento, mesmo que eles
nos decepcionassem um pouco pela simplicidade. Pensar assim é geralmente útil
pra se chegar a boas hipóteses e métodos para testá-las... se a realidade for
mais complexa, nos aproximamos dela passo a passo, eliminando primeiro
explicações mais simples. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Você recomenda alguma
leitura para quem se interessa pela sua área?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Nosso grupo de PE na
ANPEPP publicou recentemente um livro pela editora Guanabara Koogan, que
acredito ser um bom texto inicial para quem tem interesse em conhecer a área.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Otta,
E., & Yamamoto, M. E. (2009). </span><i><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Psicologia evolucionista</span></i><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">---<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Esta série de entrevistas é uma parceria entre
os blogs<span class="apple-converted-space"> </span></span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/" target="_blank"><span style="background: white; color: #598527; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;">SocialMente</span></a><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;"> </span></span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;">e<span class="apple-converted-space"> </span></span><a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" target="_blank"><span style="background: white; color: #598527; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;">Cogpsi.</span></a><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 9.0pt;"> Visite-nos para conhecer um pouco mais sobre
psicologia!</span><o:p></o:p></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-11632805544863058002012-04-04T12:47:00.001-03:002012-04-04T12:48:22.668-03:00Se mantendo longe das redes sociais!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJvfx1IIKZ5EgNlCjbMXvAGjdio-_K3EwKqAfL9j_lBP8K8zGh-bKuDWYcA5K9eE0xOvKOuTmzxaO6ferSR08mB6XQJDpMtFOyOgQTo8okAEDX1sddGLJB0dfXhvCwVgyVCixCmFMHzKjR/s1600/procrast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJvfx1IIKZ5EgNlCjbMXvAGjdio-_K3EwKqAfL9j_lBP8K8zGh-bKuDWYcA5K9eE0xOvKOuTmzxaO6ferSR08mB6XQJDpMtFOyOgQTo8okAEDX1sddGLJB0dfXhvCwVgyVCixCmFMHzKjR/s320/procrast.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse post serve mais como utilidade pública do que qualquer outra coisa. Hoje comecei a utilizar um serviço disponibilizado pelo site h</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ttp://keepmeout.com/en/ que visa </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">fortalecer o "auto-controle" em relação a todas as mil possibilidades distrativas da net. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Comigo funcionou! E se você estiver perdendo muito tempo nas redes sociais da vida ou em sites de humor talvez essa seja uma solução. O site é simples e você aprende a usá-lo com muita facilidade, é só tentar.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A ideia deste programa é trazer à consciência o quanto automaticamente clicamos clicamos nos sites que estão à nossa disposição nas nossas barras de favoritos. </span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTO1vLFHkEJ1JdRlZrGRYZyJJ0gcSPAikH0fJIniDaMsZ3wqCm6C4GrO9Qn04zz1FahMH5xj2Qu1q1t1gQv_j6eWkSDZLbzfYczVUAcAMGxfXjdUI7BPgCWvZlQRJnie6KXZufe0d-IJv_/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="19" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTO1vLFHkEJ1JdRlZrGRYZyJJ0gcSPAikH0fJIniDaMsZ3wqCm6C4GrO9Qn04zz1FahMH5xj2Qu1q1t1gQv_j6eWkSDZLbzfYczVUAcAMGxfXjdUI7BPgCWvZlQRJnie6KXZufe0d-IJv_/s640/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Apresento-lhes a minha Barra de Favoritos e a culpada por todos os meus textos atrasados (Facebook, 9GAG e Twitter = procrastinação)... Creio.</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu mesmo já me peguei clicando do nada no botãozinho do Facebook para tomar um susto com o "aviso" de que já estive ali há 20 minutos e poderia esperar mais alguns outros. Conforme o aviso ocorre, passamos a automatizar o controle e a reduzir a quantidade de visitas (isso é o que espero, pelo menos, veremos). Outro fator que permite essa ideia é que não há de fato a proibição de entrar na página "marcada", pois é só escrever o endereço dela na URL que você a acessa normalmente. O importante é reduzir esse comportamento de clicar sem prestar atenção nos ícones da barra de favoritos, começando a percebê-los e controlá-los... E, acredito, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">possibilitando que seu trabalho seja feito.</span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-28316850004374710982012-03-30T16:32:00.000-03:002012-03-30T16:32:21.770-03:00O enigma da experiência x memória<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O psicólogo prêmio Nobel <a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/2011/10/o-psicologo-premio-nobel.html">Daniel Kahneman</a> deu uma palestra para o TED - série de conferências sobre tecnologia, ciência e desenvolvimento - sobre as diferenças entre o que ele chama de "eu (self) da experiência" e o "eu (self) da lembrança", nomes arbitrários, claro, utilizados para poder ilustrar uma grande diferença que ocorre no nosso dia a dia em relação às experiências que temos e as "histórias" (ou recordações) que possuímos delas a partir de detalhes, como o resultado final, o valor da experiência etc. Relembrando muito a teoria da <a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/2011/05/e-quando-o-mundo-nao-acaba.html">Dissonância Cognitiva</a> e das Falsas Memórias.</span><br />
<div>
<br /></div>
<object height="374" width="526">
<param name="movie" value="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf">
</param>
<param name="allowFullScreen" value="true" />
<param name="allowScriptAccess" value="always"/>
<param name="wmode" value="transparent">
</param>
<param name="bgColor" value="#ffffff">
</param>
<param name="flashvars" value="vu=http://video.ted.com/talk/stream/2010/Blank/DanielKahneman_2010-320k.mp4&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/DanielKahneman-2010.embed_thumbnail.jpg&vw=512&vh=288&ap=0&ti=779&lang=pt-br&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=daniel_kahneman_the_riddle_of_experience_vs_memory;year=2010;theme=unconventional_explanations;theme=what_makes_us_happy;theme=master_storytellers;theme=how_the_mind_works;event=TED2010;tag=brain;tag=culture;tag=economics;tag=happiness;tag=mind;tag=philosophy;tag=psychology;tag=science;&preAdTag=tconf.ted/embed;tile=1;sz=512x288;" />
<embed src="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf" pluginspace="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" bgColor="#ffffff" width="526" height="374" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always" flashvars="vu=http://video.ted.com/talk/stream/2010/Blank/DanielKahneman_2010-320k.mp4&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/DanielKahneman-2010.embed_thumbnail.jpg&vw=512&vh=288&ap=0&ti=779&lang=pt-br&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=daniel_kahneman_the_riddle_of_experience_vs_memory;year=2010;theme=unconventional_explanations;theme=what_makes_us_happy;theme=master_storytellers;theme=how_the_mind_works;event=TED2010;tag=brain;tag=culture;tag=economics;tag=happiness;tag=mind;tag=philosophy;tag=psychology;tag=science;&preAdTag=tconf.ted/embed;tile=1;sz=512x288;"></embed>
</object>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-5486168527585142672012-03-29T09:28:00.000-03:002012-03-29T14:44:41.359-03:00Psicologia Brazuca: Helmuth Krüger e a cognição social<br />
<div>
<br /></div>
<div class="post-2083 post type-post status-publish format-standard hentry category-cognicao-social category-entrevistas category-psicologia category-psicologia-social" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 5px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="scrollbarbox" id="scrollbarbox" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-left-radius: 10px; border-bottom-right-radius: 0px; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-left-radius: 10px; border-top-right-radius: 0px; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 0px; margin-left: -100px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px; position: absolute; vertical-align: baseline;">
<table border="0" cellspacing="1" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-collapse: collapse; border-color: initial !important; border-color: initial; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; font-size: 12px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline; width: 60px;"><tbody style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<tr style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><td align="center" style="background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-color: initial !important; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline;"><div class="sharebarbtn sbarfblike" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; height: 64px; margin-bottom: 0pt; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0pt; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 48px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?app_id=126788060742161&href=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br%2Fsocialmente%2F2012%2F03%2Fpsicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social%2F&send=false&layout=box_count&width=48&show_faces=false&action=like&colorscheme=light&font&height=64" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-color: initial; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-style: initial; border-top-style: none; border-width: initial; height: 64px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 48px;"></iframe></div>
</td></tr>
<tr style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><td align="center" style="background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-color: initial !important; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline;"><div class="sharebarbtn sbartwitter" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-count-vertical" frameborder="0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.1332442903.html#_=1333023666121&count=vertical&counturl=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br%2Fsocialmente%2F2012%2F03%2Fpsicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social%2F&id=twitter-widget-0&lang=pt&original_referer=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br%2Fsocialmente%2F2012%2F03%2Fpsicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social%2F&size=m&text=Psicologia%20Brazuca%3A%20Helmuth%20Kr%C3%BCger%20e%20a%20cogni%C3%A7%C3%A3o%20social&url=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br%2Fsocialmente%2F2012%2F03%2Fpsicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social%2F" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; height: 62px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 70px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></div>
</td></tr>
<tr style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><td align="center" style="background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-color: initial !important; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline;"><div class="sharebarbtn sbarplusone" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<div id="___plusone_0" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-style: none; border-top-width: 0px; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 60px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 50px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I1_1333023666232" marginheight="0" marginwidth="0" name="I1_1333023666232" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?url=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br%2Fsocialmente%2F2012%2F03%2Fpsicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social%2F&size=tall&count=true&hl=en-US&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3DZ9-P2K-jNRw.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!Ze6NnRS0VYCICGRMrA%2Fd%3D1#id=I1_1333023666232&parent=http%3A%2F%2Fscienceblogs.com.br&rpctoken=142046402&_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-style: none; border-top-width: 0px; height: 60px; left: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 50px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</td></tr>
<tr style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><td align="center" style="background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-color: initial !important; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline;"><div class="addthis_toolbox addthis_default_style " style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 5px; vertical-align: baseline; width: 50px;">
<a class="addthis_counter" href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7657645675368220438" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: white; cursor: pointer; display: block; float: left; font-weight: bold; text-align: left; text-decoration: underline;"></a><a class="addthis_button_expanded" href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/2012/03/psicologia-brazuca-helmuth-kruger-e-a-cognicao-social/#" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: initial; background-image: url(http://s7.addthis.com/static/t00/nsc01.gif); background-origin: initial; background-position: 0px -40px; background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; display: block; font-family: arial, helvetica, sans-serif !important; font-size: 16px; font-weight: bold; height: 33px; line-height: 33px; margin-bottom: 3px; padding-bottom: 4px; text-decoration: none; width: 50px;" title="View more services">0</a><a class="atc_s addthis_button_compact" href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7657645675368220438" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: initial; background-image: url(http://s7.addthis.com/static/t00/nsc01.gif); background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #598527; cursor: pointer; display: block; font-family: arial, helvetica, sans-serif !important; height: 20px; line-height: 20px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; text-decoration: underline; width: 50px;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 16px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></span></a><br />
<div class="atclear" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</td></tr>
<tr style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><td align="center" style="background-attachment: initial !important; background-clip: initial !important; background-color: transparent !important; background-image: initial !important; background-origin: initial !important; border-bottom-style: none !important; border-color: initial !important; border-color: initial; border-image: initial !important; border-left-style: none !important; border-right-style: none !important; border-style: initial; border-top-style: none !important; border-width: initial !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; vertical-align: baseline;"><small style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 12px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="http://techxt.com/plugin-support-forum/" style="color: #888888;" target="_blank">share</a></small></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="wp-caption alignleft" id="attachment_2086" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; float: left; height: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 5px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; position: relative; vertical-align: baseline; width: 314px;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/foto_Prof.-Helmuth.jpg" style="color: #598527; display: block;"><img alt="" class=" wp-image-2086" height="407" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/foto_Prof.-Helmuth-620x830.jpg" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-color: initial; border-color: initial; border-color: initial; border-image: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-style: initial; border-style: initial; border-top-style: none; border-width: initial; height: auto; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: bottom;" width="304" /></a><br />
<div class="wp-caption-text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #222222; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-color: rgb(204, 204, 204); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(204, 204, 204); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-style: initial; border-top-color: rgb(204, 204, 204); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; bottom: 0px; color: white; font-family: 'Didact Gothic', Helvetica, Arial, sans-serif; left: 0px; opacity: 0.65; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 8px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 8px; position: absolute; text-align: center; vertical-align: baseline;">
Helmuth Krüger</div>
</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #333333;">No início deste ano de 2012, a Universidade Católica de Petrópolis (UCP) </span><a href="http://www.ucp.br/html/joomlaBR/index.php?option=com_content&task=view&id=1215&itemid=1" target="_blank"><span style="color: #990000;">abriu um programa de pós-graduação em psicologia</span></a><span style="color: #333333;">, com a área de concentração em cognição social. Foi com muita alegria e entusiasmo que o André e eu recebemos esta notícia, assim como alguns psicólogos sociais brasileiros interessados nesta subárea! Recomendamos a estudantes interessados na área que busquem informações sobre </span><a href="http://www.ucp.br/html/joomlaBR/index.php?option=com_content&task=view&id=1215&itemid=1" target="_blank"><span style="color: #990000;">este programa aqui</span></a><span style="color: #333333;">.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #333333;">O diretor do programa, o professor </span><a href="http://lattes.cnpq.br/2734613067706583"><span style="color: #990000;">Helmuth Krüger</span></a><span style="color: #333333;">, nos concedeu uma entrevista discutindo questões relacionadas à cognição social no Brasil e à psicologia de maneira mais ampla, nos fornecendo um panorama de um profissional que vivenciou boa parte da construção da psicologia brasileira e que agora investe seus esforços na consolidação da cognição social no Brasil.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #333333;">O professor Krüger é formado em filosofia e em psicologia pela Universidade do Estado da Guabanabara (atual UERJ), é mestre em psicologia aplicada e doutor em psicologia pela Fundação Getúlio Vargas – FGV e por mais de vinte anos foi professor efetivo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Gama Filho. Sem dúvidas o Professor Helmuth Krüger é um dos grandes nomes da psicologia nacional, além de ter orientado uma grande geração de pesquisadores da psicologia social comprometidos com a ciência e a ética na psicologia. Para mais informações sobre o trabalho do professor Krüger, dê uma olhada no </span><a href="http://lattes.cnpq.br/2734613067706583"><span style="color: #990000;">currículo dele aqui</span></a><span style="color: #333333;">.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png" style="color: #598527;"><img alt="" class="aligncenter size-medium wp-image-1760" height="216" src="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca-620x216.png" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-color: initial; border-color: initial; border-color: initial; border-image: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-style: initial; border-style: initial; border-top-style: none; border-width: initial; display: block; height: auto; margin-bottom: 0px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: center; vertical-align: bottom;" width="620" /></a></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span id="more-2083" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></span></div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Helmuth, você poderia nos falar brevemente sobre os projetos de pesquisa que você tem conduzido no seu grupo de pesquisa?</strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Na UCP realizamos estudos e pesquisas sobre temas diversos da psicologia contemporânea. Entretanto, os meus interesses têm sido voltados para a cognição humana, destacando a cognição social. Assim, nos últimos 3 anos investiguei, com a colaboração de dois bolsistas de Iniciação Científica (CNPq), “Crenças de estudantes de Psicologia”, ”Formação de primeiras impressões de pessoas” e “Socialização e identidade transcultural”. Além dessas pesquisas, escrevi alguns textos de natureza teórica, destacando-se os abaixo referidos, que foram publicados em 2011:</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
“Ideologias, sistemas de crenças e atitudes”. In: Camino, L. et al. (2011). Psicologia Social: Temas e teorias. Brasília: Technopolitik.</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
“Ética e psicoterapia”. In: Range, B. (2011). Psicoterapia cognitivo-comportamental: Um diálogo com a Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">E quais são os projetos de pesquisa para o futuro?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
No momento, estamos a realizar uma pesquisa sobre “Flexibilidade pessoal e estrutura lógica de sistemas de crenças”. Esta pesquisa será experimental, havendo quatro hipóteses a corroborar, resultantes da combinação da flexibilidade pessoal (alta e baixa) e estrutura lógica de sistemas de crenças (forte e fraca). Na fase atual, ocupamo-nos com a elaboração de uma escala de flexibilidade pessoal, tomando a contribuição de Milton Rokeach como referência.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Como surgiu o seu interesse pela sua área de pesquisa e quais as linhas de pesquisa em cognição social de seu maior interesse? </strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
De modo geral, posso dizer que os meus interesses de estudo e de pesquisa são o resultado natural de minhas experiências intelectuais e profissionais, sendo as relacionadas ao magistério as mais marcantes. Contudo, devo reconhecer que esses interesses também decorrem dos meus estudos no domínio da Filosofia. De fato, antes de realizar minha formação em psicologia, obtive minha licenciatura em Filosofia, em 1964. No momento, venho estudando a influência de fatores não conscientes na cognição social. Trata-se de um tópico que cada vez mais vem chamando a atenção de estudiosos. Mas, neste ponto, cabe observar que os processos inconscientes destacados para fins de investigação na cognição social não se confundem com a interpretação psicanalítica, uma vez que no caso da cognição social se trata muito mais daquilo que há quatro décadas vem sendo referido como “inconsciente cognitivo”.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Você considera que a comunidade da psicologia social no Brasil é aberta à cognição social ou há alguma resistência?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Há muita heterogeneidade na pesquisa e na prática da psicologia no Brasil e, até certo ponto, tal situação pode ser qualificada como sendo positiva, principalmente devido ao fato de que ela favorece o debate. A homogeneidade não produz esse efeito. No entanto, a acentuação das diferenças pode se fazer à custa da consistência teórica e do rigor empírico, afetando, neste caso, negativamente a psicologia. De outro lado, a considerar sua pergunta, não consigo identificar, até o momento, qualquer reação adversa à pesquisa da cognição social no Brasil. É bem provável que ao menos duas circunstâncias estejam a contribuir para este estado de coisas: o fato da cognição social ser uma abordagem da psicologia social de recente introdução no Brasil; e, o destaque concedido a esse assunto no plano internacional, favorecendo a formação de crenças socialmente compartilhadas a respeito de sua relevância. Havendo manifestações críticas à cognição social, elas muito provavelmente serão baseadas em dois argumentos: o que ressaltará a origem notadamente estadunidense, por conseguinte, estrangeira, desse tópico, que sob uma ótica política seria considerado de escasso interesse para projetos de intervenção em comunidades brasileiras socialmente desfavorecidas; e, o que retomará, de um modo ou de outro, os pronunciamentos já antigos das limitações dos métodos experimentais na psicologia.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Em sua opinião, qual é a importância da pesquisa empírica em cognição social e como você vê que ela poderia ser operacionalizada nas universidades brasileiras?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
A investigação científica (tomando-a como expressão de significado amplo, englobando estudos teóricos e pesquisas empíricas e experimentais) pode ser realizada sob três perspectivas: a estritamente teórica; a empírica, destituída de fundamentos teóricos consistentes; e, a combinação destas duas, resultando em investigações de caráter teórico-empírico e teórico-experimental. A melhor delas é esta última. É a melhor porque combina a exigência da organização lógica das hipóteses ou, se for o caso, tratando-se de pesquisas de superior maturidade científica, da consistência da teoria, e a coerência factual dos elementos informativos de procedência empírica. De imediato, as exigências a atender a fim de promover tais pesquisas tendo por foco temas da cognição social são essencialmente duas: conhecimento sobre esta matéria e treinamento em pesquisa. Tais exigências podem ser atendidas em universidades brasileiras.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Você observou a psicologia no Brasil florescer e se modificar ano após ano e ainda hoje permanece publicando, ensinando e orientando alunos. O que o motiva a prosseguir o seu trabalho?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Eu poderia dissertar sobre o significado desta pergunta, mas se assim viesse a proceder certamente iria compor uma resposta monótona, por ser muito pessoal. Assim, com o objetivo de abreviar a resposta, observo apenas que concordo com a declaração de Johann Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827), inserida em sua obra “Aforismos sobre o Homem”: “Aquele que sabe e não ensina é o pior pecador de todos”. Acrescentaria apenas: “aquele que (racionalmente baseado) supõe saber”.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">É possível dizer que hoje a psicologia no mundo é mais consolidada em termos de paradigma, indo de encontro ao que às vazes é dito em sala de aula, chamando a psicologia de uma protociência ou ciência pré-paradigmática? </strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
As expressões `protociência`, `ciência pré-paradigmática` e `paradigma` tiveram ampla circulação na década de 1960, tendo sido empregadas por Mario Bunge e Thomas Kuhn, dentre outros autores, cujas obras eram muito lidas e discutidas naquela época. Atualmente, são menos empregadas, embora possam, dependendo do argumento, revelar sua utilidade. A meu ver, a psicologia, tanto como ciência quanto como profissão, tem como uma de suas principais características a dispersividade. De fato, não consigo visualizar um futuro para ela que venha a ser marcado pela unidade temática, metodológica e de práticas profissionais. Nem mesmo o significativo desenvolvimento atual da psicobiologia, da psicologia fisiológica, da psicologia genética, da psicologia evolutiva, bem como das relações cada vez mais estreitas entre ela e as neurociências, oferecem a esperança de obtenção de maior homogeneidade neste ramo das ciências contemporâneas. No meu entendimento, em grande parte a situação ora considerada resulta do fato de não encontrarmos acordo quanto aos pressupostos filosóficos da psicologia, especialmente os relacionados à concepção que formamos a respeito de nossa natureza e condição no mundo. Em síntese, não dispomos de teorias gerais na psicologia. Não há, apenas para ilustrar, uma teoria geral da motivação, das emoções e da aprendizagem. Na realidade, teorias psicológicas são teorias de médio alcance.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">É difícil ser um pesquisador em psicologia no Brasil?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Não, mas também não é tão fácil assim. Para profissionais desejosos de se dedicar à investigação científica, a condição institucional que mais lhes favoreceria neste sentido seria a da docência em universidades públicas ou particulares, que estejam mobilizadas para a busca de conhecimento. A ciência, qualquer que seja o seu ramo, é muito valorizada na atualidade, pois, o conhecimento dela derivado, embora possa ser utilizado para fins política e eticamente condenáveis, contribui na ampliação de nossa liberdade, possibilitando-nos a crítica e a rejeição de superstições, crendices e preconceitos, quer dizer, torna-nos menos ignorantes.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Qual foi o melhor conselho que você já recebeu?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Pensando bem, conselho propriamente não me recordo de haver recebido. Obtive sugestões, tendo sido uma delas muito importante para o direcionamento de ao menos parte de minhas motivações para o estudo e a pesquisa na psicologia. Refiro-me às palavras muito expressivas do Professor Eliezer Schneider (1916 – 1998), dirigidas a mim, na oportunidade em que iniciava as minhas atividades docentes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 1971. Naquela ocasião, pensava em dedicar-me a temas da psicologia geral, como aprendizagem e motivação, e complementarmente, à filosofia da psicologia, mas tinha sido indicado para lecionar a disciplina psicologia social no curso de ciências sociais. Essa indicação não me deixou particularmente satisfeito. O professor Schneider, tendo tomado conhecimento de minha insatisfação, observou que as minhas experiências familiares e o biculturalismo delas resultante, tal como havia ocorrido com ele, as quais foram vivenciadas (tanto por mim quanto por ele) em relações sociais bastante complexas, deveriam deixar-me mais interessado em estudar, pesquisar e ensinar psicologia social. Só posso dizer que levei muito em conta o que ouvi do professor Schneider.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Quais são as suas expectativas em relação ao futuro da psicologia brasileira?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Boas. Podem ser melhores se houver mais cuidado no processo de formação de psicólogos no Brasil. Refiro-me em especial a aspectos relacionados à formação científica, que demandam muita atenção à análise conceitual, à amplitude de conhecimento, necessária à obtenção de uma visão intelectual mais ampla de nossa condição no mundo, às competências cognitivas, às habilidades técnicas necessárias à pesquisa e à intervenção e à disposição de submeter o conhecimento, assim como a nossa própria experiência, ao escrutínio de nossa reflexão. No momento, há cerca de 250.000 psicólogos no Brasil, mas podemos perguntar, tomando como referência padrões internacionais, qual é a contribuição teórico-científica de psicólogos brasileiros? Segundo o CNPq, atualmente, a contribuição científica conjunta da psicologia e da psiquiatria deste país no plano internacional alcança apenas 0,62%. Esta média é bastante inferior à média de toda a contribuição científica brasileira no plano internacional, que é 2,1%.</div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Verdana, Geneva, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Você recomenda alguma leitura para quem se interessa pela sua área?</strong><strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Para iniciantes, recomendaria a leitura de alguns capítulos da seguinte obra:</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
CAMINO, Leôncio; TORRES, A. R.; LIMA, M. E.; & PEREIRA, M. E. (2011). Psicologia Social: Temas e teorias. Brasília: Technopolitik.</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
———</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #333333;">Esta série de entrevistas é uma parceria entre os blogs </span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/" target="_blank"><span style="color: #990000;">SocialMente</span></a><span style="color: #333333;"> e </span><a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Cogpsi</span></a><a href="http://cog-psi.blogspot.com.br/" style="color: #598527;" target="_blank">.</a><span style="color: #333333;"> Visite-nos para conhecer um pouco mais sobre psicologia!</span></div>
</div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-3753279516238671292012-03-12T14:42:00.000-03:002012-03-12T15:01:22.434-03:00Como adivinhar o que alguém está pensando<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">* André Rabelo</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBz0Erfifr2380KQcu-kfmfEqU4voUVc-BMAgvCKfTPDg_IkORorzNeVm1WN5oG2hvaHgN4MpuTGYWKibONEL5pVhNSp-Pg2YPN4KSLCCdElOMb7JO_OEDzmOIcHy8ea0MAv7p9uujjRjg/s1600/brainglass.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBz0Erfifr2380KQcu-kfmfEqU4voUVc-BMAgvCKfTPDg_IkORorzNeVm1WN5oG2hvaHgN4MpuTGYWKibONEL5pVhNSp-Pg2YPN4KSLCCdElOMb7JO_OEDzmOIcHy8ea0MAv7p9uujjRjg/s320/brainglass.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem nunca brincou de tentar adivinhar o que outra pessoa estava pensando? Será que conseguiremos algum dia pedir para alguém pensar em alguma coisa e então adivinhar, sem que a pessoa fale absolutamente nada? Ao que parece, os primeiros passos para isso acontecer estão sendo dados pelo pessoal do <a href="https://sites.google.com/site/gallantlabucb/">Gallant Lab</a><span id="goog_1222258111"></span><span id="goog_1222258112"></span><a href="http://www.blogger.com/"></a>, na Universidade da Califórnia, Berkeley.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu já havia traduzido <a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/2011/11/cientistas-aprendem-a-ler-mentes-estaria-o-big-brother-muito-distante/">um texto no blog SocialMente</a> comentando sobre o artigo publicado na revista <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Current Biology,</em> onde o pessoal deste laboratório conseguiu, a partir de registros da atividade neural dos participantes, reconstituir de maneira aproximada as imagens que os participantes observavam. Neste <a href="http://www.youtube.com/watch?v=nsjDnYxJ0bo&feature=player_embedded">link</a>, tem o vídeo comparando as reconstituições obtidas com as imagens que de fato os participantes olharam.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<img alt="ResearchBlogging.org" class="alignleft" height="85" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; height: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 5px; max-width: 545px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: bottom;" width="70" /><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desta vez, os destemidos membros deste laboratório publicaram um estudo na revista <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">PLoS Biology</em> onde eles conseguiram, novamente a partir da atividade neural, reconstruir palavras nas quais os participantes estavam pensando. Em outras palavras, eles conseguiram adivinhar a palavra que a pessoa estava pensando só a partir da atividade elétrica do cérebro dos participantes! Sim, é isto mesmo, você não está lendo nada errado!</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span id="more-1316" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></span></span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para alcançar este feito, os pesquisadores utilizaram um técnica invasiva de registro neural. Os registros eletrocorticográficos (ECoG) são obtidos através de eletrodos colocados na superfície do cérebro, após uma incisão no crânio. Eu até pensei em trazer uma imagem para deixar mais claro como isso funciona, mas as imagens eram meio desagradáveis…</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Após colocar estes fiozinhos na cabeça de 15 voluntários, os cientistas mediram a atividade elétrica de populações de neurônios em resposta a diversas palavras e frases emitidas por uma voz feminina gravada. A partir destes dados, os pesquisadores desenvolveram um algoritmo (programa de computador) capaz de relacionar padrões de atividade neural com as estimulações auditivas. Com este algoritmo em mãos, eles mostraram então listas de palavras aos voluntários e pediram que eles escolhessem uma palavra e pensassem nela. A partir da atividade neural dos voluntários enquanto pensavam na palavra e do algoritmo desenvolvido, os cientistas foram capazes de descobrir com uma grande acurácia as palavras nas quais os voluntários estavam pensando.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Apesar de ser um resultado assustador para alguns que querem proteger seus pensamentos, esta pesquisa pode beneficiar muitas pessoas que, por algum motivo, não conseguem controlar os músculos envolvidas na fala, apesar de não ter os mesmos prejuízos em sua capacidade cognitiva. Pessoas com paralisias graves como as que ocorrem em casos de tetraplegia, por exemplo, poderiam se comunicar utilizando um aparelho capaz de reconstruir as suas falas. Esta pesquisa, além de estimular nossas imaginações futuristas e contribuir para a melhor compreensão de como alguns processos cognitivos ocorrem no cérebro, pode ajudar algumas pessoas a voltar a falar com o simples pensamento!</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<h3 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: small;">Referências</span></h3>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: black; line-height: normal;">Pasley, B., David, S., Mesgarani, N., Flinker, A., Shamma, S., Crone, N., Knight, R., & Chang, E. (2012). Reconstructing Speech from Human Auditory Cortex </span><span style="color: black; font-style: italic; line-height: normal;">PLoS Biology, 10</span><span style="color: black; line-height: normal;"> (1) DOI: </span><a href="http://dx.doi.org/10.1371/journal.pbio.1001251" rev="review" style="line-height: normal;">10.1371/journal.pbio.1001251</a>
</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; line-height: 19px; margin-bottom: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: 13px; font-style: italic; line-height: normal;">* André Rabelo é estudante de graduação do curso de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). Além de ser editor dos blogs <a href="http://cienciaumavelanoescuro.haaan.com/" style="background-color: transparent; color: #a50d0e; text-decoration: none;">Ciência - Uma Velha no Escuro</a> e <a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/">SocialMente</a></span><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: 13px; line-height: normal;">, é colaborador do </span><a href="http://astropt.org/blog/" style="color: #a50d0e; font-family: verdana; font-size: 13px; line-height: normal; text-decoration: none;">Blog de Astronomia do astroPT</a><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: 13px; line-height: normal;"> e do </span><a href="http://bulevoador.haaan.com/" style="color: #a50d0e; font-family: verdana; font-size: 13px; line-height: normal; text-decoration: none;">Bule Voador</a><span style="color: #444444; font-family: verdana; font-size: 13px; line-height: normal;">.</span>
</div>
<br />Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-58368535836113698392012-03-03T15:10:00.000-03:002012-03-03T15:10:59.550-03:00Psicologia Brazuca: Vitor Haase e a neuropsicologia<w:sdt contentlocked="t" id="89512093" sdtgroup="t"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 1pt;"><w:sdtpr></w:sdtpr><w:sdt docpart="E8997BACF8D942B8B6FD168145A23B11" id="89512082" storeitemid="X_F11D3C6E-AEAF-49BC-8D81-115F3816241E" text="t" title="Título da Postagem" xpath="/ns0:BlogPostInfo/ns0:PostTitle"></w:sdt></span>
</w:sdt><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim8aXdwh7v2kgptlBaIVizs-HHFkssrAoSXObXaRiL31D1qKj7CpefSZ0ocOVcMYtNUmoIOp-xx99kJJaobLVv43BbZoKgm5IK1VUfZWBVKO5s1dEdWDaYuPF0T9TfsEkFRjI4zR3M8eoy/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim8aXdwh7v2kgptlBaIVizs-HHFkssrAoSXObXaRiL31D1qKj7CpefSZ0ocOVcMYtNUmoIOp-xx99kJJaobLVv43BbZoKgm5IK1VUfZWBVKO5s1dEdWDaYuPF0T9TfsEkFRjI4zR3M8eoy/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" /></a></div>
<div class="Publishwithline">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15pt;">O professor </span><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><a href="http://lattes.cnpq.br/2208591466035438">Vitor Geraldi Haase</a></span><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15pt;"> é coordenador do Laboratório de
Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND-UFMG) na Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). Configurando-se hoje como um dos maiores pesquisadores na área
de neuropsicologia, tanto a nível nacional quanto internacional, o professor
Vitor foi recentemente aprovado em primeiro lugar no concurso de professor
titular da Psicologia da FAFICH-UFMG. Além de imerso em diversos projetos de
pesquisa, ele escreve o blog </span><a href="http://npsi-dev.blogspot.com/" style="line-height: 15pt;" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Neuropsicologia e
desenvolvimento humano</span></a><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15pt;">,
mais voltado para a divulgação de conhecimento científico na área, e o
blog </span><a href="http://npsi-reha.blogspot.com/" style="line-height: 15pt;" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Reabilitação neuropsicológica</span></a><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 15pt;">, voltado para divulgar informações a
pacientes e às suas famílias. Vejam esta ótima e profunda entrevista que o
professor Vitor gentilmente nos cedeu, comentando sobre os mais diversos
problemas não apenas da neuropsicologia, mas da psicologia de maneira mais
ampla, estreando a nossa série <b>Psicologia Brazuca</b> em
grande estilo!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png"><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt; text-decoration: none;"><v:shape alt="Descrição: http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca-620x216.png" href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/files/2012/03/psicologia-brazuca.png" id="Imagem_x0020_2" o:button="t" o:spid="_x0000_i1025" style="height: 153.75pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 441.75pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="psicologia-brazuca-620x216" src="file:///C:\Users\Marcus\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.png">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></a><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0IrGdr4lpJAJMO-rI9z_Ckpg4jkKVvm92KH54IErAjZbiuWyc9UP7EFOUDP-7Y1FA5Z0GpERZC4MzMZt0AG4dXOhNtIHR5HuiHRxzgCEnX8tVi_acDR6HC3bAI7lU87pb0PDHTdfi0DP/s1600/psicologia+brazuca2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="392" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0IrGdr4lpJAJMO-rI9z_Ckpg4jkKVvm92KH54IErAjZbiuWyc9UP7EFOUDP-7Y1FA5Z0GpERZC4MzMZt0AG4dXOhNtIHR5HuiHRxzgCEnX8tVi_acDR6HC3bAI7lU87pb0PDHTdfi0DP/s640/psicologia+brazuca2.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Vitor, você poderia
nos falar um pouco sobre os projetos de pesquisa que você tem conduzido no seu
grupo de pesquisa e sobre os futuros projetos?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O Laboratório de Neuropsicologia do
Desenvolvimento (LND-UFMG), por mim coordenado, tem por objetivo a realização
de pesquisas para desenvolver instrumentos neuropsicológicos de diagnóstico e
intervenção para indivíduos com transtornos do desenvolvimento e suas famílias.
As linhas de pesquisa são organizadas em torno de quatro eixos temáticos:
dificuldades de aprendizagem de matemática, síndromes genéticas, infecção
pediátrica por HIV/AIDS e paralisia cerebral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><u>Dificuldades de aprendizagem da matemática</u></span><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Todos os nossos projetos de pesquisa,
inclusive o projeto sobre discalculia, foram aprovados pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (COEP) da UFMG. O projeto sobre discalculia vem sendo conduzido desde
2008 em uma colaboração internacional com os professores Klaus Willmes da
Universidade de Aachen, Alemanha, e Guilherme Wood, da Universidade de Graz,
Áustria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">As dificuldades de aprendizagem da matemática
ou discalculia do desenvolvimento são menos conhecidas do que as dificuldades
de aprendizagem da leitura, mas não menos importantes. O termo discalculia se
refere a indivíduos com dificuldades graves na aprendizagem da matemática,
principalmente em aspectos muito básicos, tais como estimação de grandezas,
realização de cálculos simples e aprendizagem dos fatos aritméticos. Uma
observação frequente é que a criança ou jovem precisa contar nos dedos ou se
usa dos algoritmos de cálculo de forma ineficiente. A prevalência situa-se em
torno de 3% a 6% das crianças em idade escolar e a discalculia é de natureza
persistente, constituindo-se em fator de risco para desemprego, baixa renda e
problemas relacionados com psicopatologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Os objetivos das nossas pesquisas com
discalculia dizem respeito à caracterização dos mecanismos cognitivos e
validação de procedimentos diagnósticos e de intervenção. Do ponto de vista dos
mecanismos a discalculia é muito heterogênea. Pode estar relacionada a déficits
no processamento fonológico, tais como aqueles observados na dislexia. Neste
caso, o comprometimento maior é da aquisição e resgate dos fatos aritméticos e
resolução de problemas verbalmente formulados. A memória de trabalho e funções
executivas também são afetadas nos casos de discalculia, podendo explicar
aqueles casos que se associam ao transtorno do déficit de atenção por
hiperatividade. Finalmente, um grupo menor de crianças apresenta uma
discalculia pura, associada a um déficit no senso numérico. Ou seja, ou
capacidades muito básicas de estimação de grandezas, as quais impedem o
desenvolvimento do conceito de número e outras habilidades. Nos casos de
déficit no senso numérico as dificuldades são bem mais graves.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A pesquisa sobre os mecanismos da discalculia
é importante porque ajuda a formular estratégias educacionais mais
individuailizadas e eficientes. No que se refere às intervenções estamos
trabalhando em várias frentes. Uma delas diz respeito aos estilos
disciplinares. As dificuldades escolares fazem com que pais e educadores
recorram a técnicas punitivas de modificação do comportamento, uma vez que as
dificuldades da criança são atribuídas a "preguiça" ou falta de
engajamento e motivação. Entretanto, ao invés de resolver o problema, as
técnicas punitivas tendem a agravá-los, diminuindo também a auto-estima da
criança e podendo contribuir para comportamentos de rebeldia ou agressividade.
O nosso trabalho consiste em auxiliar pais e professores, através de
procedimentos de aconselhamento e treinamento, a adotarem um estilo disciplinar
não-coercivo, mais liberal, baseado no incentivo e não na punição. Também
trabalhamos com cognitivas propriamente ditas, para melhorar a atenção, memória
de trabalho, funções executivas, senso numérico, fatos aritméticos, resolução
de problemas etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O diagnóstico e atendimento adequado às
crianças com dificuldades de aprendizagem da matemática são muito importantes,
uma vez que o mau desempenho escolar se associa a transtornos de comportamento
e baixo auto-estima, contribuindo para isolar socialmente e discriminar os
indivíduos afetados e suas famílias. O diagnóstico e as explicações científicas
relacionadas aos mecanismos subjacentes permitem que o indivíduo afetado e sua família
reconstruam seus <i>selves</i>,
permitindo-se recuperar seu bem-estar e funcionalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A frequência e gravidade dos problemas de
aprendizagem, inclusive da matemática, indicam que há a necessidade de se
construir um sistema público de diagnóstico e atendimento multidisciplinar para
as crianças e jovens afetados e suas famílias. A falta de acesso a serviços públicos
de diagnóstico e terapia é um fator que contribui para cercear oportunidades de
desenvolvimento e acesso às carreiras melhor remuneradas para os indivíduos
afetados e suas famílias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><u>Síndromes genéticas</u></span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Estamos <span style="color: #333333;">trabalhando com a
caracterização do perfil neuropsicológico de diversas síndromes neurogenéticas,
tais como síndrome de Turner, síndrome velocardiofacial, síndrome de Williams
etc. Este trabalho é realizado em parceria com diversos pesquisadores e instituições.
Através de um financiamento da FAPEMIG a Profa. Maria Raquel Santos Carvalho do
ICB-UFMG está disponibilizando técnicas de diagnóstico genético-molecular para
o SUS. Estamos iniciando uma parceria com a Associação Brasileira da Síndrome
de Williams, através de sua presidente, Sra. Jô Nunes. Em 3 demarço vai ocorrer
na UFMG um encontro entre pesquisadores e familiares.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Também temos uma parceria com as Profas.
Camila Dininno da PUC Minas e Célia Giacheti da UNESP de Marília para o estudo
da síndrome velocardiofacial. Apesar de pouco conhecida, a síndrome
velocardiofacial ou microdeleção do cromossoma 22q11.2 é uma das síndromes
genéticas mais frequentes, com ocorrência em torno de 1 para 2000 na populaão.
Além de uma facies característica, disfonia, insuficiência do véu palatino,
malformações congênitas e atraso no desenvolvimento, a síndrome
velocardiofacial é uma causa frequente de transtornos de aprendizagem,
principalmente da matemática, e um fator de risco para esquizofrenia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Recentemente apresentamos no XXX Workshop on
Cognitive Neuropsychology em Bressanone, Itália, um trabalho mostrando que os
indivíduos com síndrome velocardiofacial apresentam um déficit importante no
senso numérico, o qual não é explicado pela presenção muitas vezes associada de
retardo mental. Profissionais, pacientes e familiares interessados em
participar da pesquisa podem nos contatar através do telefone </span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/wp-admin/31%2F34096295" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">31/34096295</span></a><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><u>Infecção pediátrica por HIV/AIDS</u></span><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">As nossas pesquisas sobre a neuropsicologia da
HIV/IADS são conduzidas em parceria com o Prof. Jorge Andrade Pinto da
Pediatria UFMG, Centro de Referência Orestes Diniz para Doenças
Infecto-contagiosas, e National Institutes of Health dos EUA. O nosso principal
resultado até o momento com a AIDS é que as crianças e jovens com AIDS
apresentam inteligência normal e um comprometimento cognitivo relativamente
leve em funções executivas relacionadas a áreas pré-frontais do cérebro. Quer
dizer, aspectos mais básicos do funcionamento cognitivo, tais como a
inteligência, estão preservados. Quase não se observam mais casos de
encefalopatia ou retardo mental. Os comprometimentos observados ocorrem em
funções mais complexas, relacionadas à atenção, controle sobre as operações
mentais mais sofisticadas, resolução de problemas, planejamento etc. Isto
é muito importante porque atesta o sucesso do programa brasileiro de prevenção
e tratamento da AIDS pediátrica. A prevenção da transmissão vertical impede que
novos bebês sejam infectados. Por outro lado, os que já estão infectados têm
uma sobrevida e </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">qualidade de vida cada <span style="color: #333333;">vez melhores. Atualmente estamos investigando o impacto
das disfunções executivas que observamos sobre o rendimento escolar e qualidade
de vida.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><span style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><u>Paralisia cerebral</u></span><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Das pesquisas sobre paralisia cerebral já
resultaram baterias de testes para o diagnóstico de funções executivas
(BIFE-UFMG), habilidades visoespaciais (BACE-UFMG) e processamento lexical
(BANPLE-UFMG) para crianças com idade mental entre 4 e 6 anos de idade. Também
desenvolvemos um conjunto de "core sets" ou categorias nucleares para
a aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) no contexto da paralisia cerebral. A CIF é um sistema de categorização
das consequências funcionais das condições de saúde desenvolvido pela
Organização Mundial da Saúde, o qual se baseia em um modelo
biopsicossocial das relações entre aspectos orgânicos, psicológicos e sociais
que potencialmente afetam o funcionamento e bem-estar do indivíduo e sua
família. O modelo da CIF está crescentemente sendo adotado como referencial
teórico para a reabilitação neurológica e neuropsicológico. Entretanto, a CIF é
complexa e sua aplicação clínica depende de pesquisas como as nossas, as quais
contribuem para operacionalizar seus conceitos. Estas pesquisas estão
contribuindo para um melhor reconhecimento das necessidades de reabilitação
apresentadas pelos indivíduos afetados e suas famílias, bem como para o
desenvolvimento de medidas de desfecho mais válidas e intervenções mais
eficazes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Também estamos trabalhando com a representação
do corpo em crianças com paralisa cerebral hemiplégicas. Nossas pesquisas
mostraram que 30% das crianças hemiplégicas apresentam agnosia ou negligência
do lado afetado do corpo em tarefas bimanuais. Ao contrário do que acontece no
adulto, no qual a hemissomatoagnosia ocorre predominantemente após lesões
do hemisfério direito, em crianças a hemissomatoagnosia surge após
comprometimento de qualquer um dos dois hemisférios cerebrais. A
hemissomatoagnosia compromete a funcionalidade da criança, interferindo com os
resultados da reabilitação. Desenvolvemos uma bateria neuropsicológica e
um procedimento de observação clinica para o diagnóstico de hemissomatoagnosia
em crianças com paralisia cerebral hemiplégica e estamos captando recursos para
um projeto de reabilitação usando neurofeedback.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Quais são os planos
para o futuro?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Estamos em uma fase muito boa. Esta </span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">semana (14/02/2012) eu fui aprovado em primeiro lugar no
concurso de professor titular da Psicologia da FAFICH-UFMG e isto deve melhorar
a nossa capacidade de financiamento de pesquisa. Adquirimos <span style="color: #333333;">equipamento de eletroencefalografia e potenciais evocados
cognitivos, os quais devem melhorar nossa capacidade de localizar temporalmente
os déficits cognitivos nas diversas etapas do processamento de informação. Um
doutorando está sendo treinado pelo Prof. Guilherme Wood no uso de EEG em Graz
e as pesquisas aqui no LND devem se iniciar em setembro, em colaboração com o
Prof. Carlos Julio Tierra da Engenharia da UFMG. Também em colaboração com
o Prof. Carlos Julio e Guilherme elaboramos um projeto para utilização de
neurofeedback na reabilitação de crianças com discalculia e paralisia cerebral.
Estamos torcendo para que o projeto seja aprovado e possamos adquirir os
equipamentos. Estamos procurando expandir nossas parcerias internacionais,
melhorando o perfil das nossas publicações e aumentando a nossa participação no
cenário científico internacional. Também estamos consolidando o nosso
ambulatório, chamado Número, o qual se destina ao atendimento de crianças e
jovens com dificuldades de aprendizagem da matemática e síndromes genéticas.
Quem tiver interesse em recorrer aos nossos serviços pode entrar em contato através
do telefone </span></span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/wp-admin/31%2F34096205" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">31/34096205</span></a><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">. Na primeira semana letiva de cada semestre é
feita uma triagem para verificar a indicação de atendimento em nosso ambulatório.
A triagem se faz necessária porque os serviços são gratuitos e a demanda é
grande.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Como surgiu o seu
interesse pela sua área de pesquisa?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A neuropsicologia foi o modo de eu conciliar
interesses humanísticos com uma perspectiva biológica, científico-natural. Eu
acredito muito em consiliência. Ou seja, na validação convergente de resultados
empíricos a partir de diferentes perspectivas ou tradições de pesquisa. A
realidade é muito complexa e o método indutivo usado pelas ciências têm suas
limitações. A principal delas é a impossibilidade de demonstrar hipóteses,
apenas de refutá-las. Isto faz com que a consiliência ou validação convergente
seja o caminho. À medida que subimos de nível do físico, químico, biológico
para o psicológico e social, ganhamos crescentemente em graus de liberdade
quanto ao determinismo. Ou seja, emergem propriedades. Mas os pesquisadores nos
níveis mais altos da hierarquia da realidade humana não têm liberdade total. Não
podem postular ontologias descoladas da realidade física e biológica. Do ponto
de vista psicológico, a biologia é uma fonte valiosa de restrições, as quais
nos permitem vislumbrar a arquitetura e o funcionamento do sistema. A
neuropsicologia me coloca em contato com as grandes questões filosóficas da
ética, ontologia e epistemologia, mas a partir de uma perspectiva empírica. O
neuropsicólogo lida com os mesmos temas do filósofo. Só que o filósofo trabalha
com argumentos enquanto o neuropsicólogo trabalha com a mensuração do
desempenho de pacientes, inferindo a arquitetura do sistema cognitivo e suas
relações com o a estrutura e função cerebral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Técnicas como a de
neurofeedback e estimulação transcraniana tem representado avanços importantes
na área. Quais são as vantagens e desvantagens das técnicas usadas na neuropsicologia
e na neurociência cognitiva e o que elas podem nos dizer?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Conheço os trabalhos sobre implantação de
eletrodos em estruturas dos gânglios da base e estimulação em pacientes com
Parkinson. Os resultados destes estudos são em grande parte paradoxais. Por
vezes os pacientes melhoram, outras pioram. Ou melhora alguns aspectos e pioram
outros. Acho que esta é uma área que ainda não é bem conhecida. Mas não
sou especialista no assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A estimulação magnética transcraniana é
realmente uma técnica que trouxe uma contribuição importante à neuropsicologia.
Todas as outras técnicas são correlacionais. Ou seja, o neuropsicológo observa
que uma determinada lesão se associa com um dado padrão de alterações
comportamentais ou cognitivas. Mas não pode ter certeza de que é a lesão que
causou a alteração do comportamento. A natureza correlacional dos dados
anátomo-clinicos não permite estabelecer de forma definitiva que as relações
entre cérebro e comportamento são de causa e efeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Em alguns casos excepcionais é até possível
fazer inferências causais. Um caso justamente famoso é o de um professor que
começou a ter comportamentos pedófilos. Viu-se que ele tinha um tumor
raríssimo, um hamangiopericitoma nas regiões frontais subcorticais. O paciente
foi operado e melhorou. Posteriormente, o quadro de pedofilia retornou e
verificou-se que o tumor havia recidivado. O relato deste caso demonstra
através de um delineamento ABAB que existe uma relação causal entre o tumor e a
alteração do comportamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A estimulação magnética transcraniana é
importante por se tratar de uma técnica de causar "lesões" ou
ablações funcionais reversíveis em indivíduos normais. Faz-se um pré-teste e
constata-se que a função é normal. Faz-se a ablação funcional e verifica-se que
foi induzida uma síndrome ou déficit neuropsicológico. Posteriormente
observa-se a normalização da função. A estimulação magnética transcraniana é,
portanto, uma técnica que permite fazer inferências causais entre e estrutura e
função no cérebro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Mas a estimulação magnética transcraniana
também tem suas limitações. Uma delas é que nem todas as áreas cerebrais são acessíveis.
Apenas o córtex e principalmente nas regiões frontais e temporais. Acho,
entretanto, que a principal limitação é que a estimulação magnética
transcraniana se associa ao risco de induzir crises convulsivas. Como
ferramenta de investigação das correlações anátomo-funcionais seu uso se
restringe a situações específicas em ambiente médico-hospitalar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Que eu saiba, o principal uso terapêutico que
está sendo feito da estimulação magnética transcraniana é no tratamento da
depressão. Esta técnica está começando a substituir a eletroconvulsoterapia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O surgimento e consolidação dos métodos de
neuroimagem funcional nos últimos 30 anos fez com que o interesse por estudos
de pacientes ou estudos de caso tenha diminuído bastante nos últimos anos.
Atualmente, periódicos como Neuropsychologia e Cortex publicam majoritariamente
estudos sobre neuroimagem. O número de estudos com pacientes vem diminuindo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Por outro lado, tanto a neuroimagem quanto as
técnicas de simulação em redes neurais têm sugerido fortemente que o
processamento de informação ocorre de forma distribuída e paralela no cérebro.
Estes avanços metodológicos e conceituais levaram a uma reformulação do
tradicional conceito de localizacionismo em neuropsicologia. Hoje em dia se
fala em localizacionismo distribuído.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Todos estes avanços são importantes. É
preciso, entretanto, lembrar que tanto o método científico quanto suas diversas
tecnologias se associam a limitações. Algumas questões os pesquisadores
simplesmente não podem investigar devido a restrições éticas ou a limitações
tecnológicas. p. ex., os estudos de neuroimagem funcional mostram padrões
distribuídos de ativação. Mas como a resolução temporal destes estudos é muito
baixa, não se pode excluir que os padrões distribuídos de ativação registrados
em uma janela temporal de alguns segundos correspondam a ativações sequenciais
em uma janela temporal de dezenas ou centenas de milissegundos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Um estudo com registro de potenciais elétricos
corticais em pacientes submetidos a cirurgia para epilepsia mostrou justamente
isto. Ou seja, que os padrões distribuídos captados pelo sinal BOLD da fMRI na
verdade correspondem a uma sequência muito precisa de ativação quando os dados
são analisados com uma resolução temporal maior (Ned Sahin, Science, October
2009).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A conclusão então é que o cérebro processa
informação tanto de modo distribuído quando paralelo. Os estudos de neuroimagem
funcional atual têm limitações importantes quanto à resolução temporal e aquilo
que parece ser um padrão distribuído simultâneo pode corresponder, na verdade,
a uma ativação sequencial numa escala de tempo mais acurada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Os padrões de ativação distribuídos também se
associam a outra limitação das técnicas atuais de neuroimagem funcional. A
variabilidade interindividual é muito grande. A variabilidade interindividual
pode se dever tanto a diferenças anatômicas e funcionais do cérebro quanto ao
tipo de estratégia empregada pelo participante da pesquisa. Assim, das diversas
áreas ativadas na fMRI durante a realização de uma dada tarefa, algumas podem
ser essenciais e outras não. A ativação de algumas áreas pode corresponder
apenas a idiossincrasias relacionadas ao modo como os poucos indivíduos
investigados executam a tarefa. A fMRI não pode identificar dentre todas as
áreas ativadas quais são cruciais para a tarefa e quais desempenham um papel
apenas acessório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Somente os estudos com pacientes têm o
potencial de identificar quais áreas cerebrais constituem <i>conditio sine qua non</i> para a implementação de uma dada função. Se
uma área é ativada em um estudo de neuroimagem, posso concluir ela pode ter
alguma coisa a ver com alguma função. Mas não posso saber jamais quão importante
esta área é. Por outro lado, se uma lesão abole uma função, então posso inferir
que a área desempenha um papel crucial para a função.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Da mesma forma, se um estudo de simulação em
computador consegue implementar uma dada função cognitiva, isto não autoriza a
realizar a inferir que o cérebro se comporta da mesma maneira. Redes
conexionistas simuladas em computador mostram que da dinâmica de sistemas
relativamente simples e com pouca programação prévia podem emergir funções
relativamente complexas. Mas isto não autoriza ninguém a inferir que o cérebro
funciona da mesma maneira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Apesar de serem relativamente desvalorizados
atualmente, os estudos de pacientes e de casos isolados continuam sendo
importante. Somente os estudos de pacientes permitem uma testagem mais completa
de hipóteses causais. Os estudos de neuroimagem e redes neurais funcionam bem
no contexto da descoberta, permitindo gerar hipóteses anátomo-funcionais.
Somente os estudos de pacientes e de estimulação magnética transcranianas
permitem falsificar hipóteses. Ou seja, se um estudo de imagem mostra a
ativação de uma área por uma tarefa, então pode-se concluir que a tal área está
potencialmente implicada na tarefa. Por outro lado, se um estudo de paciente ou
de estimulação magnética mostra que uma função não é comprometida por uma dada
lesão ou ablação funcional isto significa que aquela área não é crucial, apenas
acessória para a tarefa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Existe, portanto, uma complementaridade de
métodos em neurociência cognitiva. Cada abordagem, neuroimagem funcional e
neuropsicologia, tem seu papel. O que nós pesquisadores precisamos fazer é
aprender a utilizar e complementar os resultados de cada método a partir de uma
filosofia experimental de teste de hipóteses. Mas é inegável o fascínio
que as pessoas sentem pela observação de figurinhas coloridas do cérebro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Como a neurociência
pode contribuir para a educação?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A neurociência pode e está contribuindo muito
para a educação. Vou mostrar como isto acontece discutindo um trabalho
publicado em 2008 por Eveline Crone da Universidade de Leiden. O artigo saiu na
revista <i>Journal of Neuroscience</i> e usou fMRI para investigar os
efeitos do feedback positivo e negativo na aprendizagem por regras. Os
participantes precisavam realizar uma tarefa de discriminação de estímulos
visuais usando uma de duas regras alternativas. Era preciso descobrir a regra
correta a ser empregada a partir do feedback fornecido, dizendo se a resposta
havia sido correta ou incorreta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">No cérebro de adultos acontece assim. Em uma
tarefa na qual o indivíduo precisa monitorar sua atividade são ativadas áreas
no córtex pré-frontal medial dorsal, em torno do córtex cingulado anterior.
Sempre que o indivíduo recebe um sinal de erro, o cíngulo anterior é ativado,
repassando este sinal para o córtex pré-frontal dorsolateral, para análise
ulterior, planejamento e solução de problemas. Em registros
eletroencefalográficos este sinal é conhecido como <i>error-related
negativity</i>. É uma coisa clássica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O grando tchan do experimento conduzido por
Eveline Crone foi descobrir que as crianças somente se beneficiam da mensagem
de erro, ativando o giro do cíngulo anterior, a partir dos 12 anos de idade.
Antes desta idade o feedback negativo não melhora o desempenho. Só o feedback
positivo melhora o desempenho em crianças menores do que 12 anos. A
conscientização do erro não ajuda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A implicação pedagógica é óbvia: É mais
eficiente elogiar a criança quando ela acerta do que corrigi-la quando ela
erra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Tem alguma novidade nisto? Tem e não tem.
Agora sabemos quais são as áreas cerebrais envolvidas em um fenômeno
muito conhecido em análise experimental do comportamento. Ou seja, o erro
prejudica a aprendizagem. A punição é menos eficiente do que o reforço. O
ensino escolar se beneficia muito de estratégias de aprendizagem sem erro,
ensino programado etc. De certa maneira, as professoras já fazem isto. No caso
da ortografia, p. ex., no início vale tudo. É só a partir da quarta série que
as crianças começam a ter a ortografia sistematicamente corrigida. Talvez na
quarta série seja cedo demais. Para algumas crianças pode ser cedo demais, para
outras não, uma vez que existe variabilidade inter-individual etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Eu fiquei fascinado quando li o artigo da
Eveline Crone. O trabalho mostra o potencial que a neurociência tem para a educação.
Mas mostra, sobretudo, o potencial que a psicologia cognitiva e comportamental
sempre tiveram para a educação. Potencial este que nem sempre é aproveitado. Na
maioria das vezes não é aproveitado. Há um fascínio enorme em pedagogia pelo
sócio-construtivismo em detrimento de outras correntes teóricas. Conceitos e
métodos da psicologia comportamental e cognitiva são aplicados intuitivamente
pelas professoras. Mas não existe um estudo sistemático e uma formação das
educadoras em psicologia comportamental, cognitiva e neuropsicologia. Talvez
isto venha a mudar com a neurociência e com o atrativo das figurinhas
coloridas. Mas a psicologia está e sempre esteve aí.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">O aluno de graduação
em psicologia no Brasil vive um contexto acadêmico conflituoso e até mesmo
hostil às vezes. Este problema remete a um conflito mais amplo entre abordagens
na psicologia. Como você vê este embate intelectual no Brasil e no mundo?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A psicologia é uma área muito heterogênea, na
qual diversas abordagens teóricas, epistemológicas e até mesmo éticas são
possíveis. De um modo geral, é possível seguir a discussão na filosofia sobre
os conceitos de <i>Erklären</i> e <i>Verstehen</i> para categorizar as diversas
abordagens. <i>Erklären</i> significa
explicar, sendo o objetivo das ciências naturais, empíricas e quantitativas.
Explicar significa validar um modelo mecanicista de relações de causa e efeito,
com base no método científico de testagem e falsificação de hipóteses. <i>Verstehen</i>, por outro lado, significa
compreender, sendo o objetivo das disciplinas hermenêuticas, ou
interpretativas. O objetivo das disciplinas hermenêuticas é dar sentido à
realidade, à vivência subjetiva. Ambos os objetivos são perseguidos por
abordagens distintas na psicologia. A psicologia cognitiva experimental, a
psicobiologia e a neuropsicologia têm por objetivo a explicação causal dos
fenômenos psicológicos, servindo-se do método científico-experimental de teste
(falsificação) de hipóteses e buscando construir modelos mecanicistas de
relações causais. A tradição científico-natural contemporânea tem suas origens
em William James (mente como processo), Charles Darwin (mente como adaptação) e
Carl Wernicke (localização cerebral dos processos psicológicos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Na tradição hermenêutica, que caracteriza o
existencialismo/humanismo, psicanálise e psicossociologia, o objetivo da
psicologia é construir um referencial interpretativo que auxilie na atribuição
de sentido psicológico à experiência subjetiva humana. Se caracterizarmos a
ciência pelo método hipotético-dedutivo-experimental, então estas disciplinas
não são ciência. Seu conhecimento é de outro tipo. Mais relacionado com a
sabedoria. Eu gosto de pensar assim: a perspectiva hermenêutica
trata a experiência subjetiva como variável independente, quase lhe atribuindo
um estatuto de fator explicativo causal. Já na perspectiva científico-natural,
a subjetividade é concebida como uma variável dependente, ou seja, algo que
precisa ser explicado em função de fatores genéticos, da estrutura
anátomo-funcional do cérebro, das experiências de aprendizagem etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">As duas abordagens, científico-natural e
hermenêutica, não deveriam ser incompatíveis. A relação entre elas deveria ser
de complementaridade. Esta relação de complementaridade faz todo sentido do
ponto de vista epistemológico. Os fenômenos psicológicos são muito complexos.
Estudá-los a partir de múltiplas perspectivas somente contribui para enriquecer
o conhecimento. Na prática não é assim. Uma das maiores dificuldades é que as
diferentes correntes partem de pressupostos ontológicos, epistemológicos,
éticos e até mesmo políticos muito distintos. Lá pelas tantas o diálogo se
torna impossível. O grande psicólogo matemático norte-americano Paul Meehl
brincava assim: aquilo que é foco de pesquisa para um psicólogo constitui o
termo de erro para um psicólogo de outra corrente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Em parte o problema deriva da própria
complexidade dos fenômenos psicológicos. Mas, na maior parte o problema se deve
a divergências éticas e políticas, agravadas pelas tendências hegemônicas dos
diversos grupos de pesquisadores. A tendência dos pesquisadores é se
agruparem na academia em igrejinhas, procurando adquirir poder,
reforçar-se mutuamente e impor-se ou até mesmo eliminar as correntes e
grupos rivais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A questão torna-se mais complexa ainda quando
levamos em consideração que os interesses de muitos grupos acadêmicos são
mais políticos do que científicos. Nas universidades, principalmente federais,
mas também em associações científicas e profissionais, pode-se observar um
acentuado predomínio de grupos políticos cuja principal ocupação é
instrumentalizar a atividade acadêmica com o objetivo de promover as
transformações sociais por eles consideradas necessárias. Isto é feito a partir
de estratégias políticas delineadas pelo teórico marxista Antônio Gramsci na
Década de 1930. Segundo Gramsci, uma vez que a estratégia da revolução
socialista e da tomada do poder pela força se destina ao fracasso, os
socialistas deveriam conduzir sua luta política no nível da super-estrutura
ideológica, infiltrando-se nos diversos aparelhos ideológicos de estado e
promovendo suas ideias, conquistando os corações e mentes das pessoas,
principalmente dos jovens. Se considerarmos o predomínio crescente de opiniões
politicamente corretas nas universidades brasileiras podemos fazer uma
avaliação do grau de sucesso obtido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O resultado deste processo, na minha
avaliação, é uma hegemonia de atitudes anticientíficas nas universidades
brasileiras atuais. O ambiente entre professores e alunos é majoritariamente
hostil à pesquisa científica, à testagem de hipótese e à busca de neutralidade
no conhecimento científico. Todo um castelo de construções teóricas foi construído,
procurando argumentar que não existe neutralidade na pesquisa, que interesses
econômicos e de dominação são os motivos verdadeiros subjacentes à pesquisa,
que a ciência é um aparelho ideológico do estado, um instrumento de
dominação e hegemonia e etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Este discurso é muito sedutor, principalmente
para os jovens. A juventude se caracteriza pela inquietação, rebeldia, pela
busca de alternativas ao status quo etc. Então é fácil compreender porque este
discurso encanta tanto a muitos jovens. Ainda mais em um país caracterizado
pelas brutais diferenças sociais, econômicas e culturais. O caminho da crítica
ideológica é sedutor também por outro motivo. A crítica ideológica é o caminho
do menor esforço. Não há necessidade de ralar, de malhar, de estudar
epistemologia, estatística, de aprender neuroanatomia, epidemiologia clinica,
matemática, programação de computadores, controle de variáveis etc. Basta se
apossar de um referencial teórico mínimo e sair por aí
"interpretando". O que por vezes ocorre é uma verdadeira
"interpretose". Uma saturação de interpretações baseadas em lugares
comuns, os quais são compartilhados por grupos descolados, não contribuindo em
nada para o avanço do conhecimento ou transformação da realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Isto não ocorre apenas na psicologia não. Em
diversos cursos da área da saúde, p. ex., estão na moda atualmente os chamados
estudos qualitativos. Nestes estudos, o objetivo do "pesquisador" não
é testar uma hipótese científica sobre relações de causa e efeito entre
variáveis, mas conhecer a opinião de um determinado grupo alvo sobre sua
experiência de vida. Obviamente, que isto é interessante por si só. Mas
contribui muito pouco, p. ex., para o conhecimento dos fatores de risco,
mecanismos causais, prognóstico, eficácia de tratamentos, etc. Ou seja, a
capacidade deste tipo de estudos de informar políticas públicas é muito
reduzida. No máximo o gestor público fica informado de que como uma dada
política será percebida por determinado grupo alvo. Isto é importante, mas não
basta. A questão é que a pesquisa qualitativa/interpretativa constitui um
delineamento muito fraco do ponto de vista da sua capacidade de generalização
dos dados. Cria-se então uma situação paradoxal de uma "ciência do
particular". Ou seja, uma pesquisa cujo objetivo é reconstruir a
experiência de um determinado grupo em uma dada situação. E não uma pesquisa
cujos resultados possam ser generalizados de um contexto para outro, tendo
potencial, portanto, para informar politicas públicas. Trata-se de uma espécie
de narcisismo intelectual, que cultiva um discurso hermético, acessível apenas
aos iniciados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Um grupo de colegas, docentes de processos
psicológicos básicos está muito preocupado com esta questão e tem promovido
encontros e grupos de trabalhos com o intuito de melhorar nossa capacidade
didática enquanto professores de psicologia geral, métodos quantitativos,
psicologia experimental, psicobiologia, neuropsicologia etc. Algumas
iniciativas tem sido mesmo brilhantes, trazendo benefícios enormes para o
ensino de processos básicos. Mas apenas melhorar a nossa eficiência técnica
pedagógica não basta. É preciso também trabalhar politicamente. E acho
que isto é o que está sendo feito também no Brasil, no âmbito deste movimento
pelo ensino dos processos psicológicos básicos. Mas a missão é muito difícil.
Uma estratégia, por exemplo, é infiltrar-se no ensino das disciplinas do
primeiro semestre de psicologia. Eu já fiz. Já desenvolvi por três semestres um
projeto de ensino de métodos quantitativos com a turma do primeiro período
da graduação. O projeto foi um sucesso. Mas, no quinto período, quanto fui dar
aulas para estas mesmas turmas sobre psicologia cognitiva, elas não apenas
tinham esquecido o que haviam aprendido, mas tinham perdido totalmente o
interesse pela psicologia experimental, tendo por vezes desenvolvido uma atitude
hostil em relação à ciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Vou encerrar a resposta a esta pergunta
comentando sobre um paradoxo e contrastando o ambiente intelectual brasileiro
com o ambiente intelectual em outros países.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O paradoxo é o seguinte: Os mesmos grupos e
correntes que argumentam em favor da transformação da realidade, da aceitação e
convivência com as diferenças, pela diversidade etc. e tal, são justamente
aqueles que na academia tentam eliminar as formas rivais de pensando de
maneiras por vezes abjetas, incluindo perseguições, humilhações e
desmoralização de colegas, como tantas vezes já tive oportunidade de
testemunhar. O paradoxo aparente é o fato de as mesmas pessoas que argumentam
contra o preconceito e pela diversidade comportarem-se de forma hegemônica em
relação aos que divergem do seu pensamento. Parece que eles propugnam um tipo
bem específico de diversidade, uma diversidade enviesada, abrangendo apenas um
segmento do espectro de opções possíveis. Isto leva a uma forma de pensamento
dicotômico, de nós contra eles, de luta da forças do bem e do
"progresso" contra as forças da reação, do mal. Mas o paradoxo é
apenas aparente, desaparecendo quando lembramos que somos todos seres humanos e
que as associações entre conspecíficos são reguladas de modos bastante típicos,
os quais são extensivamente investigados pela psicologia social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A última questão diz respeito à comparação do
panorama intelectual brasileiro e internacional. O nível dos debates no Brasil
é muito baixo, muito ideologizado, contrastando com o que se observa em
congressos internacionais e em instituições universitárias de outros países.
Nos países de língua alemã, p. ex., o curriculum de graduação em psicologia
pode compreende até uma dúzia de disciplinas relacionadas a métodos
quantitativos, tais como estatística, programação, psicometria, metodologia
experimental. O aluno sai do curso de graduação com uma base matemática e
metodológica que foge ao alcance da imaginação dos nossos estudantes e
professores. A psicologia é concebida como uma ciência e os seus conceitos e
métodos precisam ser validados através do teste de hipóteses. Nestes países os
alunos de psicologia mal ouvem falar, p. ex., em psicanálise. A psicanálise
existe, mas é uma forma de terapia ou auto-conhecimento que é aprendida fora
dos cursos de psicologia. A psicanálise é cultivada nas associações
psicanalíticas e a formação em psicanálise é feita na pós-graduação pelos
poucos indivíduos que se interessam pelo assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Já na Itália a influência da psicanálise é
maior. Mesmo assim a psicologia e neurociência cognitivas são muito fortes.
Fico pensando assim: se algum curso de direito aqui no Brasil quisesse oferecer
uma disciplina de psicologia para seus graduandos a probabilidade maior é que o
curso fosse de psicanállse. Em Bolonha, por outro lado, os alunos de direito
fazem uma disciplina de psicologia cognitiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Estas diferenças fazem parte de um contexto
maior, caracterizado pelo isolamento intelectual em que vivemos aqui no Brasil.
Durante décadas, p. ex., não podíamos importar computadores e era a maior
dificuldade para importar livros. Quando eu me formei, há 30 anos atrás, era
muito raro que os alunos brasileiros de graduação fossem ao exterior. A coisa
mudou. Cada vez mais nossos alunos fazem intercâmbio e têm contato com outros
ambientes intelectuais. Uma aluna de graduação que estava fazendo intercâmbio
na Universidade de Leeds me escreveu certa vez que somente naquela ocasião ela
tinha se dado conta do significado que os meus ensinamentos tinham, de como
apesar de parecer um peixe fora d'água aqui no Brasil as coisas que eu ensino
têm muito mais a ver com o que pessoal pensa lá fora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Eu não tenho esperança de que isto possa mudar
de uma hora para outra. Mas, por vezes me surpreendo. As transformações podem
ocorrer de forma muito rápida. Considero que a minha principal missão como
docente é formar profissionais, pesquisadores e docentes comprometidos com uma
prática científica baseada em evidências e com um conceito de psicologia
enquanto ciência natural. É claro que esta perspectiva não é a única. Nem tenho
pretensões de que ela seja necessariamente a melhor. Isto depende muito dos
objetivos que se tem. Mas acho que a perspectiva da psicologia enquanto ciência
natural tem o seu lugar ao Sol, cativando um número pequeno, mas crescente de
alunos talentosos e futuros profissionais muito promissores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Qual foi o melhor
conselho que você já recebeu?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Quando eu conclui a residência médica em
neurologia e neuropediatra fui procurar a chefe do serviço onde eu havia feito
minha formação. Eu disse então para esta senhora, uma neuropediatra muito
importante, que tinha um interesse enorme em trabalhar com neuropsicologia. Ela
então me aconselhou a trabalhar bastante, a aprofundar os meus estudos. Com
isto, disse ela, eu viria a ser um "profissional com perícia reconhecida
na área de neuropsicologia". Após ouvir os seus conselhos eu fui procurar
um outro serviço de neurologia, no qual tivesse mais oportunidades para
desenvolver meus interesses como neuropsicólogo. Fui procurar o Prof. Jaderson
Costa da Costa no Hospital da PUCRS, com quem trabalhei por cinco anos e
completei minha formação. Desde então eu tenho trabalhado e estudado muito
sobre neuropsicologia. E, como havia previsto a minha ex-professora, acabei me
tornando reconhecido na área. Não é que ela tinha razão? Acho que foi um dos
melhores conselhos que eu já recebi na vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Meu pai, por outro lado, teve uma atitude muito
diferente em relação a conselhos. No seu leito de morte, o Rubén Haase falou
assim pra mim e para o meu irmão: "Não adianta nada eu querer dar qualquer
conselho pra vocês. Não tenho nada pra dizer. No final vocês vão fazer mesmo do
jeito que bem entenderem". Foi o que eu e o meu irmão fizemos. Foi, sem
dúvida, o melhor conselho que eu já recebi. Penso há anos no que ele quis dizer
com isto. Meu pai era um sábio, um verdadeiro oráculo. Botou a pulga atrás da
minha orelha e me estimulou a fazer do jeito que eu bem entendesse. Obviamente,
sempre fiquei pensando se este é o jeito certo. Se existe um jeito certo. E se
ele descobriu, por que não quis me contar? Hoje sou pai de três adolescentes e
aprendi que a sabedoria não se transmite via oral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Como é ser um
pesquisador em psicologia no Brasil?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Ser um pesquisador na
área de psicologia no Brasil é um privilégio. A psicologia cresce que dá gosto
no Brasil. Existe ainda uma hegemonia de tradições não-científicas na
psicologia brasileira. Mas a vertente científica atrai cada vez mais jovens
talentos. Vou discutir um pouco mais sobre a neuropsicologia, ressaltando
alguns avanços.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Um desenvolvimento foi
a eleição de uma nova diretoria na Sociedade Brasileira de Neuropsicologia, a
qual existe desde 1989. A atual diretoria, liderada pelo Prof. Leandro
Fernandes Malloy-Diniz da UFMG congrega colegas de nove estados brasileiros,
sendo bastante representativa da diversidade nacional. A agenda da SBNp para os
próximos anos contempla algumas questões importantes, tais como 1) consolidar a
neuropsicologia como uma área interdisciplinar de atuação profissional, não
restrita profissionais com apenas um tipo específico de formação, 2) participar
do debate sobre políticas públicas para crianças e jovens com transtornos de
comportamento e aprendizagem, enfatizando a validade da abordagem nosológica
nesta área, a natureza constitucional, neurobiológica e neurogenética de muitos
transtornos e a necessidade de formulação de políticas públicas para
atendimento multidisciplinar, principalmente da população carente, 3)
desenvolvimento de critérios de qualificação e certificação profissional na
área de neuropsicologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Vou discutir um pouco
sobre cada um destes pontos, mas antes gostaria de mencionar a criação do IBNeC
(Instituto de Neuropsicologia e Comportamento), ocorrida há três anos atrás por
iniciativa do Prof. J. Landeira-Fernández da PUC-RJ. Como a SBNp, o IBNeC
também é uma associação de caráter multiprofissional, voltada para o desenvolvimento
da neuropsicologia no Brasil. Mas acho que o IBNeC nasceu com uma preocupação
muito específica de articular uma conexão entre a neuropsicologia, mais voltada
para a clínica, e pesquisa psicobiológica básica na área do comportamento
humano e animal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A atuação destas
entidades, bem como o surgimento de periódicos científicos em inglês, tais como
Psychology & Neuroscience, ligada ao IBNeC, Dementia &
Neuropsycholoogia, ligada à Academia Brasileira de Neurologia, junto com a
reativação da série Temas em Neuropsicologia da SBNp, estão permitindo que os
neuropsicólogos tenham canais de comunicação para divulgar e debater os
resultados de suas pesquisas, quanto discutir aquela ampla agenda relacionada
ao exercício profissional e às políticas públicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Vou discutir agora os
três tópicos da agenda da SBNp, os quais mencionei anteriormente, sem que a
minha opinião necessariamente reflita aquela da Sociedade. Em primeiro lugar
vou falar sobre a questão da interdisciplinaridade. O Conselho Federal de
Psicologia (CFP) tem defendido uma posição restritiva quanto ao uso de testes
neuropsicológicos por profissionais de outras áreas, considerando que a
avaliação de funções mentais é uma prerrogativa exclusiva de profissionais com
formação em neuropsicologia. Eu acredito que esta posição do CFP é
equivocada, sendo lesiva aos interesses
dos clientes dos serviços neuropsicológicos e aos próprios psicólogos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A formação em
neuropsicologia é necessariamente interdisciplinar, ocorrendo no nível da
pós-graduação. Nenhum curso de graduação capacita os seus formandos a trabalhar
com os conceitos e métodos empregados pela neuropsicologia, quais sejam,
estrutura e função do cérebro, clinica das doenças neurológicas e
psiquiátricas, psicometria, correlação estrutura-função, desenvolvimento humano
etc. etc. O cerne da neuropsicologia diz respeito à correlação anátomo-clinica
ou estrutura-função. A abordagem neuropsicológica consiste em procurar
identificar relações sistemáticas entre alterações comportamentais e cognitivas
e a integridade funcional de determinados sistemas cerebrais. Ninguém aprende
isto na graduação de medicina, psicologia, fonoaudiologia etc. A formação é
árdua, pós-graduada e interdisciplinar, abrangendo conhecimentos factuais e
procedimentais oriundos de diversas áreas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Um diagnóstico ou
avaliação neuropsicológico é um processo muito distinto de uma avaliação
psicológica. O psicólogo trabalha com construtos psicológicos, tais como
inteligência, personalidade, auto-estima, auto-eficácia, mecanismos de
reforçamento, etc. O neuropsicológico, independentemente da sua formação,
trabalha com construtos neuropsicológicos, ou seja, com correlações
anátomo-clinicas, procurando associar padrões de alterações comportamentais ou
cognitivas com alterações funcionais no cérebro. Isto é muito diferente. Ninguém aprende isto no curso de
psicologia. Não tem como um profissional de psicologia aprender isto sem
necessariamente trabalhar em uma equipe interdisciplinar, na qual tenha
oportunidade, por exemplo, de conviver e aprende com médicos e profissionais de
outras áreas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O trabalho
interdisciplinar em neuropsicologia é também um preceito ético. Indivíduos com problemas neuropsiquiátricos
crônicos apresentam necessidades complexas de saúde, as quais demandam a atuação
de profissionais de diferentes áreas. A tendência dos profissionais é atuar de
forma multidisciplinar. Ou seja, são definidos objetivos em comum, mas cada
profissional trabalha de forma independente. Isto leva a uma fragmentação dos
esforços de intervenção, a uma perda da perspectiva de conjunto quanto aos
problemas do cliente e da família e a uma reduplicação de esforços.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A avaliação
neuropsicológica realizada por psicólogos deve ser reservada a situações mais
específicas, nas quais se necessite de uma avaliação mais abrangente ou mais
aprofundada de determinados aspectos. Todos os profissionais têm não apenas o
direito, mas o dever, de avaliar as funções mentais dos seus pacientes. E os profissionais de saúde têm o dever de
utilizar instrumentos diagnósticos e terapêuticos validados de acordo com
requisitos técnicos mínimos. Eu gosto de ilustrar isto com o seguinte exemplo.
Sabe-se que a memória de trabalho fonológica desempenha um papel importante em
algumas formas de afasia de condução. Suponha-se então uma fonoaudióloga que
esteja atendendo um paciente com afasia de condução e precisa avaliar a memória
de trabalho como parte do processo diagnóstico e de acompanhamento da
intervenção. Acho que ela não precisa ser obrigada a encaminhar para uma psicóloga
para fazer isto. Isto é desumano com o paciente, com a família, implicando em
perda de tempo e aumento dos custos. De mais a mais, quantas psicólogas existem
que sabem o que é uma afasia e têm experiência em avaliar pacientes afásicos? A
reserva de mercado não é aceitável nem do ponto de vista ético, nem do ponto de
vista prático, operacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O segundo ponto diz
respeito às políticas públicas quanto ao atendimento de crianças com
dificuldades de aprendizagem e/ou problemas de comportamento. Há um movimento,
apoiado inclusive por órgãos de classe da psicologia, contra uma suposta
“medicalização” do ensino. Ou seja, contra o uso de procedimentos diagnósticos
e categorias nosológicas tais como hiperatividade, dislexia e discalculia na
área de educação. O temor dos ativistas políticos que se envolvem em tal tipo
de campanha é de que as crianças e suas famílias sejam responsabilizadas e estigmatizadas
pelas dificuldades apresentadas. Dificuldades estas que são muitas vezes
agravadas se não causadas por problemas sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"> A perspectiva da neuropsicologia é divergente
destas campanhas contra a suposta “medicalização” do ensino. Na perspectiva
neuropsicológica existem evidências científicas sólidas sustentando a validade
de categorias nosológicas tais como dislexia, discalculia e hiperatividade.
Estas condições correspondem a variações constitucionais do perfil de
desempenho em habilidades específicas, as quais são de origem neurogenética,
são persistentes, altamente incapacitantes e susceptíveis de melhoria com intervenção
apropriada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O argumento da
estigmatização não se sustenta, uma vez que estas crianças e jovens já são
estigmatizadas de qualquer maneira, sendo chamadas de “burras”, “lerdas” ou
“preguiçosas”. Nestes casos é o diagnóstico que possibilita ao individuo a
reconstrução do seu auto-conceito em termos mais favoráveis. O diagnóstico
permite ao individuo e à família o acesso a uma explicação cientificamente
fundamentada e socialmente aceitável quanto à natureza das dificuldades.
Explicação esta que é isenta de juízos de cunho moral, permitindo ao indivíduo
conviver e aceitar suas dificuldades, desenvolvendo estratégias para superá-las
com o auxílio de profissionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">A consequência deste
tipo de movimentação contra a suposta “medicalização” do ensino tem como
principal consequência impedir que as pessoas de classes sociais menos
favorecidas tenham acesso a serviços multiprofissionais para dificuldades de
aprendizagem e de comportamento. As famílias de classe média, inclusive da
classe média ascendente, já estão procurando tais serviços em clinicas
particulares. A ausência de uma política publica para este setor coloca os mais
pobres em uma situação de dupla desvantagem, duplamente prejudicados, por terem
problemas e por serem pobres, não tendo acesso aos serviços necessários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O terceiro tópico diz
respeito à qualificação profissional em neuropsicologia. Não existe qualquer
tipo de regulamentação. A maioria das pessoas faz algum tipo de curso de
especialização em neuropsicologia, com até 400 horas de duração e quase nenhuma
formação e supervisão clinica específica. Que eu saiba não existe nenhum
programa de programação <i>strictu sensu</i>
especificamente voltado para a neuropsicologia. Mesmo assim é crescente o
número de jovens doutores e professores que atuam na área, indicando que a
mesma está crescendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Há a necessidade então
de estabelecer diretrizes para a formação e estabelecer parâmetros mínimos para
a formação e atuação profissional. Uma distorção que se observa com frequência
demasiada no Brasil diz respeito a profissionais, com formais originais as mais
diversas, que fazem um curso de especialização em neuropsicologia a aprendem a
mecânica da aplicação de testes, não tendo qualquer formação mais sólida em
neurologia, psicopatologia, desenvolvimento e, até mesmo, psicometria. Muitos
relatórios neuropsicológicos que os pacientes trazem consigo revelam que a
avaliação foi conduzida de forma mecânica, consistindo na aplicação de uma
bateria de testes e levantamento de escores, sem que o profissional tenha
definido as hipóteses diagnósticas que estavam sendo testadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Teste significa teste
de hipótese. Teste é um procedimento padronizado de observação e mensuração do
comportamento, o qual é empregado em neuropsicologia para testar a hipótese de
que um dado processo cognitivo ou sistema cerebral esteja comprometido. Não tem
como realizar um diagnóstico em neuropsicologia apenas a partir da aplicação
mecânica de uma bateria rotineira de testes. Há necessidade de reflexão, de
geração e levantamento de hipóteses. E a capacitação para realizar este teste
de hipóteses não é adquirida em nenhum curso de graduação, muito menos em
qualquer curso de especialização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">O IBNeC está
contribuindo para resolver estas distorções, na medida em que aproxima a
neuropsicologia das neurociências. Por outro lado, a SBNp está implantando um
sistema de certificação profissional. Através de exames realizados periodicamente,
consistindo da análise de títulos, prova de conhecimentos teóricos e prova
clinica, prática, os profissionais serão qualificados e certificados conforme o
seu nível de formação e experiência. Através desta qualificação os empregadores,
pacientes e famílias usufruirão de indicadores quanto à qualificação do
profissional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Finalmente, farei um
comentário sobre a pesquisa científica de um modo geral. No Brasil, o
diferencial de pesquisa foi a criação do Portal de Periódicos da CAPES. O
Portal da CAPES nos colocou no circuito. Outros avanços importantes ocorridos
nos últimos anos dizem respeito à maior disponibilidade de financiamento para a
pesquisa e o reconhecimento por parte das autoridades governamentais de que é
importante aumentar a participação brasileira no panorama científico
internacional, quer seja através de publicações, intercâmbio de alunos de
graduação, bolsas de pós-graduação, apoio à participação em congressos, etc. O
Brasil está começando a fazer presença no cenário internacional. Outro ponto é
a origem do financiamento. Quase 100% da pesquisa no Brasil é financiada pelo
poder público. Algumas entidades de fomento, tais como a FAPEMIG e FAPESP estão
fazendo um esforço grande no sentido de aumentar a participação do setor
privado no financiamento de pesquisa. Acho que as perspectivas são muito
promissoras e fico feliz em poder testemunhar este crescimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt;">Você recomenda alguma
leitura para quem se interessa pela sua área?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #333333; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10pt;">Faço algumas recomendações aos noviços: 1)
Prefiram ler artigos originais do que livros. Livros e artigos de revisão
somente servem para dar uma visão geral. A visão de conjunto é importante. Mas
o progresso é relatado em um ritmo alucinante nos artigos originais. Aprendam a
destrinchar a gramática textual IMRAD dos artigos originais: Introduction,
Methos, Results and Discussion; 2) Prefiram ler em inglês do que em português.
Se o autor se deu ao trabalho de escrever em inglês é porque ele considera que
o seu trabalho merecer ser conhecido por um público universal. Ou seja, é de
qualidade melhor. A literatura científica em outras línguas está sempre
atrasada; 3) Aprendam a ser auto-didatas. Quem não desenvolve habilidades
auto-didáticas fica condenado a sempre comer pela mão dos outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-47777914276605863642012-02-27T21:07:00.001-03:002012-02-27T21:07:59.593-03:00Desbravando a ciência psicológica brasileira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0IrGdr4lpJAJMO-rI9z_Ckpg4jkKVvm92KH54IErAjZbiuWyc9UP7EFOUDP-7Y1FA5Z0GpERZC4MzMZt0AG4dXOhNtIHR5HuiHRxzgCEnX8tVi_acDR6HC3bAI7lU87pb0PDHTdfi0DP/s1600/psicologia+brazuca2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN0IrGdr4lpJAJMO-rI9z_Ckpg4jkKVvm92KH54IErAjZbiuWyc9UP7EFOUDP-7Y1FA5Z0GpERZC4MzMZt0AG4dXOhNtIHR5HuiHRxzgCEnX8tVi_acDR6HC3bAI7lU87pb0PDHTdfi0DP/s1600/psicologia+brazuca2.png" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">Uma série de entrevistas com alguns dos maiores nomes da ciência psicológica brasileira está a caminho! A série </span><strong style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">Psicologia Brazuca</strong><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">, uma parceria entre os blogs </span><a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/">SocialMente</a><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;"> e </span><a href="http://cog-psi.blogspot.com/">Cogpsi</a><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">,</span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;"> <wbr></wbr>tem o objetivo de contribuir para a divulgação científica das pesquisas de alta qualidade feitas em solo brasileiro por pesquisadores que vêm se destacando em suas áreas de atuação e </span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">promover a discussão dos problemas que enfrentamos no Brasil para fazer ciência</span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #333333; line-height: 20px; text-align: justify;">. Estarão em pauta diversas questões do interesse de profissionais de psicologia e de pessoas interessadas por esta área do conhecimento. A cada mês, duas entrevistas serão publicadas, aguardem a primeira que já está a caminho! </span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0.917969); color: #222222;"> </span></span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-33453541450213711992012-02-23T16:45:00.001-02:002012-04-24T19:55:56.373-03:00Quem tem medo de Estatística? - Parte I<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">texto escrito por mim e pelo André Luiz Souza do blog <a href="http://scienceblogs.com.br/cognando/">Cognando</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhjBYkQRQxLG4aF085WqW_CemV6rw0a354HsRRQP7u0RezhTgkepVV2xnjNLVc0snANCIc37i9l8Kd9ONd7EWLz8h7k3SjyINQtFvK-pizqkUoN1Htef2l9hfxCAHNrQxRK1SQM-BxnSjX/s1600/estatistico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhjBYkQRQxLG4aF085WqW_CemV6rw0a354HsRRQP7u0RezhTgkepVV2xnjNLVc0snANCIc37i9l8Kd9ONd7EWLz8h7k3SjyINQtFvK-pizqkUoN1Htef2l9hfxCAHNrQxRK1SQM-BxnSjX/s320/estatistico.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se você acabou de passar no
vestibular e vai começar a cursar Psicologia, parabéns! Bem vindo ao clube! E
se você teve a curiosidade de verificar a grade curricular do seu curso, deve
ter notado que, apesar de variar de universidade para universidade, você terá
que cursar pelo menos uma ou duas disciplinas de estatística. Isso mesmo! Você
não leu errado, não. É estatística mesmo. E já sabemos o que você está
pensando: “<i>Poxa vida! Escolhi Psicologia
justamente para fugir de matemática e disciplinas exatas! Aí não vale!</i>” É
fato: dez em cada quinze graduandos em Psicologia odeiam a simples idéia de ter
que lidar com números e fórmulas novamente. Mas não se preocupe. A boa notícia
é que a história não precisa ser assim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estudar estatística não é um
bicho de sete cabeças, estatística não é uma disciplina difícil. E no final das
contas, é possível sim chegar à pós-graduação tendo um conhecimento sólido e
robusto sobre estatística e, o mais importante, um conhecimento sólido e
robusto sobre como utilizá-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas por que toda essa
aversão à estatística por parte de alunos de Psicologia? Por que será que eles
temem tanto essa disciplina? Na nossa opinião, são vários os motivos que levam
os alunos de Psicologia a não gostarem de estatística. Vamos tentar, nessa
postagem, desmascarar alguns desses motivos e mostrar que estudar estatística
pode ser até divertido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estatística não é matemática.<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O primeiro grande motivo que
leva os alunos de Psicologia (e em certa medida alunos das ciências sociais e
humanas em geral) a odiarem ou temerem estatística é a conexão inevitável (e
muitas vezes errônea) que se faz entre estatística e matemática. Vamos começar
sendo bem diretos: Estatística não é matemática. Estatística não é nem um ramo
da matemática. É óbvio que matemática faz parte da realidade do estudo da
estatística, mas o fundamental da estatística não é saber matemática. Um
engenheiro, por exemplo, precisa saber matemática, mas ninguém diz que
engenharia é um ramo da matemática. E mais ainda: ninguém diz que o simples
fato de saber matemática faz de uma pessoa um bom engenheiro. Uma lógica
parecida acontece com a estatística: saber matemática não te faz ser uma pessoa
boa em estatística. A matemática é, na verdade, a ferramenta que se utiliza
para a formalização das idéias estatísticas. A matemática somente passa a ser
cogente para o campo da estatística quando o objetivo é desenvolver teorias
estatísticas (o que não é o caso da maioria dos psicólogos que a utilizam). A
prática da estatística não requer conhecimento profundo de matemática. Pelo
contrário. O tipo de conhecimento necessário para o profissional que utiliza
estatística é bem diferente do conhecimento necessário para o profissional que
desenvolve estatística. Para o profissional que utiliza estatística é
necessário um conhecimento mais profundo acerca da utilidade da ferramenta
estatística. Esse ponto nos leva para o segundo motivo pelo qual as pessoas
odeiam estatística: a maioria das pessoas não sabem nem pra que ela serve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para que estudamos estatística?<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj66yaYXJqe3tTK_rRRD4nLbT9w2AWj_kesrFOcMOsGH-ENo_DNblQLPVqp50haesWGhUHtln_O0sMnaFHgDkk6hGoi9HI7SzboC6KrB6r-anjJYzSWSLxfOy10X5Wd1ZWhY8B3vcdqy6zi/s1600/estatistica2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj66yaYXJqe3tTK_rRRD4nLbT9w2AWj_kesrFOcMOsGH-ENo_DNblQLPVqp50haesWGhUHtln_O0sMnaFHgDkk6hGoi9HI7SzboC6KrB6r-anjJYzSWSLxfOy10X5Wd1ZWhY8B3vcdqy6zi/s320/estatistica2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma das principais
características da cognição humana é o fato de que, sob condições de incerteza,
nossa mente funciona em níveis pouco funcionais. Em outras palavras, quando não
sabemos o porquê de algum evento e/ou acontecimento, o nosso sistema cognitivo
se ‘sente’ atrapalhado e não funciona
direito. É possível que isso aconteça no estudo da estatística. Na maioria das
vezes, os alunos não fazem a menor idéia do porquê devem estudar estatística. Não
sabem nem para que serve a disciplina e qual é a conexão dela com o estudo da
psicologia. Mas afinal de contas, para que estudamos estatística? Essa pergunta
pode ser respondida sob duas perspectivas: em termos práticos e em termos científicos.
Em termos práticos, você estuda estatística por que ela é uma ferramenta
importante no tipo de metodologia que se utiliza na construção de conhecimento em
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7657645675368220438">psicologia</a>. Estatística é ferramenta fundamental em um design
experimental. Assim, para entender resultados de pesquisa divulgados em um
artigo científico, por exemplo, é necessário conhecimento de estatística. Em
termos mais práticos ainda, se você pretende fazer um doutorado no exterior,
por exemplo, conhecimento de estatística é mandatório na maioria dos programas
(alguns programas chegam a exigir comprovação desse conhecimento em forma de
certificados, por exemplo).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em termos teóricos, nós
psicólogos estudamos comportamento humano. Por definição, o que caracteriza a
beleza do nosso trabalho é o fato de que o comportamento das pessoas varia. A estatística
é a ferramenta que nos ajuda a compreender - de maneira sistemática - essa
variação. É simples assim. Estatística só faz parte do nosso cotidiano por que
lidamos diretamente com variação. Todo e qualquer teste estatístico que você
aprender daqui pra frente (não importa o grau de sofisticação do procedimento:
ANOVA, Teste t, Regressão Simples ou Múltipla e até mesmos Análises de
Agrupamento, PCA, Séries Temporais e Inferência Bayesiana) tenha isso em mente:
o que se quer entender é a variação que existe nos dados. Pronto! Se você
conseguir pensar assim toda vez que estiver lidando com estatística, você vai
notar que (1) ela não é tão difícil assim, pois a maneira que utilizamos para
mensurar variação é a mesma em vários testes diferentes e (2) é até divertido
entender a variação das coisas de maneira sistemática. É importante ressaltar a
idéia de “auxílio” que a estatística tem. Uma das principais frustrações de
alunos que estudam estatística é quando eles descobrem que estatística por si
só não prova nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estatística não prova nada<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É muito comum encontrar
pessoas que acreditam que análise estatística é uma maneira de provar os
resultados de uma pesquisa, terminando por se afastar desta disciplina a partir
da crença de que esta tenderia a ser determinista – onde a pretensão da
aplicação estatística às pesquisas em psicologia seria determinar quando e
porque comportamentos obrigatoriamente ocorreriam. Essa forma de pensar a estatística
está errada. Estatística não prova nada. E quando o aluno descobre isso, vem a
frustração. Por isso vale ressaltar a idéia de que “estatística é a simples
ferramenta que ajuda a compreender variação”. Ela não explica a variação e nem
prova a causa dessa variação. Tudo na vida varia. Nós seres humanos, estamos
mais que acostumados com a variação das coisas e a estatística apenas nos ajuda
a entender até que ponto a variação que vemos em alguma coisa é uma variação
normal (esperada e que não nos causa nenhuma surpresa), ou é uma variação
surpreendente, ou seja, uma variação que ninguém espera encontrar. A
estatística simplesmente nos ajuda a “localizar” essa variação inesperada. No
entanto, ela não faz o nosso trabalho intelectual que é buscar respostas para a
causa dessa variação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma análise estatística nos
auxilia a corroborar ou refutar hipóteses. Um exemplo: Se você pega um copo de
café com leite, é impossível dizer o que foi colocado no copo primeiro, o café
ou o leite. Certamente você vai rir da nossa cara se dissermos que Joãozinho
tem o poder de adivinhar qual líquido foi colocado primeiro. Mas como
cientista, você não deve rir, mas sim testar essa hipótese: Joãozinho tem o
poder de adivinhar! Para testar é simples: vamos fazer um copo de café com
leite sem que ele saiba e perguntar a ele o que foi colocado primeiro. Vamos
fazer isso uma vez. Vamos supor que ele acerte. Isso prova que ele tem o poder
de adivinhar? Certamente que não! Ele pode ser acertado “no chute”. Então vamos
fazer 2 vezes. Suponhamos que ele acerte as duas. E agora? Isso prova que ele
tem o poder de adivinhar? Ainda não. Ok. Vamos fazer 100 copos de café com
leite. Suponhamos que ele acerte 97. E agora? Isso prova que ele tem o poder?
Ainda não, mas tenho certeza que você vai estar coçando sua cabeça e dizendo
“aí tem coisa”. A idéia básica da estatística é essa: te ajudar a perceber que
“aí tem coisa”. O seu trabalho como intelectual é levantar hipóteses sobre “o
que pode ser” e testar essas hipóteses (assim como fizemos com o copo). No
final, você não prova nada, mas fica ou não intrigado por um fenômeno e avança
na investigação das suas causas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estatística é fundamental para a ciência empírica<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A utilização da estatística é fundamental para a
construção do saber científico. Embora não seja uma totalidade, grande parte da
ciência é pautada em hipóteses que podem ser submetidos a uma testagem e
experimentação, e essa testagem vem na forma de análises estatísticas densas. E
no final, mesmo a possibilidade de formação de um argumento crítico a alguma
teoria depende intensamente do conhecimento acerca das análises feitas. É muito
comum estudantes de psicologia passarem a graduação longe das áreas científicas
do seu curso e ao se formarem perceberem suas dificuldades com leitura e
compreensão de artigos científicos (afinal, não compreendem por inteiro as
análises feitas) e assim, tendo pouca capacidade para criticá-los.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este texto vem como um primeiro passo para entender a
importância da disciplina estatística para os psicólogos, há muito ainda a ser
discutido, como o que seria o índice ‘p’, de onde ele vem e porque ele é tão
utilizado para embasar os estudos realizados. Outro ponto é a importância desta
disciplina para o profissional de psicologia, não só para o cientista, mas para
aqueles que da área aplicada. Será realmente que não há necessidade alguma de
aprender o funcionamento desta ferramenta? Deixamos essas reflexões por
enquanto e pretendemos dar continuidade a essas discussões, mas é sempre
interessante lembrar que se a uma prática baseada em evidências se faz
importante, só a partir da análise criteriosa dos dados encontrados isso será
possível. E essa análise cabe a você também, futuro profissional da psicologia.</span></div>
<div>
<div>
<div class="msocomtxt" id="_com_1" language="JavaScript">
</div>
</div>
</div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-21334350951108943052012-02-16T09:41:00.002-02:002012-02-16T09:41:17.877-02:00Podcasts de Psicologia<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Podcast
é o nome dado a arquivos de áudio publicados na internet onde, basicamente,
você poderá sempre ouvir discussões, mesas-redondas, entrevistas e afins sobre
o tema que desejar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRd_7pguaGoYcqQiQMi1j4h4FuHWoNUt5UWxg2aMHm85c4ZfYqhdDtpGlUH1PlEZRQ73CFpWLkLmD2F9UF_CYpL2GsQa4QUJ75OhamEYNqy9OJ5WTm79xRit94mbpV0-DB3_fsNcSNjtza/s1600/pessoa+fone+ouvido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRd_7pguaGoYcqQiQMi1j4h4FuHWoNUt5UWxg2aMHm85c4ZfYqhdDtpGlUH1PlEZRQ73CFpWLkLmD2F9UF_CYpL2GsQa4QUJ75OhamEYNqy9OJ5WTm79xRit94mbpV0-DB3_fsNcSNjtza/s320/pessoa+fone+ouvido.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como
não poderia deixar de ser, há também os podcasts relacionados com a psicologia
e apresentados por grandes professores. Alguns que encontrei recentemente
são bons podcasts de psicologia, todavia, esses podcasts são todos em
inglês, mas em breve, quem sabe, surjam os Podcasts de psicologia em português,
apresentados por professores da área e abordando a realidade das pesquisas nacionais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Confira uma lista:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>60-Second
Mind</b>: Um podcast de um minuto sobre as últimas novidades em pesquisas sobre
cérebro e comportamento, atualizado aos Sábados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.scientificamerican.com/podcast/podcasts.cfm?type=60-second-mind">link</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>All
in the Mind from ABC Radio Australia</b>: Podcast semanal apresentado por uma
jornalista da ciência chamada Natasha Mitchell sobre cérebro e comportamento que
aborda temas como sonhos, depressão, vício, inteligência artificial etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.abc.net.au/radionational/programs/allinthemind/">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>All
in the Mind BBC</b>: Outro podcast semanal. Neste o foco são os limites da mente
humana, tratando de distúrbios do sono ou de programas de saúde mental. Em um
episódio recente o prêmio Nobel Daniel Kahneman foi entrevistado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.bbc.co.uk/programmes/b006qxx9">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Cognitive
Daily Podcast</b>: Podcast gerido por Greta e David Munger, que debate os tópicos
recentes em ciência cognitiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://scienceblogs.com/cognitivedaily/podcasts/">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Psychology
164</b>: Social Cognition: Podcast do professor John Kihlstrom da Universidade da
Califórnia. Exclusivo sobre tópicos da Cognição Social, como percepção social,
categorização social e julgamento social. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://itunes.apple.com/itunes-u/psychology-164-001-spring/id354824552">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>The
Brain Science Podcast</b>: O médico Ginger Campbell discute as novidades das
neurociências. Um post recente abordou o livro “Muito Além do Nosso Eu” do
neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.brainsciencepodcast.com/">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>The
Psychology of Attractiviness</b>: Podcast publicado mensalmente onde são abordados
temas como traição, ciúme e relacionamentos em geral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://psychologyofattractivenesspodcast.blogspot.com/">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>This
Is Psychology Podcast</b>: Norman Anderson, chefe executivo da APA, traz discussões
acerca de trabalhos que estão sendo publicados atualmente com temas variados
como saúde mental e bullying.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.apa.org/news/press/video/this-is-psychology/index.aspx">link</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>The
Wise Council Podcast</b>: Podcast para terapeutas. Aqui o psicólogo David Nuys
apresenta discussões sobre tratamentos psicoterápicos e entrevistas com outros
psicoterapeutas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="http://www.mentalhelp.net/poc/view_index.php?idx=119&w=9&e=28746&d=1">link</a></span></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-25591921934275388152012-02-11T00:35:00.000-02:002012-02-11T10:44:15.168-02:00O Cogpsi voltou!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGEAAYg-OzcKH0Hx-3mGmwczU5H96xFF-SOcVOMx4V_AxNvVnZLLZmp9E3oL1gvB04p6GY_8eQOiFwrVlwQtOlI1qgMdoaPhqQGIbYcTimhcgnEcf389JB-A1Q7UogBmnBYYV2DySAtf1Z/s1600/3331.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="136" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGEAAYg-OzcKH0Hx-3mGmwczU5H96xFF-SOcVOMx4V_AxNvVnZLLZmp9E3oL1gvB04p6GY_8eQOiFwrVlwQtOlI1qgMdoaPhqQGIbYcTimhcgnEcf389JB-A1Q7UogBmnBYYV2DySAtf1Z/s320/3331.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Depois
de um hiato, uma pausa na publicação de textos – bem longa, admito – o Cogpsi
finalmente voltou, ou melhor, está voltando, pois esse não é um texto “oficial”.
Espero a partir de agora poder voltar a postar textos sobre psicologia com mais
frequência. O motivo principal dessa pouca produção do Cogpsi nesse final de
2011 era a intensa luta deste que vos escreve para conseguir se adaptar não só
à capital paulista, como também para poder organizar a vida em relação aos
projetos, artigos e trabalhos do mestrado que aparecem aos montes e sem aviso
prévio. Depois ainda dizem que mestrando “só” faz estudar... Isso é um emprego!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Bom,
passada a tempestade vem... Acredito que outras tempestades, mas agora com uma
noção melhor de como lidar com elas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Alguns
planos para melhorar a qualidade dos textos e permitir uma interação legal com
autores de outros blogs que gosto muito começaram a surgir, como o com o André
do <a href="http://scienceblogs.com.br/cognando/">Cognando</a>, onde escreveremos um texto em conjunto. Esse texto tratará sobre
estatística e o seu difícil relacionamento com o estudante de psicologia, digo
isso porque sempre adorei estatística e tal ponto sempre se fez extremamente
visível durante a minha formação. Principalmente pelas reclamações dos meus
colegas. A partir daí, deste texto inicial, quem sabe, penso abordar sempre os
pontos da formação em psicologia – e em outras áreas – em que os estudantes
mais se veem incomodados e desmotivados, às vezes pela inicial motivação e
crenças com que entram nos cursos, outras pelo ensino frágil não só da
graduação, como também da própria formação colegial. Outro projeto é com outro
André, mas o dos blogs <a href="http://cienciaumavelanoescuro.haaan.com/">Ciência Uma Vela no Escuro</a> e do <a href="http://scienceblogs.com.br/socialmente/">SocialMente</a>, este ainda
está no início e a ideia surgiu do André e por isso talvez seja melhor esperar
um pouco antes de anunciar, mas acredito que vai ser muito interessante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Além
disso, continuo aceitando textos de outros autores, dispostos a contribuir com
a produção por aqui. Inicialmente o Cogpsi nasceu fruto de uma necessidade
pessoal de escrever sobre tudo que eu lia ou via relacionado com psicologia e
com a pretensão de desembaçar um pouco a visão daqueles que acompanham os blogs
de psicologia por aí, pois via neste meio pouca abertura teórica, a maioria dos
blogs retratavam apenas um tipo de compreensão da psicologia, havia poucos
textos baseados em artigos e trabalhos realmente atuais e pouca flexibilidade
para abordar os mais variados temas da psicologia, muitas vezes apelando sempre
para o mesmo autor ou livro, e superestimando o alcance e tamanho das
capacidades interpretativas, científicas e históricas destes. Por isso acredito
que outras pessoas também sintam esse desejo de debater acerca da psicologia
como ela tem sido feita atualmente de verdade, mas não tenham vontade para
criar um blog para isso. E o espaço do Cogpsi estará sempre aberto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Nesse
período em que o blog ficou parado, muita gente me perguntou quando eu iria
escrever outro texto e reclamou dessa situação, e peço desculpas por esse
desleixo. Pelas estatísticas do blog foi possível ver que muita gente ainda
continuou clicando por aqui mesmo com ele parado, talvez procurando verificar
se ele estaria sendo atualizado, talvez para reler algum texto, enfim, o
importante é ver que o blog ainda estava em movimento nesse tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Então
é isso, esse post vem mais para relembrar àqueles que liam o Cogpsi da nossa
existência e avisar que voltaremos à programação normal.<o:p></o:p></span></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-39103075131594443522011-11-22T11:02:00.001-02:002011-11-22T11:17:14.636-02:00Consumo Conspícuo e Seleção Sexual<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><b>Por que preferimos o mais caro?</b></span><br />
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><br /></span><br />
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;">Por Felipe Novaes *</span><br />
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><br /></span><br />
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><br /></span><br />
<br />
<div class="separator" style="background-color: #f0ebdc; clear: both; color: #444444; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;">
<a href="http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/24/5933pavao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: #7d171d; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: none;"><img border="0" height="240" src="http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/24/5933pavao.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-color: rgb(233, 218, 206); border-bottom-left-radius: 5px 5px; border-bottom-right-radius: 5px 5px; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(233, 218, 206); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(233, 218, 206); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-top-color: rgb(233, 218, 206); border-top-left-radius: 5px 5px; border-top-right-radius: 5px 5px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; border-width: initial; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; padding-bottom: 8px; padding-left: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px; position: relative;" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 14px;">Estamos vivendo numa época onde o ter sobrepuja o ser. Essa frase se tornou um clichê. Mas ela diz a verdade, realmente estamos muito mais sensíveis ao que o outro tem do que ao que ele é. Às vezes, o que se tem funciona como um indicador daquilo que se é. Claro que algumas pessoas fogem a essa regra, mas o quanto elas realmente fogem? Será que é possível fugir de tal tendência totalmente? Estudos interessantíssimos mostram que, além de avaliarmos a confiabilidade, beleza, respeitabilidade e status de alguém de acordo com o que essa pessoa possui, também levamos em conta – e muito – o valor gasto. Alguns estudiosos chegam a dizer que esse mecanismo está por trás não só da mente humana, mas também das relações de seleção sexual de outros animais, mostrando que essa é uma tendência antiga que compartilhamos com outros seres. </span><br /><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7657645675368220438" name="more"></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; line-height: 18px;"><br /></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">
<span style="color: #444444; line-height: 18px;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Costly Signaling Theory</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O pavão é uma das aves mais bonitas que existem. Chama atenção a sua cauda, muito grande em relação ao corpo e coloridíssima. Certamente ela chama a atenção de muitos predadores [ou talvez seus predadores sejam incapazes de perceber a cor das penas da mesma forma que nós, o que faça essas aves chamarem menos a atenção] mas algum outro benefício deve existir em sustentar uma plumagem tão chamativa e custosa. É sabido que as fêmeas são atraídas pelos machos que exibem a mais graciosa das caudas, isto é, de alguma forma, toda aquela parafernália ajuda na cópula, favorecendo a reprodução de uma maneira que supera o suposto risco de atrair predadores e parasitas. Mas o que chama a atenção das fêmeas ao verem aquela cauda? Será que o esquema de cores e o tamanho tornam aquele arranjo algo irresistível para elas?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A <i>costly signaling theory</i> (Miller, 2009; Saad, 2007) tem sido invocada com sucesso para explicar o uso de recursos que não possuem nenhuma funcionalidade manifesta (prática) (Bliege Bird & Smith, 2005; Cronk, 2005). Segundo essa idéia, o pavão, com todo seu dispendioso rabo, estaria sinalizando que é saudável e apto o suficiente para gastar recursos na manutenção de tal aparato e ainda conseguir obter alimento e sobreviver. Ou seja, é a lógica da <b>ostentação</b> das qualidades invisíveis possuídas. É como um <i>marketing</i>pessoal dos luxuosos recursos do animal. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Consumo Conspícuo – Preferindo o cara ao invés do barato</span></span></b></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="color: #444444; float: left; line-height: 18px; margin-right: 1em; padding-bottom: 4px; padding-left: 4px; padding-right: 4px; padding-top: 4px; position: relative; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTMvemDuDxuDD_4wAyWNKocKz8tb9At_leUBcSYr4pMIrG0_GIdSk4NPtLp" imageanchor="1" style="clear: left; color: #7d171d; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="148" src="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTMvemDuDxuDD_4wAyWNKocKz8tb9At_leUBcSYr4pMIrG0_GIdSk4NPtLp" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(233, 218, 206); border-bottom-left-radius: 5px 5px; border-bottom-right-radius: 5px 5px; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(233, 218, 206); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(233, 218, 206); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-top-color: rgb(233, 218, 206); border-top-left-radius: 5px 5px; border-top-right-radius: 5px 5px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; border-width: initial; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; padding-bottom: 8px; padding-left: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px; position: relative;" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: small;">Pássaro-caramancheiro</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">De acordo com o <i>Global Luxury Retailing,</i>os gastos mundiais com produtos de luxo chegarão a $450 bilhões em 2012, e 41,9% dos gastos se referem somente ao gasto com roupas (citado em Nelissen, 2011). Nelissen (2011) destaca o fato de que não é preciso ter uma renda muito alta para que a preferência pelo luxo se manifeste. De fato, até mesmo pessoas pobres em países em desenvolvimento se comportam dessa forma, por exemplo, preferindo roupas de marca do que sem marca ou de marcas menos luxuosas (mais baratas), o chamado <b>consumo conspícuo </b>(Veblen, 1899). De fato, essa face do comportamento humano acaba com a visão de consumidor racional que alguns economistas alimentam. Mas a lógica da preferência pelo mais caro é regida pelo <i>ganho de status social. </i>Status pode ser definido como a posição mais alta ocupada em algum setor das relações humanas, seja no mundo acadêmico, nas empresas, na rua, em casa, numa tribo e etc (Hyman, 1942).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estudos de psicologia e outros com viés comparativo sugerem que esse é um fenômeno que rege o comportamento humano (Cummins, 2005; Miller, 2009; Saad, 2007), assim como o de primatas não humanos (de Waal, 1982); isso sem falar no exemplo do pavão, que mostra que essa é uma tendência dos animais em geral. Dessa forma, é coerente refletir sobre o fato de que para que os humanos consigam ostentar algo com sucesso, é de suma importância que o observador consiga processar aquilo como um indício das qualidades do ostentador. E o motivo de a seleção natural ter selecionado uma mente com capacidade para processar esse tipo de relação, é que a ostentação, seja do que for que tenha valor em dado cenário e época, beneficia as relações sociais para o ostentador. Nelissen (2011) realizou experimentos que corroboram essa hipótese. Mas, antes, vamos definir os critérios para que um comportamento seja considerado um consumo conspícuo:</span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; line-height: 18px;"><br /></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">
<span style="color: #444444; line-height: 18px;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #444444; line-height: 18px;"><span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"><b>1)</b> </span></span><span style="line-height: 14px;">Deve ser algo facilmente observável (ex: o rabo do pavão; uma longa capa, coroa brilhante e outros adereços dos reis; ninhos exageradamente ornamentados do pássaro-caramancheiro, um <b>logo de uma roupa de grife</b>);</span></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #444444; line-height: 18px;">
</span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><br /></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">
<span style="color: #444444; line-height: 18px;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #444444; line-height: 18px;"><span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"><b>2)</b> </span></span><span style="line-height: 14px;">Deve ser um sinal difícil ou/e custoso de se falsificar;</span></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #444444; line-height: 18px;">
</span><div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<span style="color: #444444; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"><b>3) </b></span></span><span style="line-height: 14px;">O sinal deve estar relacionado a algo que não é observado diretamente, ainda que seja desejável e que denote as qualidades do ostentador, como saúde, proteção e bons genes para uma prole saudável; </span><span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"> </span></span><br />
<span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"><b><br /></b></span></span><br />
<span style="line-height: 14px;"><span style="line-height: normal;"><b>4)</b> </span></span><span style="line-height: 14px;">O adereço, ou sinal, deve produzir um chamamento corporal.</span></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><br /></span></div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os exemplos do item 1 servem para todos os outros itens. Mas ao qual eu quero dar evidência é o último, as <b>marcas de roupas</b>. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">As Marcas de Roupas e a Ostentação do Consumo Conspícuo</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como vimos, os animais tendem a evidenciar os seus atributos não visíveis diretamente através do gasto<i>funcionalmente </i>desnecessário com elementos dispendiosos e chamativos, como uma forma, também, de promover seu status. Os humanos fazem exatamente isso. Observe os trajes e adereços desses indivíduos nas fotos a seguir:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBVazAC2fOMMk-cmclhWHq8Fawg3iGarBnKJXRO3S03UbcTkQOFZq0XZEBYBO7kMCO8j6mNkIP6_yltYCx5UKdc4A7cYcrq6FHBzNR3xjgZ_rTxC6P5SW677dMh5QWATKMJjPtR22AhijO/s1600/imagem.bmp" imageanchor="1" style="color: #7d171d; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBVazAC2fOMMk-cmclhWHq8Fawg3iGarBnKJXRO3S03UbcTkQOFZq0XZEBYBO7kMCO8j6mNkIP6_yltYCx5UKdc4A7cYcrq6FHBzNR3xjgZ_rTxC6P5SW677dMh5QWATKMJjPtR22AhijO/s400/imagem.bmp" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(233, 218, 206); border-bottom-left-radius: 5px 5px; border-bottom-right-radius: 5px 5px; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(233, 218, 206); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(233, 218, 206); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-top-color: rgb(233, 218, 206); border-top-left-radius: 5px 5px; border-top-right-radius: 5px 5px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; border-width: initial; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; padding-bottom: 8px; padding-left: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px; position: relative;" width="400" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFQYgnb9HkHl6VOdnfc7lPNSR5d8S2_hY9yk7WJiHn6PtZJwbA-lZBffkNwpXhe2QKRIqvveip92IbuIH0vUYQ2Ro4_aYnr7h_nwrzo9DPMXn_zO4pM82b_0jU2DRuIIMfjVePaZvXM2jm/s1600/imagem.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; color: #7d171d; float: left; line-height: 18px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="320" id=":current_picnik_image" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRF3cBqC5bfpdIA_jqrgX33yE9B1whDkAvnIpb-obtsktUVx_hsqsRobUmP5RTitur_SnmMVwRP39twz-k18EO2ExtC_OFF87WN-h-QRPckCobTaK5kiwiHT0LRZ8NxY0ONvPviy0tmKF/s1600/16791009517_cf45b.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(233, 218, 206); border-bottom-left-radius: 5px 5px; border-bottom-right-radius: 5px 5px; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(233, 218, 206); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(233, 218, 206); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-top-color: rgb(233, 218, 206); border-top-left-radius: 5px 5px; border-top-right-radius: 5px 5px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; border-width: initial; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; padding-bottom: 8px; padding-left: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px; position: relative;" width="289" /></span></a><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 14px;">Essa relação entre o consumo conspícuo, ostentação como referência a qualidades invisíveis e status ficou bem evidente, por exemplo, nos 9 experimentos feitos por Nilessen (2011) e sua equipe. No primeiro, um pequeno bloco em que a capa tinha a foto de um rapaz de boa aparência e as outras folhas eram de um também pequeno questionário, foram distribuídos nas ruas. O objetivo do questionário era avaliar o homem nos quesitos status, condição financeira, atratividade, amizade e confiabilidade. O detalhe é que, para um grupo de pessoas foi distribuído um conjunto de testes em que a blusa de gola polo que o homem usava, possuía uma pequena logo de uma famosa marca. Outro grupo de fotos foi manipulado para ter a logo de uma marca menos valorizada. Os blocos que apresentavam a foto do homem com a logo mais </span><span style="line-height: 14px;">famosa foram melhor avaliados nos quesitos status e condição financeira.</span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Num segundo experimento, um homem saiu por um shopping pedindo doações para uma instituição de caridade. A tarefa foi dividida em duas etapas: primeiro usou uma blusa verde e lisa, e depois, a mesma blusa, porém, com um logo de uma marca bem conceituada. Os resultados mostraram que a coleta realizada com a blusa com a logo foi mais bem sucedida.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Outro estudo mostrou que candidatos a uma vaga de estágio em um laboratório tinham mais chances de serem selecionados quando estavam usando uma blusa de marca também (com o logo da marca visível).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="line-height: 14px;"></span></b><b><span style="line-height: 14px;">Conclusão dos</span></b><b><span style="line-height: 14px;"> Experimentos </span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="line-height: 14px;"></span></b><span style="line-height: 14px;">Mais outros experimentos foram feitos mas os resultados sempre mostravam que as marcar mais bem conceituadas eram sempre mais bem avaliadas em relação à importância, status e condição financeira, também eram mais aceitas socialmente e conseguiam despertar com mais sucesso a atenção do público e convencê-los de algo, tanto das qualidades necessárias para uma vaga de estágio quanto para convencer alguém a fazer uma doação. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">As Preferências Femininas e o Consumo Conspícuo Masculino</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">Outro interessante dado é a maior atenção dada pelas mulheres ao consumo conspícuo durante o período de ovulação (Lens, 2011). Isso é compatível com o modelo da <a href="http://nerdworkingbr.blogspot.com/2011/08/psicologia-evolucionista.html" style="color: #7d171d; text-decoration: none;">psicologia evolucionista</a>, que considera que a mente humana possui uma cognição moldada no ambiente de adaptação evolutiva (AAE), no Pleistoceno. Isso significa que, caso essa predileção feminina esteja relacionada diretamente a uma tendência evolutiva, relacionada à seleção sexual, o grau dessa característica seria variável ao longo do ciclo menstrual, com uma maior tendência à prestar atenção aos indícios de status social durante a fase da ovulação (período fértil) (Anderson et al., 2010). De fato, já foi verificado que nessa fase, as mulheres apresentam alterações nas preferências de características masculinas, apresentando maior atração por homens altos, com rosto mais másculo do que infantilizado, e com papel social dominante <span style="color: black;">(</span>Gangestad, Thornhill &Garver-Apgar, 2005; Lukaszewski & Roney, 2009). Assim, seria natural pensar também numa consequência para a percepção dos indícios de status masculino, assim como uma eliminação desses efeitos nas mulheres que fazem uso de pílulas anticoncepcionais. O resultado da pesquisa corroborou essas hipóteses, mostrando que produtos relacionados a luxo e que não são destacados por sua funcionalidade, despertavam dignificativamente mais a atenção das que estavam em período fértil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Conclusão</span></span></b></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="color: #444444;"><span style="line-height: 14px;">Todas essas evidências mostram uma estrutura cognitiva comum aos seres humanos e aos animais não</span></span><span style="color: #444444;"><span style="line-height: 14px;">humanos. Primeiramente, podemos dizer que uma evidência é o fato de que para a lógica do status</span></span><span style="color: #444444;"><span style="line-height: 14px;">funcionar, precisamos ter uma mente que saiba evidenciá-lo e, por outro lado, uma que saiba percebê-</span></span><span style="color: #444444;"><span style="line-height: 14px;">lo como tal. Esse mecanismo é evidente na seleção sexual, como no exemplo do pássaro-caramancheiro,</span></span><span style="color: #444444;"><span style="line-height: 14px;">que gasta energia, recursos, tempo, e corre o risco de ficar mais visível aos predadores, ao enfeitar seu ninho da melhor manira possível a fim de “seduzir” as fêmeas. </span></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div style="color: #444444; line-height: 18px;">
</div>
<div style="color: #444444; line-height: 18px;">
<a href="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQRFU_e7MFy8iIFR5OJrIUxu9jMkdAnMHuDIF8mEGN8gg5yxCbm" style="clear: left; color: #7d171d; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" src="http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQRFU_e7MFy8iIFR5OJrIUxu9jMkdAnMHuDIF8mEGN8gg5yxCbm" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(233, 218, 206); border-bottom-left-radius: 5px 5px; border-bottom-right-radius: 5px 5px; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(233, 218, 206); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(233, 218, 206); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-top-color: rgb(233, 218, 206); border-top-left-radius: 5px 5px; border-top-right-radius: 5px 5px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; border-width: initial; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.199219) 0px 0px 20px; padding-bottom: 8px; padding-left: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px; position: relative;" /></span></a><span style="background-color: white; line-height: 14px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O consumo conspícuo é como se fosse uma regra que permanece constante mas que assume diversas faces no caso dos humanos. Hoje podemos dizer que essa estratégia é uma característica que foi mais útil na seleção sexual no nosso AAE até pouco tempo atrás, qundo era bem mais complicado de ostentar luxo sem que isso correspondesse diretamente a uma ampla gama de recursos, saúde e outras características buscadas pelas fêmeas. No caso dos humanos modernos, a possibilidade de comprar usando cartão de crédito, por exemplo, fez com que pessoas com baixa renda pudessem comprar coisas incompatíveis com suas possibilidades financeiras, considerando a compra à vista. Nossos ancestrais caçadores-coletores usavam adereços que mostravam claramente sua posição dentro do grupo. Indivíduos das altas hierarquias sempre eram os de idumentária mais barroca, o que persistiu até não muito tempo atrás, basta olhar as fotos de Reis e Imperadores e suas roupas e adereços barrocos. Porém, mesmo essas táticas não sendo tão eficazes hoje, essas pesquisas mostram que ainda continuamos com um cérebro ancestral.</span></span></div>
<span style="background-color: white; line-height: 14px;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isso levanta uma hipótese interessante sobre a origem das roupas. Talvez as primeiras roupas servissem ao propósito de separar os indivíduos de acordo com sua posição social dentro das coalizões dos primeiros <i>Homo sapiens sapiens </i>e não para proteger do frio ou do calor, ou de parasitas. Ou, até, as primeiras roupas tenham servido a todos esses propósitos, matando vários coelhos com uma cajadada só.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 14px;"> </span><b><span style="line-height: 14px;"> </span></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="line-height: 14px;"><br /></span></b></span><br />
<a href="http://www.researchblogging.org/" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px;" /></a><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="line-height: 14px;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">Referências</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- ANDERSON, U. S., Perea, E. F., Becker, D. V., Ackerman, J. M., Shapiro, J. R., Neuberg, S. L.et al., I only have eyes for you: Ovulation redirects attention (but not </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">memory) to attractive men. Journal of Experimental Social Psychology, 46(5),</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">804<span lang="EN-US">–</span>808, 2010.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- BLIEGE, B., R., & Smith, E. A.; Signaling theory, strategic </span><span lang="EN-US" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">interaction, and symbolic capital. </span><span lang="EN-US" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">Current Anthropology, 46</span><span lang="EN-US" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">, 221</span><span lang="EN-US" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">–</span><span lang="EN-US" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">248, 2005.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- CRONK, L. ; The application of animal signaling theory to human </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">phenomena: Some thoughts and clarifications. Social Science Information,</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><span lang="EN-US" style="line-height: 14px;">44</span><span lang="EN-US" style="line-height: 14px;">, 603</span><span lang="EN-US" style="line-height: 14px;">–</span><span lang="EN-US" style="line-height: 14px;">620, 2005.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- CUMMINS, D. D., Dominance, status, and social hierarchies. In </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">D. Buss (Ed.), The evolutionary psychology handbook (pp. 676−697).</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">New York: Wiley, 2005.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- DE WAAL, F., Chimpanzee Politics: Power and Sex Among Apes. </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">London: Jonathon Cape, 1982.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- GANGESTAD, S. W., Thornhill, R., & Garver-Apgar, C. E., Adaptations to ovulation. </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">In D. M. Buss (Ed.), Handbook of evolutionary psychology (pp. 344–371). New York:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">Wiley, 2005.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">- HYMAN, H. H., The Psychology of Status. New York: Columbia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">University, 1942.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">- LENS, Inge, Karolien Driesmans, Mario Pandelaere, Kim Janssens, Would male conspicuous consumption capture the female eye? Menstrual cycle effects on women's attention to status products, Journal of Experimental Social Psychology, 2011.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">- MILLER, G.; Spent. Sex, Evolution, and Consumer Behavior. New </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">York: Viking Penguin; 2009</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="background-color: white; line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span lang="EN-US">- </span>SAAD, G.; The Evolutionary Bases of Consumption. Mahwah, NJ: </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 14px;">Erlbaum; 2007.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #444444; line-height: 18px; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="color: #444444; line-height: normal; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">- NELISSEN, Rob M.A., Marijn H.C. Meijers, Social benefits of luxury brands as costly signals of wealth and status, Evolution and Human Behavior, 32, 343–355, 2011.</span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: xx-small;"><br /></span></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">
</span><span class="Apple-style-span"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="color: #444444;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: xx-small;">- <span class="Apple-style-span" style="color: black;">VEBLEN, Thorstein B. (1965). A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. </span><span style="color: black; font-style: italic; text-align: -webkit-auto;">São Paulo: Pioneira.</span></span></span></span></div>
</div>
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span">
</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><span style="font-style: italic;"><br /></span></span></div>
<span style="font-size: 16px; line-height: 18px;"><span style="font-style: italic;">* Felipe Novaes é graduando em Psicologia pela UFRJ e escreve para o blog <a href="http://nerdworkingbr.blogspot.com/">NERDWORKING</a></span></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"> </span>
<span style="float: left; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"></span>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-87531574958191885982011-11-04T14:14:00.000-02:002011-11-04T14:14:17.903-02:00A Ciência torna a crença em deus obsoleta?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimDFjTsr5yTR3ezzSfHb7VjZ-eLcfLf0_ld_WoA7mNbNMAC7F1vY-wb1jNxIQgd5vWqde9U8TMa01OCI8rEDsLrEpjIYyYhdLc2v8RESP2kPLJFQQHyD-ymh51s01FY-38HSUKO1Z1GCcA/s1600/6a00d834515b5d69e2010535bc0e76970c-640wi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:DoNotShowRevisions/>
<w:DoNotPrintRevisions/>
<w:DoNotShowMarkup/>
<w:DoNotShowComments/>
<w:DoNotShowInsertionsAndDeletions/>
<w:DoNotShowPropertyChanges/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Essa foi a pergunta feita
a diversos cientistas, filósofos e teólogos pela <i>John Templeton Fundation</i>, fundação que incentiva a pesquisa sobre
temas como amor, perdão, criatividade e crenças religiosas em diversas áreas da
ciência, como física teórica, ciências cognitivas, biologia e ciências sociais.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">As respostas dadas para
essa pergunta por cientistas ou relacionados com ela como Steven Pinker,
William Phillips, Michael Shermer e muitos outros, podem ser encontradas no
link:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><a href="http://www.templeton.org/belief/essays/essays.pdf"><span style="line-height: 115%;">http://www.templeton.org/belief/essays/essays.pdf</span></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimDFjTsr5yTR3ezzSfHb7VjZ-eLcfLf0_ld_WoA7mNbNMAC7F1vY-wb1jNxIQgd5vWqde9U8TMa01OCI8rEDsLrEpjIYyYhdLc2v8RESP2kPLJFQQHyD-ymh51s01FY-38HSUKO1Z1GCcA/s1600/6a00d834515b5d69e2010535bc0e76970c-640wi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimDFjTsr5yTR3ezzSfHb7VjZ-eLcfLf0_ld_WoA7mNbNMAC7F1vY-wb1jNxIQgd5vWqde9U8TMa01OCI8rEDsLrEpjIYyYhdLc2v8RESP2kPLJFQQHyD-ymh51s01FY-38HSUKO1Z1GCcA/s1600/6a00d834515b5d69e2010535bc0e76970c-640wi.jpg" /></a></td></tr>
<tr style="font-family: Verdana,sans-serif;"><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Steven Pinker é um dos cientistas a opinar sobre tal questão.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">É certo que uma resposta
definitiva dificilmente surge a partir de um trabalho como esse, mas o diálogo
proveniente dele e a possibilidade de conhecer um pouco mais dos argumentos
sobre o tema é muito interessante, além disso, para aquele que lê esses ensaios
a sua própria resposta – seja afirmativa, negativa ou neutra – poderá ser
embasadas com o discurso de um grande cientista da área, um prêmio Nobel ou um
jornalista que escreve sobre o assunto. Os ensaios estão em inglês.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Vale a leitura.</span></span></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-53563084649582893482011-10-28T20:30:00.000-02:002011-10-28T20:32:34.293-02:00Falando de saudade...<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">“Você já foi à Bahia,
nega? Não? Então vá.”</span></span></i></div>
<div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Dorival Caymmi</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvXb0OK7o32gPzflQ8XMOepii43EhGlw3c0XVx0qWZl_vKFGzDiDWW2JirRGXiHNdP8066E-TitfykmQdlEj8wx2N0TyhGNIa5fxBoDoUvO0fuPnyNl11thzqqTkG2nVqc_zVT9AFZQlRd/s1600/Salvador_Bahia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvXb0OK7o32gPzflQ8XMOepii43EhGlw3c0XVx0qWZl_vKFGzDiDWW2JirRGXiHNdP8066E-TitfykmQdlEj8wx2N0TyhGNIa5fxBoDoUvO0fuPnyNl11thzqqTkG2nVqc_zVT9AFZQlRd/s400/Salvador_Bahia.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Recentemente me mudei da
minha cidade natal, Salvador, para São Paulo, onde iniciei o mestrado. Sair de
casa sempre é difícil, mas acredito que reservo à minha cidade natal uma
espécie de apreço que dificilmente poderia ser considerado normal: por anos não
consegui me manter muito mais do que duas semanas distante de Salvador. A cada
viagem, a contagem regressiva logo se iniciava e dentro de pouco tempo meu
humor estaria completamente mudado, irritadiço, impaciente, saudoso. Todavia, a
todo o momento, quando estava em terras soteropolitanas desejava ir embora e
guardava antipatia a quase todos os fenômenos particulares que ela reserva
àqueles que lá habitam, dos vizinhos e carros de gostos musicais duvidosos em
uma altura ensurdecedora, ao trânsito agressivo e o desleixo provinciano com os
bairros históricos e culturais que se tornou retrato de más administrações
sucessivas da cidade. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">O baiano, e
particularmente o soteropolitano, tem uma coisa engraçada. Lá é possível
encontrar pessoas que vão dizer com toda vontade, “Salvador é uma cidade
terrível, mas não consigo ficar longe dela”. E é essa relação de amor semelhante
ao fraternal – um pouco exagerado, eu sei – um amor que se permite falar mal,
reclamar, mas que continua sendo amor.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh737FAe2KdRCXFHYebUclzChlQ4alXE_oBrv8FWcmdcmufhFfE288A6jq2yYjuLUhBVm5SRG2KmKuSrV2Q2UOvlxZRlE2OGCjAEays148wTS3wq4oUrjUyOHJtCRM5rhkclJ_dmn_-fx7d/s1600/SALVADOR+-+CENTRO+HISTORICO.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh737FAe2KdRCXFHYebUclzChlQ4alXE_oBrv8FWcmdcmufhFfE288A6jq2yYjuLUhBVm5SRG2KmKuSrV2Q2UOvlxZRlE2OGCjAEays148wTS3wq4oUrjUyOHJtCRM5rhkclJ_dmn_-fx7d/s320/SALVADOR+-+CENTRO+HISTORICO.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Muito além da cidade
descrita por Jorge Amado, Salvador pouco tem em suas ruas a poesia de outrora,
é possível ser soteropolitano e não conhecer os pontos mais ilustrados pelas
linhas das obras dele. Da mesma forma, parece que as palavras ‘moqueca’,
‘cachaça’, ‘orixá’ e ‘capoeira’ não caberiam em lugar melhor e foram
especialmente concebidas para encaixar no sotaque daquele que nasceu nas terras
banhadas pela Baía de Todos os Santos (e depois de algum tempo em São Paulo,
começo a perceber que ‘farinha’ também). A Roma Negra é ainda uma cidade
maravilhosa, e os versos de Caymmi, que confessavam – todavia, sem muito alarde
- estar com saudade de Salvador, ainda são atuais, ao menos para mim.</span></span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnm09AqAh3OBhKUKam6_VUllECLQ3kqWMVNi5n_35WkJfF9eImc8VUiEcYEHy31Gu_cVtslbyOPseVcNTflAce6EMi2Gj5yNZqIqgl1ysG3SMVXXlrcmEdEHHll7D9JMv1ZjJ8RuNI-7SL/s1600/salvador-BA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnm09AqAh3OBhKUKam6_VUllECLQ3kqWMVNi5n_35WkJfF9eImc8VUiEcYEHy31Gu_cVtslbyOPseVcNTflAce6EMi2Gj5yNZqIqgl1ysG3SMVXXlrcmEdEHHll7D9JMv1ZjJ8RuNI-7SL/s320/salvador-BA.jpg" width="320" /></a><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Por mais que alguns
fatores ainda me sejam incômodos na minha cidade natal, há uma beleza nas ondas
do extenso litoral ou do sol nascente que desponta no horizonte da marina, bem
próximo ao Mercado Modelo e Elevador Lacerda, que me permite lembrar com
carinho de toda a beleza desta cidade. E, provavelmente, maquiando as
impressões negativas, a memória se distorce para revelar um local de onde só as
melhores recordações podem ser relembradas. Recordações de lugares, recordações
de pessoas. A saudade, palavra que adoramos deixar claro fazer parte de um
grupo seleto de idiomas, dentre estes, a língua portuguesa, poderia ser
considerada uma expressão característica daquele que passou por Salvador e
soteropolitanos e almeja desesperadamente o retorno. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="float: left; padding: 5px;"></span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Poucos estudos abordam o
tópico “saudade”, mas é possível encontrar aqueles que estudam a “saudade de
casa” (<i>homesickness</i>) e sua relação
com diversos fatores psicológicos. Essa saudade nada mais é do que uma
confluência de reações cognitivas e emocionais advindas da separação do lar.
Tal saudade gera uma série de intercorrências que podem ser correlacionadas
negativamente com a idade e a experiência de separação que a pessoa já possui
(ou seja, todo aquele que, como eu, nunca suportou tal separação, estará mais
propenso a desenvolver os sintomas principais dessa saudade extrema). Os
problemas que acabam por surgir dessa saudade estão associados com sintomas
depressivos e internalização de problemas comportamentais. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<a href="http://www.researchblogging.org/" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0pt none;" /></a><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Quando com crianças,
percebeu-se que a intensidade da saudade aumenta com o tempo, reduzindo apenas
momentos antes do retorno para casa, mas o interessante é que os efeitos da
saudade de casa iniciam mesmo meses antes da separação. Sendo assim, essa
‘homesickness’ excessiva pode ser considerada diferente de um transtorno gerado
apenas pela separação – que poderia considerar uma separação pouco traumática
uma solução – pois os efeitos já aparecem com a iminência da despedida.
Aparentemente, mulheres e meninas tendem a sentir os efeitos da saudade com
muito mais intensidade do que homens e meninos, o que pode até não ser
cientificamente conclusivo, mas pelo menos é poético. As ruminações provenientes
dessa distância de casa e uma possível solidão acarretada pelo distanciamento do
indivíduo vindo a partir destas ruminações podem resultar mesmo em uma
depressão, ou pior, a vontade de escrever textos para blogs.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">A ‘saudade de casa’ tende
a ser considerada um “mini-luto” pela maioria dos estudos. Mas tendo em vista
que a ‘saudade de casa’ talvez esteja em um nível aquém se comparada com a
saudade que todo aquele que tem a língua portuguesa como idioma nativo entende,
mas não sabe explicar. Aquela saudade que você sabe a diferença, não é só a
saudade de um local, mas de pessoas, de momentos, mas não só de pessoas e
momentos, é algo mais. A saudade seja talvez um dos tópicos que só os
pesquisadores brasileiros poderão se aprofundar e entender qualitativamente melhor.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzT5bUnYGPUrHidEL49YZUJeE6zKG81Gy2Hg88QjBS58chl-lCeSq0BVkCUNq77q6LrE_EGs4mCmkC-KS3r15Ztum02CEE-QT9wEPPBNuwPP3HyETZtWdaNIPPfydoxRNO55NWli1ylhKy/s1600/salvador83ou%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzT5bUnYGPUrHidEL49YZUJeE6zKG81Gy2Hg88QjBS58chl-lCeSq0BVkCUNq77q6LrE_EGs4mCmkC-KS3r15Ztum02CEE-QT9wEPPBNuwPP3HyETZtWdaNIPPfydoxRNO55NWli1ylhKy/s400/salvador83ou%255B1%255D.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;">
<span style="line-height: 115%;">Levando em consideração o que foi aqui escrito, se as evidências nos permitem considerar a ‘saudade de casa’ como uma
espécie de luto, acredito que a saudade de Salvador e das pessoas que
ficam é um pouco mais, é quase a morte em si.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="line-height: 115%;">Referências:</span></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: xx-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=British+journal+of+psychology+%28London%2C+England+%3A+1953%29&rft_id=info%3Apmid%2F12031144&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Homesickness+among+students+in+two+cultures%3A+antecedents+and+consequences.&rft.issn=0007-1269&rft.date=2002&rft.volume=93&rft.issue=Pt+2&rft.spage=147&rft.epage=68&rft.artnum=&rft.au=Stroebe+M&rft.au=van+Vliet+T&rft.au=Hewstone+M&rft.au=Willis+H&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology">Stroebe M, van Vliet T, Hewstone M, & Willis H (2002). Homesickness among students in two cultures: antecedents and consequences. <span style="font-style: italic;">British journal of psychology (London, England : 1953), 93</span> (Pt 2), 147-68 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12031144" rev="review">12031144</a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: xx-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Journal+of+abnormal+child+psychology&rft_id=info%3Apmid%2F10400059&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=The+phenomenology+of+homesickness+in+boys.&rft.issn=0091-0627&rft.date=1999&rft.volume=27&rft.issue=2&rft.spage=125&rft.epage=39&rft.artnum=&rft.au=Thurber+CA&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology">Thurber CA (1999). The phenomenology of homesickness in boys. <span style="font-style: italic;">Journal of abnormal child psychology, 27</span> (2), 125-39 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10400059" rev="review">10400059</a></span><span style="font-size: xx-small;">
</span><span class="Z3988" style="font-size: xx-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Psychological+medicine&rft_id=info%3Apmid%2F8878324&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Homesickness%3A+a+review+of+the+literature.&rft.issn=0033-2917&rft.date=1996&rft.volume=26&rft.issue=5&rft.spage=899&rft.epage=912&rft.artnum=&rft.au=Van+Tilburg+MA&rft.au=Vingerhoets+AJ&rft.au=Van+Heck+GL&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology"> </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: xx-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Psychological+medicine&rft_id=info%3Apmid%2F8878324&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Homesickness%3A+a+review+of+the+literature.&rft.issn=0033-2917&rft.date=1996&rft.volume=26&rft.issue=5&rft.spage=899&rft.epage=912&rft.artnum=&rft.au=Van+Tilburg+MA&rft.au=Vingerhoets+AJ&rft.au=Van+Heck+GL&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology">Van Tilburg MA, Vingerhoets AJ, & Van Heck GL (1996). Homesickness: a review of the literature. <span style="font-style: italic;">Psychological medicine, 26</span> (5), 899-912 PMID: <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8878324" rev="review">8878324</a></span></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-81438836062694330432011-10-27T18:47:00.002-02:002011-10-27T18:47:24.140-02:00Liberdade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: 100%;"><span style="font-size: x-small;"></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: small;"><span><span>Por Brena Carvalho </span></span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggYfkLWVL9y6gnuu7zm_TgP5lMcL904RxF0UsKg79JsTdZwLWEWH16E5HW-4fXAMTwWLjO4go21jp2PFqWKXObmD4izxF35TPTdo-xvm3NzfDTA2t2cGskj80bgaFTMDee8CRYG0kvALU/s1600/337828_246234355422155_100001067783868_699789_218355519_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggYfkLWVL9y6gnuu7zm_TgP5lMcL904RxF0UsKg79JsTdZwLWEWH16E5HW-4fXAMTwWLjO4go21jp2PFqWKXObmD4izxF35TPTdo-xvm3NzfDTA2t2cGskj80bgaFTMDee8CRYG0kvALU/s640/337828_246234355422155_100001067783868_699789_218355519_o.jpg" width="640" /></a></div>
<br />Colaboradoreshttp://www.blogger.com/profile/02080245261843330368noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7657645675368220438.post-18524573092541975942011-10-24T21:28:00.001-02:002011-10-24T22:08:19.560-02:00O psicólogo prêmio Nobel<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">O premio Nobel pode ser considerado a congratulação máxima
hoje existente para um cientista. Os maiores nomes da ciência após anos de
intenso trabalho, publicação e estudo podem conseguir essa premiação com descobertas
admiráveis e que provocaram ou provocarão mudanças significativas no mundo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Todo psicólogo ou estudante de psicologia já ouviu falar na
história de um psicólogo que conseguiu ganhar um premio Nobel, único cientista
do comportamento genuinamente formado em psicologia a conseguir tal feito. Há
uma lenda urbana que inclusive diz que Freud – que se considerava psicólogo,
apesar da formação em Medicina – teria vencido um premio Nobel de literatura, o
que não é verdade. O primeiro psicólogo a vencer o prêmio Nobel se chama Daniel
Kahneman. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu8K3iIlsvdY6LCax3ylQju2qa7KQ1mvwpWfnwwCqDm480zm81jzTiYFGMjepPpvXDYjyqZeaEOKBjV1uZW2e_V6GnRk5fJV8MaTOmOMEyqEFVPjTeZp0-cFM1OglPLWnQ2nRH4F8fdMSo/s1600/Kahneman+Photo0001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu8K3iIlsvdY6LCax3ylQju2qa7KQ1mvwpWfnwwCqDm480zm81jzTiYFGMjepPpvXDYjyqZeaEOKBjV1uZW2e_V6GnRk5fJV8MaTOmOMEyqEFVPjTeZp0-cFM1OglPLWnQ2nRH4F8fdMSo/s320/Kahneman+Photo0001.jpg" width="248" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Atual professor do Departamento de Psicologia da Universidade
de Princenton, o israelense Kahneman foi laureado com o Prêmio em Ciências
Econômicas em Homenagem a Alfred Nobel em 2002, prêmio este que de fato não é
um Nobel, pois não é entregue pela academia suíça, mas figura e tem o valor
estimado como um dos prêmios originais criados por Alfred Nobel, sendo
considerado o Prêmio Nobel de Economia. Em sua carreira ensinou e pesquisou em
diversos centros de estudo em psicologia experimental e cognitiva, se dedicando
e sendo valorizado pelos seus trabalhos em tomada de decisão na economia.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Kahneman desenvolveu sua teoria com Amos Tversky, que faleceu
devido a um câncer antes de poder ver o fruto de seus trabalhos vencer um
prêmio da magnitude de um Nobel, mas que sempre foi lembrado pelo seu
colaborador como tão merecedor do prêmio quanto ele. Kahneman e Tversky usavam teorias das ciências
cognitivas para poder analisar como a motivação e o comportamento influencia a
economia, usando bases cognitivas para erros comuns, como heurísticas e vieses
psicológicos. A teoria, chamada de <i>Prospect
Theory</i>, se baseia na premissa de que as pessoas tendem a se assegurar em
suas crenças acerca das possibilidades de lucro quando surge a necessidade de
tomar decisões econômicas incertas. Ou seja, as pessoas confiam em um número
limitado de heurísticas que serviriam para reduzir a complexidade da tarefa de
acessar as probabilidades dos resultados advindos de uma decisão qualquer – com
um foco na economia, no caso de Kahneman – a fim de tomar a melhor decisão.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRLsWv4QpDFogGdeShvTOLmlSaY0Cs1rVhKmw3aHz4XYY8T71xNOaW9BkA7ieNQpRhXxnwL-8-IK5_sjFWUbRhq_Oo8PDZM2SD1iFfl8CcMxwfsHxFTeO1Wj-5qyhpyn3ZHCv73vj-iFfZ/s1600/0521627494.01._AA240_SCLZZZZZZZ_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRLsWv4QpDFogGdeShvTOLmlSaY0Cs1rVhKmw3aHz4XYY8T71xNOaW9BkA7ieNQpRhXxnwL-8-IK5_sjFWUbRhq_Oo8PDZM2SD1iFfl8CcMxwfsHxFTeO1Wj-5qyhpyn3ZHCv73vj-iFfZ/s200/0521627494.01._AA240_SCLZZZZZZZ_.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Como característica principal, a <i>Prospect Theory</i> foi criada como um modelo descritivo de tomada de
decisão sob riscos que fosse de encontro e servisse de crítica ao modelo
teórico anteriormente vigente na economia, inserindo nos modelos econômicos o
fator psicológico da domada de decisão. Kahneman – e Tversky – são exemplos
claros da grande possibilidade de inserção do psicólogo nas mais diversas áreas
de atuação e estudo, afinal, com o conhecimento acerca dos processos
fundamentais que guiam o comportamento dos indivíduos, o psicólogo se
estabelece como peça de importante valor em qualquer área em que esse conhecimento
seja requerido. A Psicologia Organizacional – talvez a área mais próxima à de
Kahneman – se posicionará futuramente como uma área de ainda mais valor para o
entendimento dos processos básicos que direcionam toda a economia. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">O prêmio Nobel sempre foi muito bem relacionado com estudos
psicológicos. Além de Kahneman, há outros vencedores de prêmios Nobel com
trabalhos que podem ser relacionados à Psicologia, como Frisch, Konrad Lorenz e
Tinbergen que em 1973 foram premiados pelos seus estudos sobre etologia e
comunicação animal; Sperry, Hubel e Wiesel, pela descoberta de diferenças entre
o hemisfério esquerdo e direito do cérebro; ou mesmo os estudos de Carlson,
Greengard e Kandel que resultaram em um Nobel em 2000, sobre a transdução de
sinal do sistema nervoso (Kandel sendo um dos autores do famoso livro –
considerado a bíblia da neurociência – <i>Principles
of Neural Science</i>). Além destes e outros tantos não citados, há ainda os
cientistas que, embora muito bem quistos na psicologia, ganharam o prêmio com
pesquisas em outras áreas, um deles, por exemplo, é o médico Pavlov, laureado
com o Nobel de Medicina de 1904 por trabalhos sobre fisiologia da digestão.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwS8a6IYtQ-HUGBokzBWQlhXmXbmlsr11Wboo-lNJgCVMC5EvssjhKMly954isoRBbYaI8J-IKM3qA5ouFhUmavA4mSpxFP9_nVBc2-9saZ_Lm7ilGRX_JU5yZWjxM8lPksVTzaFKfijj/s1600/kahneman-award.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwS8a6IYtQ-HUGBokzBWQlhXmXbmlsr11Wboo-lNJgCVMC5EvssjhKMly954isoRBbYaI8J-IKM3qA5ouFhUmavA4mSpxFP9_nVBc2-9saZ_Lm7ilGRX_JU5yZWjxM8lPksVTzaFKfijj/s320/kahneman-award.jpg" width="220" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;">
<span style="line-height: 115%;">Para o futuro o desejo maior é de que muitos
prêmios possam vir para profissionais relacionados com estudos psicológicos e
que mais psicólogos de formação ganhem prêmios ao se inserir com coragem em
outras áreas, levando para elas um pouco mais do conhecimento ainda inicial,
mas já robusto da psicologia científica.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><i><b>Update:</b> No dia 06 de Outubro mais um psicólogo foi laureado com o Prêmio Nobel, desta vez o de Literatura. O suéco Tomas Transtömer foi premiado pelas suas poesias. Transtömer é considerado um dos poetas mais importantes da Suécia, mas nunca teve nenhum de seus livros traduzidos para o português. </i></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<span style="float: left; padding: 5px;"><a href="http://www.researchblogging.org/"><img alt="ResearchBlogging.org" src="http://www.researchblogging.org/public/citation_icons/rb2_large_gray.png" style="border: 0;" /></a></span><span class="Z3988" style="font-family: Verdana,sans-serif; font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Science&rft_id=info%3Adoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Judgment+under+Uncertainty%3A+Heuristics+and+Biases&rft.issn=0036-8075&rft.date=1974&rft.volume=185&rft.issue=4157&rft.spage=1124&rft.epage=1131&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.sciencemag.org%2Fcgi%2Fdoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CBehavioral+Economics%2C+Cognitive+Psychology%2C+Emotion%2C+Decision-Making%2C+Human+Factors%2C+Creative+Commons"></span><br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Cognitive+Psychology&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2F0010-0285%2873%2990033-9&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Availability%3A+A+heuristic+for+judging+frequency+and+probability&rft.issn=00100285&rft.date=1973&rft.volume=5&rft.issue=2&rft.spage=207&rft.epage=232&rft.artnum=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2F0010028573900339&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology">Kahneman, D., & Tversky, A. (1979). Prospect Theory: An Analysis of Decision Under Risk. <i>Econometrica</i>, 47 (2), 263-292. http://www.jstor.org/pss/1914185</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Cognitive+Psychology&rft_id=info%3Adoi%2F10.1016%2F0010-0285%2873%2990033-9&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Availability%3A+A+heuristic+for+judging+frequency+and+probability&rft.issn=00100285&rft.date=1973&rft.volume=5&rft.issue=2&rft.spage=207&rft.epage=232&rft.artnum=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2F0010028573900339&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology">Tversky, A., & Kahneman, D. (1973). Availability: A heuristic for judging frequency and probability <span style="font-style: italic;">Cognitive Psychology, 5</span> (2), 207-232 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1016/0010-0285%2873%2990033-9" rev="review">10.1016/0010-0285(73)90033-9</a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Science&rft_id=info%3Adoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Judgment+under+Uncertainty%3A+Heuristics+and+Biases&rft.issn=0036-8075&rft.date=1974&rft.volume=185&rft.issue=4157&rft.spage=1124&rft.epage=1131&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.sciencemag.org%2Fcgi%2Fdoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CBehavioral+Economics%2C+Cognitive+Psychology%2C+Emotion%2C+Decision-Making%2C+Human+Factors%2C+Creative+Commons">Tversky, A., & Kahneman, D. (1974). Judgment under Uncertainty: Heuristics and Biases <span style="font-style: italic;">Science, 185</span> (4157), 1124-1131 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1126/science.185.4157.1124" rev="review">10.1126/science.185.4157.1124</a></span><span style="font-size: x-small;"> </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Journal+of+Risk+and+Uncertainty&rft_id=info%3Adoi%2F10.1007%2FBF00122574&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Advances+in+prospect+theory%3A+Cumulative+representation+of+uncertainty&rft.issn=0895-5646&rft.date=1992&rft.volume=5&rft.issue=4&rft.spage=297&rft.epage=323&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.springerlink.com%2Findex%2F10.1007%2FBF00122574&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CBehavioral+Economics%2C+Cognitive+Psychology%2C+Decision-Making%2C+Industrial%2FOrganizational+Psychology">Tversky, A., & Kahneman, D. (1992). Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty <span style="font-style: italic;">Journal of Risk and Uncertainty, 5</span> (4), 297-323 DOI: <a href="http://dx.doi.org/10.1007/BF00122574" rev="review">10.1007/BF00122574</a></span><span style="font-size: x-small;">
</span><span class="Z3988" style="font-size: x-small;" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal&rft.jtitle=Science&rft_id=info%3Adoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rfr_id=info%3Asid%2Fresearchblogging.org&rft.atitle=Judgment+under+Uncertainty%3A+Heuristics+and+Biases&rft.issn=0036-8075&rft.date=1974&rft.volume=185&rft.issue=4157&rft.spage=1124&rft.epage=1131&rft.artnum=http%3A%2F%2Fwww.sciencemag.org%2Fcgi%2Fdoi%2F10.1126%2Fscience.185.4157.1124&rft.au=Tversky%2C+A.&rft.au=Kahneman%2C+D.&rfe_dat=bpr3.included=1;bpr3.tags=Psychology%2CBehavioral+Economics%2C+Cognitive+Psychology%2C+Emotion%2C+Decision-Making%2C+Human+Factors%2C+Creative+Commons"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<br /></div>Marcus Vinicius Alveshttp://www.blogger.com/profile/10390299802575410484noreply@blogger.com2